Enquanto o cientista político James To comenta em livro que 64% dos chineses que conseguiram reunir algum pecúlio desejam ou já planejam abandonar seu país, o The Wall Street Journal informa que o governo chinês iniciou campanhas de propaganda para garantir a “lealdade” desses chineses no exterior.
Os principais líderes da revolução comunista chinesa foram intelectuais formados na Europa. Mas hoje os estudantes mais dotados, que estudam no Ocidente, não querem ficar integrados ao superpoder tirânico e procuram se instalar longe dele.
Os imensos problemas que afligem o sistema socialista em matéria de insegurança política, social e delictiva, a poluição que bate os recordes planetários, a intoxicação alimentar, o desastroso e ideologizado sistema escolar são alguns dos argumentos que impulsionam esta espécie de fuga.
Porém, o sistema maoísta pretende tirar proveito dessa migração. Para isso montou um monstro burocrático — a Agência dos Assuntos Chineses no Além-mar do Conselho do Estado — para garantir o “controle remoto” sobre esses autoexilados. A finalidade máxima, diz o jornal americano, é garantir que fiquem fiéis ao Partido Comunista.
O povo chinês é laborioso e hábil no comércio. Na Indonésia, país muçulmano, os imigrantes chineses conquistaram uma posição hegemônica nas pequenas lojas.
A instalação de grandes colônias de cidadãos chineses em outros países pode facilitar a entrada de agentes treinados pelo governo de Pequim, que obedecerão às instruções do regime.
Zbigniew Brzezinski, ex-conselheiro de segurança nacional do presidente do americano Jimmy Carter, lembrou que numa reunião entre esse presidente e o chefe da China, Deng Xiaoping, Carter começou a falar de Direitos Humanos. Deng saiu-se então com uma inesperada:
“Bem, nós os deixaremos partir. Você está preparado para aceitar 10 milhões?”
O problema, conclui The Wall Street Journal, é que a torrente humana que hoje poderia vir para o Ocidente seria de 100 milhões ou mais. Suficiente para criar países dentro de países.
O leitor já pensou o que seria a entrada de uma massa dessas em algum estado despovoado do Brasil, como o Amazonas?
Nessa hora, os amigos ideológicos da China – ambientalistas, ONGs, tentáculos da CNBB e esquerdistas – que opõem obstáculos à instalação dos brasileiros no território nacional, provavelmente não irão protestar, mas com certeza comemorar.
Quem viveu a Guerra Fria sabe o quanto as esquerdas tripudiavam a CIA por enviar agentes a outros países para garantir a segurança do regime ocidental. Eis aqui que a China comunista monta um esquema muito pior e às claras com apoio até mesmo de governos ditos democráticos.
Qualquer dia teremos uma grande quantidade de carros chineses no Brasil, algo que não é permitido na Europa, quer pela falta de qualidade técnica, quer pela sua falta de segurança na estrada.