Bárbaros, pagãos – neo-bárbaros, neo-pagãos

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    ACC_1952_019_01Habitualmente seminu, e aqui coberto apenas de modo ocasional; com todo o físico refletindo a luta dura e embrutecedora com um meio inclemente e materialmente mais forte; trazendo no rosto as cicatrizes dos horríveis tratos a que se expôs para se “aformosear”, este pobre filho das selvas, marcado apenas de leve pelo toque da civilização, exprime a exuberância nativa da natureza humana desgovernada: instintos grosseiros, por vezes brutais, por vezes também generosos.

    É o bárbaro, o pagão, cuja natureza não se beneficiou da ação divina da Igreja, nem do influxo ascético e suave da civilização cristã.

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    ACC_1952_019_02A despeito de seu aspecto, que faria estremecer as crianças, incute pena: é mais um crianção exuberante e deseducado, do que um celerado.

    Jovens comunistas em uma manifestação em Berlim. Fisionomias impregnadas de ódio, em que transparece tudo quanto pode ter de sinistro a natureza humana, tornada mais determinada nas tendências e matizes que assume em cada pessoa por uma educação qualquer. Ódio, desconfiança, ausência de qualquer sentimento que eleve, dignifique, suavize, capacidade para destruir, nunca para construir, extraordinária lucidez e estabilidade neste péssimo estado do espírito, mais chocante ainda nas fisionomias femininas do que nas masculinas, eis a própria alma do comunismo, que se espelha na face destes jovens, vítimas da infernal propaganda de Moscou.

    É a neo-barbárie desta era de neo-paganismo. O homem que tem a alma transviada por princípios totalmente errôneos, os instintos desenfreados por uma ideologia amoral, e que com as armas forjadas pela civilização, se volta contra a própria civilização.

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    Qual dos dois mais terrível? Pergunta ociosa!

    Os frutos da apostasia são piores do que os da gentilidade. Pois pode não haver culpa em ignorar a verdade: há sempre culpa em repudiá-la.

    O movimento comunista, enquanto realizado em nações cristãs, é uma apostasia. E como tal carrega muito mais culpa diante de Deus.

    Carregado de culpas maiores, de armas mais mortíferas, como poderá não ser mais terrível?

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    Publicado originalmente em “Catolicismo” Nº 19 – Julho de 1952  na seção Ambiente, Costumes, Civilizações”

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