Cigarro seguro?

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Imagem do vírus da AIDS

Por ocasião do carnaval, mais uma vez o governo brasileiro agiu de modo irresponsável ao fazer grande estardalhaço com a difusão milhões de preservativos, sob pretexto de “sexo seguro”, portanto, sem risco das chamadas DST, entre as quais a famigerada AIDS. A propósito, vi recentemente uma comparação que me pareceu bastante esclarecedora.

Trata-se de uma análise entre a campanha que vem sendo feita em âmbito mundial contra o tabagismo e, de outro lado, a campanha igualmente mundial contra a AIDS. A partir do momento em que autoridades mundiais concluíram que o uso do cigarro é perigoso para a saúde, os governos começaram a adotar todo tipo de medidas, inclusive recorrendo a leis proibitivas.

Para quê? — Para desencorajar aqueles que fumam, é claro! Daí a proibição de se fumar em ambientes fechados e, hoje, até em certos lugares públicos. Nada mais eficaz. Ninguém ouviu falar de uma campanha nacional ou internacional para promover o “cigarro seguro” encorajando o uso de filtros capazes de reduzir o risco de câncer, insuficiência cardíaca e outras enfermidades decorrentes do fumo.

Com efeito, ninguém promove distribuição maciça de filtros para cigarros em escolas, em prisões como vem ocorrendo com os preservativos. Qual seria a razão? — Parece óbvia. Os promotores das campanhas contra o tabagismo são convictos que a abstinência do fumo constitui a maneira mais eficiente e eficaz para evitar as doenças decorrentes do fumo.

Por que então não se procede da mesma maneira em relação a AIDS? — Não. As mesmas autoridades que combatem as doenças provenientes do hábito de fumar insistem paradoxalmente em promover e patrocinar o dito “sexo seguro”. Quantas vezes ouvi o refrão nascido da sabedoria popular “para os mesmos males, os mesmos remédios”… Incoerência e contradição do século XXI?!

O que nossas autoridades deveriam fazer era, no caso da AIDS, advogar a abstinência, incentivar a fidelidade conjugal, desencorajando assim a promiscuidade. Por que não o fazem? — Infelizmente, essas mesmas autoridades rejeitam a castidade a priori, pois defendem uma cultura erótica, sustentam que o prazer sexual é um “direito humano”…

A Igreja Católica ensina que a castidade dentro e fora do casamento está de acordo com a Lei natural e a Revelação cristã e contribui para elevar o padrão moral da sociedade. Além de trazer benefícios para a saúde, ela é o meio mais eficaz para combater a AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis. Mas por preconceito ideológico, a prática da castidade é simplesmente rejeitada.

A propósito, afirma a Congregação para a Doutrina da Fé: “A união carnal, por conseguinte, não é legítima se entre o homem e a mulher não se tiver instaurado, primeiro e de maneira definitiva, uma comunidade de vida […]. Para que a união sexual possa corresponder verdadeiramente às exigências de sua finalidade própria e da dignidade humana, o amor tem de contar com uma salvaguarda na estabilidade do matrimônio. Tais exigências demandam um contrato conjugal sancionado e garantido pela sociedade”. (Declaração sobre alguns pontos de ética sexual, 1976, Vozes, Petrópolis) Portanto, comete grave pecado todo relacionamento sexual que não seja entre pessoas legitimamente casadas.

A distribuição em massa de preservativos abre as portas para o amor livre, para a licenciosidade dos costumes, desencadeando chagas e desordens sociais em cascatas, verdadeiros tsunamis da moralidade pública e individual bem como da estabilidade social. Com isso se esvaece a ordem e sem ordem não há paz.

Nosso Senhor — e Ele é Deus — asseverou que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja, que é o seu corpo místico. Nesse sentido, nosso Redentor se encontra junto a nós, enquanto pai amoroso, predisposto a nos compreender, perdoar e até usar de clemência para conosco. Enquanto pastor de almas, tenho alertado a inutilidade de um vigia cego.

Ao escrever essas linhas o faço com o espírito da caridade ensinada pelo próprio Cristo, que se encarnou, padeceu e morreu na Cruz pela salvação de cada um de nós. Pelos méritos dEle temos sede de almas, razão que me leva a estar sempre alerta perante o favorecimento da corrupção, que difundi ou incentiva o pecado que cedo ou tarde conduzirá a ruína da sociedade.

Quem viver, verá!

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(*) Sacerdote da igreja do Imaculado Coração de Maria, Cardoso Moreira – RJ

9 COMENTÁRIOS

  1. Gostei, não há interesse por parte dos governos efetivamente em educar, manter a ordem…prá que ! é pão e circo para o povo… é isso mesmo.

  2. Lamentavelmente todos somos vítimas da mídia, da ganância e outros interesses escusos.
    Há em tudo e todas as ações, o objetivo de se ganhar o máximo com o mínimo esforço, daí
    informar tudo sôbre um produto pode “gerar prejuízo”; educar, ensinar a pensar, alimentar
    e nutrir, implica em “perda de poder, ou seja, perde-se “$$$$$$$”. Criar falsos ídolos, alimen-
    tar a ilusão das pessoas via “telinha” é mais fácil, dá mais lucro, mantém a população ignoran-
    te e alheia. NUMA TERRA EM QUE SE PREGA “LEVAR VANTAGEM EM TUDO”, o que esperar???
    PAZ E BEM À TODOS

  3. Belíssima comparação. Contribuo com a palavra PRESERVAR, retirando a letra P, fica RESERVAR

    É isso aí. O governo prima pelas reserva ambientais. Muitas reservas são respeitadas. Haja vista, por exemplo em um restaurante onde há alguma indicação de reserva de mesas. Ninguém invade. Ora, o governo deveria também estimular aos jovens e outras pessoas que queiram se envolver em orgias, que se reservem; reservar-se para a pessoa que realmente a amar. Preserva-se para o prazer, mas reservar-se para não se contaminar. Ninguém invade algo reservado.

  4. É padre David, talvez a preocupação do sexo fora do casamento seja só em sua paroquia, na quarta feira de cinzas vi na fila de comunhão uma senhora cuja filha é divorciada e já teve outros tantos maridos e a neta que também não segue nem um pouco as Leis de Deus. Essa senhora, longe de fazer coro como fez a mãe de Santo Agostinho que rezou por sua conversão, não está ligando que filhos e netos tenham relacionamentos sexuais fora do sacramento do matrimonio. E assim também é minha avó que não vê filhos e netos manterem relações sexuais fora do casamento, e já foi até professora de catecismo, cuja preocupação não é o pecado, mas sim cuidar do pobre, fazer caridade. E assim tenho certeza que são com todas as velhas que frequentam a missa de hoje, e acham até bonitinho as netas e os namoradinhos.

  5. Achei osescrito muito bom, com a Sabedoria da Igreja sobre o tema. Apenas penso estar errado usar-se a expressão “amor livre” quando deveria ser “sexo livre”, pois o que leva à promiscuidade sexxual nada mais é do que obter-se o prazer venéreo. Usar a expressão “amor” em substituição à “sexo” muda seu sentido verdadeiro, pois amor acima de tudo é doação e o prazer venéreo é egoista, quer a si próprio.
    No mais nãos ejamos inocentes: O que o diabo quer é a destruição a qualquer custo do bem maior que Deus criou: o ser humano à Sua imagem e semelhança. Como não pode contra Deus, virou-se para o Seu bem maior. Por isso, quanto mais submeter a humanidade a vícios degradantes e de todos os tipos, cada vez melhor, pois em meio a ales e por eles, cada um vai decidindo seu caminho na Eternidade, uma imensa maioria se perdendo para sempre, e o diabo cada vez mais feliz, pois ele sabe que está definitivamente condenado, mas fica feliz por conseguir levar a tantos para estarem com ele para sempre sofrendo as agruras do inferno. E todos os que promovem estes absurdos que vemos, mais que nunca ao diabo já se consagraram e a ele estão servindo usando do seu grande poder.
    Que Deus nos dê discernimento, sua Graça, para que entendamos os sinais dos tempos e saibamos tomar o caminho certo para a Ele chegar e acolher à Salvação que nos ofereçe gratuitamente Seu Filho Jesus Cristo, conquistada sem mérito algum nosso mas a custa de Seu imensuravel sofrimento.
    Com os desejos de uma frutuosa quaresma a todos e depois dela uma Feliz Páscoa.
    Manoel

  6. Quanto aos cigarros, embora as propagandas tenham diminuído, foi só na aparência., pois não há nenhum programa governamental de combata ao fumo e nem sobre os malefícios do tabagismo ….Além do que, não é de interesse do governo matar sua ” galinha de ovos de ouro ” … tanto arrecada em impostos, quase 80% .. .Quanto ao tópico ‘ sexo ‘, o governo é de uma lastimável ausência e omissão no
    tema, pois, deveria dar orientação sexual para a família… Mas o que temos ai, é exatamente o contrário , um abominável incentivo à promiscuidade … com uma ministra sinistra que manda distribuir nas escolas, PARA CRIANÇAS, KIT e cartilha sobre as mais aberrações sexuais,,, Na inquisição, ela seria a primeira a ir para a fogeuira , mas estamos numa CRUZADA parta que ela desapareça POLITICAMENTE …

  7. um problema parecido é a “redução de danos” para os usuários de drogas… argumenta-se que salva vidas, mas até que ponto?
    o individuo praticamente fora de si pelo uso do entorpecente terá condições de lembrar e fazer os cuidados recomendados por um folheto explicativo? Será que não vai confundir sua seringa com a do amigo? e por aí vai.
    mesmo que consiga fazer tudo direitinho, não está isento de danos. o usuário pode achar que não precisa parar de usar se aprender a reduzir o dano, isso se não encorajar outros a usar também de “modo seguro”.
    DANO REDUZIDO NÃO É DANO INEXISTENTE.

  8. Gostei demais dessa comparação, é um belissimo modo de refletir o que vem sendo propagandeado.

    Aproveito também este comentario para acrescentar que [o preservativo] NÃO protege de AIDS, ou quaisquer outros virus, devido ao tamanho do buraco [poros do látex] ser 5x maior que o virus.

    Os proprios fabricantes já sabem que [o preservativo] não protege, mas não esclarece as pessoas. Por que sera???????

    PS: Se alguem tiver algum link com o endereço das fabicantes de [preservativos] (Nem se a explicação for em inglês) ou outros, gostaria que colocassem, para esclarecer aos usuarios, e se possivel, fazer publicar um artigo sobre isso.

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