“Comunismo está voltando com outras bandeiras e cores”, afirma herói da derrocada soviética na Checoslováquia

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Václav Klaus, ex-presidente da República Checa:  “Celebrar o fim do comunismo é um equívoco”
Václav Klaus, ex-presidente da República Checa: “Celebrar o fim do comunismo é um equívoco”.

“Celebrar o fim do comunismo é um equívoco”, pois “algo parecido está voltando, com outras bandeiras e outras cores”, alertou Václav Klaus, o primeiro chefe de governo da República Checa depois do fim da ditadura soviética, segundo artigo de O Estado de S. Paulo.

Klaus voltou a exercer a presidência de seu país entre 2003 e 2013. Ele se tornou internacionalmente conhecido por se opor às novas formas metamorfoseadas do comunismo, em especial a mais extrema delas – a autogestão –, que a URSS tinha como objetivo realizar mas nunca conseguiu.

Um dos heróis nacionais checos pelo papel que teve na chamada “Revolução de Veludo”, que precipitou a queda do comunismo em seu país,

Klaus denunciou o avanço incubado do comunismo no ambientalismo que gera pânicos, como a respeito das “mudanças climáticas”, mas cuja finalidade é derrubar o capitalismo privado no Ocidente.

Klaus não esconde que está “decepcionado” com os rumos do Leste Europeu sob a atual direção da União Europeia, pois esta tende a ser uma URSS dissimulada.

Referindo-se ao projeto nivelador europeu, o ex-presidente disse ao “Estado”: “Eu sinceramente esperava morar em uma sociedade muito mais livre e democrática do que a que existe hoje”.

Para Klaus, ambientalismo radical é uma das formas do comunismo que volta disfarçado
Para Klaus, ambientalismo radical é uma das formas do comunismo que volta disfarçado.

Apoiado em sua experiência de governo, Klaus alerta para a quantidade de regulações do mercado impostas por Bruxelas, que chega a ser superior ao que Moscou impunha a Praga na era soviética, por mais demencial que isso possa parecer.

Mas essa opinião é partilhada por muitos milhões de europeus.

Abaixo, os principais trechos da entrevista, concedida em Genebra:

Respondendo sobre a agressão russa contra a Ucrânia, disse ao jornal paulista:

“Se a Europa esperava que a Rússia ficasse para sempre como nos anos 90, pode esquecer. O que Moscou viveu nos anos 90 era apenas um momento da história que não perduraria.

“Achar que podemos educar a Rússia sobre o caminho que ela deve tomar e como deve se comportar é um grande erro”.

Klaus mostrou que a transição da economia socialista para uma economia de liberdades é realizável, mas árdua, difícil e demorada, pela profunda deformação dos espíritos introduzida pelo sistema totalitário.

A maior dificuldade que se manifestou na República Checa foi quando o sistema de planejamento central da economia de Estado desabou.

“Precisávamos encontrar proprietários privados para assumir setores inteiros. Levamos anos para privatizar todas as estatais.

“No meu país, não existia um só salão de barbeiro que não fosse do Estado.

“Não existia uma padaria privada e nem uma oficina de carro que não fosse do Estado. Mudar isso tudo levou tempo”.

União Europeia é mais dirigista que a União Soviética, diz Klaus. Na foto: tanques soviéticos ocupando Praga.
União Europeia é mais dirigista que a União Soviética, diz Klaus.
Na foto: tanques soviéticos ocupando Praga.

E falando da União Europeia explicou:

“Vivemos hoje uma economia mais regulada e mais subsidiada que antes da queda do Muro de Berlim. Eu jamais imaginaria isso.

“O controle sobre a economia era algo tão desacreditado no início dos anos 90 que eu jamais pensaria que isso tudo voltaria, mas estávamos errados.

“As falhas do governo ao administrar uma economia são muito maiores que as falhas do mercado. A mão invisível do Estado é muito mais perigosa que a do mercado”.

“Há 25 anos, alertei sobre o risco de criar expectativas erradas.

“Lamento dizer, no entanto, que eu sinceramente esperava morar em uma sociedade muito mais livre e democrática do que a que existe hoje.

“Vivemos em uma sociedade altamente regulada, com elevados impostos, fascinada por medidas contra o mercado.

“Isso tudo mostra que não aprendemos com a história e nem com o comunismo.

“Celebrar o fim do comunismo é um equívoco. Algo parecido está voltando, com outras bandeiras e cores”.

5 COMENTÁRIOS

  1. Joma Bastos,

    Em todos os países democráticos não, a Polônia por exemplo, o comunismo é considerado, felizmente, crime.

    E não tem nada de descalabro esse artigo, já que o comunismo como o próprio revela se transforma e em países livres, quando não pode dominar por força bruta, sua infiltração transforma a sociedade aos poucos de forma velada até atingir seu objetivo final de tomada de poder, conforme revela o comunista Antônio Gramsci em “Memórias do Carceres”, método chamado de revolução gramscista.

  2. Primeiro o governo subsidia tudo. logo em seguida toma o controle , mas quem efetivamente paga a conta é o trocha do zé povinho. Por exemplo, fome zero , bolsa familia remuneração absurdas aos seus funcionários e colaboradores empréstimos que nunca serão ressarcidos , investimentos errados desvios de toda sorte. gastos desnecessários , etc etc mas não tem problema pois a idéia é essa mesma, colocar sobre os ombros de quem trabalha um peso insuportável , através de tachas e impostos que simplesmente tira o poder do povo e coloca nas mãos desses crapulas do inferno . e a ironia disso tudo é que esses crápulas foram colocados lá pelo próprio povo. Em outras palavras cavamos nossa própria cova.

  3. O escritor português,Eça de Queirós, no seu livro Relíquia,afirma: “A ignorância é uma fogueira que devora o homem”. É uma pena que no passado, movimentos literários levaram muita gente morrer, por algo que acreditavam ser importante para o futuro. E hoje, essa geração, ignorante e manipuláveis lançam fora tão somente porque não sabe separa o é bom do que é ruim para seus filhos.estão cega com o avanço tecnológico e se acham inteligentes mais não passam de aprisionados e iludidos com o relativismo exacerbado e destrutivo, tão somente, porque não sabem o que é um sistema comunista. São ignorantes sim.

  4. Péssimo artigo!
    Celebramos o fim do leninismo soviético e não o fim do comunismo. Em todos os países democráticos existem partidos comunistas.
    Comparar a atual economia da UE com a da URSS, é um completo descalabro.

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