Castelo: residência por excelência do nobre, símbolo e orgulho da comunidade feudal

O castelo nos primeiros tempos agitados da Idade Média foi a fortaleza e o refúgio de toda uma região durante guerras e invasões.

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Hoje se tenta reviver a vida do castelo em eventos medievalizantes

O castelo é a residência por excelência do nobre.
A classe nobre bem entendida tem algo de intermediário.

Por um lado, ela participa da glória e do poder real, se bem que em proporções muito diversas, inferiores e subordinadas ao poder régio.

Por outro lado, ela participa e, a bem dizer, está imersa na vida do povo.

O castelo vivia encravado na vida agrícola

O castelo nos primeiros tempos agitados da Idade Média foi a fortaleza e o refúgio de toda uma região durante guerras e invasões.

Em certo sentido, era a casa de todos. Todos tinham colaborado para construí-lo. Era o orgulho da região.

No castelo, por certo, morava o nobre e sua família além dos servidores feudais, mais ou menos numerosos segundo a importância da família nobre e o tamanho do castelo.

Mas, ele era o centro da vida feudal.

Ficaríamos espantados se pudéssemos passar um dia num desses castelos feudais.

Antes de tudo, é preciso afastar a idéia que comunicam as casas de certos ricaços modernos, casas de muros altos que afastam os desconhecidos, seguranças, controles eletrônicos e a impressão de que inexoráveis barreiras bloqueiam o acesso ao proprietário.

No castelo todos circulavam e entravam até nas salas mais reservadas do castelão.

Brissac: leito de um nobre casal

Este tinha intenso trabalho: lá iam os camponeses que queriam saber o que era melhor plantar, disputava-se sobre a futura ponte, estrada ou melhora a fazer na presença do nobre para ouvir seu parecer final.

E isto acontecia no pátio interno no verão, e junto à enorme lareira do grande salão no inverno.

O nobre administrava justiça ‒ tarefa árdua e absorvente que depois delegou para a classe dos juízes.

Lá iam diante dele os camponeses em querela, os burgueses que disputavam preços ou direitos, e o dia todo.

Chaumont: o castelo moradia dos nobres

Lá se tinham as reuniões em que se decidiam as questões de interesse para o feudo todo.

O nobre a todos devia ouvir e pedir conselho: era uma exigência dos mais caros deveres de fidelidade feudal.

Lá se decidia o quê fazer em tempos de perigo e calamidade, de guerras e epidemias.

Lá aconteciam as grandes festas que o próprio nobre promovia.

Aliás, as festas da família do nobre eram as festas do povo.

O casamento do filho ou da filha do castelão podia facilmente dar azo a uma semana de músicas, bailes, comemorações, com comida e bebida farta para todos pela conta do nobre.

Nos tempos de paz, o castelão tinha sob sua responsabilidade o bem comum de ordem privada.

O Estado com seus agentes como hoje estamos habituados a ver em cada esquina nem existia.

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O nobre devia, em tempos de paz, velar pela conservação e o incremento da agricultura e da pecuária, das quais viviam tanto os senhores feudais quanto os plebeus.

Também estava a cargo dele o bem comum de ordem pública – decorrente da representação do rei na zona – missão mais elevada, de natureza mais universal, e por isso intrinsecamente nobre.

Quer dizer, o policiamento contra bandidos, criminosos, e toda espécie de malfeitores que poderiam ameaçar a paz e a boa ordem do feudo.

Os nobres de categoria mais elevada podiam ser convocados, e o foram em mais de um caso, a serem conselheiros dos reis.

Era a glória e o triunfo do feudo todo. Podiam chegar a ser o equivalente dos atuais ministros de Estado, embaixadores ou generais.

A figura do proprietário-senhor nobre nasceu assim da espontânea realidade dos fatos.

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O nobre era o pai da região.

Quando ele olhava para aquela borbulhante população que acorria a seu castelo ele lembrava das gerações de fiéis que haviam servido a seus antepassados desde tempos remotos.

E os servidores, em virtude do contrato feudal, viam no castelão o filho e continuador de uma linhagem benfeitora e amada que tinha feito a grandeza e a prosperidade do feudo.

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O castelo era um pedaço da alma daquele grupo humano que constituía o feudo.

E o castelão que morava no símbolo e orgulho da região era a expressão mais genuína, natural, espontânea, provada em séculos de lutas, misérias, adversidades, trabalhos, sucessos e alegrias, desse grupo feudal.

No coração do castelo, estava a capela.

Muitas vezes com o Santíssimo Sacramente presente e onde o feudo costumava assistir a Missa.

Era a presença sobrenatural de Jesus Cristo abençoando aquele pedacinho da grande e admirável Cristandade.

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