Ameaças para o Brasil: Reformas socialistas
Plinio Corrêa de Oliveira
Em meio ao conjunto de crises que atualmente fustigam a Nação, abre contraste luminoso nossa situação agropecuária, em franco progresso em seus aspectos essenciais, de sorte a constituir hoje, segundo o consenso nacional, a coluna-mestra e a salvaguarda honrada e forte da economia nacional.
Isto faz compreender quanto é de se temer que uma Reforma Agrária radical, inspirada toda ela em cogitações preponderantemente ideológicas, e não em considerações concretas e práticas que tenham em vista a realidade dos serviços e das necessidades da agropecuária e do País, reforme nossa estrutura agropecuária (deforme, seria o termo exato) com o risco de ficar abatido assim o baluarte que resta da prosperidade nacional, e portanto o baluarte econômico mais válido do próprio Brasil.
Com efeito, a Reforma Agrária surpreende por ser toda ela concebida e redigida com as costas voltadas para a realidade histórica mais recente e ao mesmo tempo mais flagrante. Confere ao Estado atribuições com amplidão típica de uma ditadura stalinista, ou mais ou menos tanto, tornando-o detentor de poderes absolutos para pôr e dispor, segundo o arbítrio de seus mais altos órgãos, dos bens e da situação pessoal de todos os agricultores e pecuaristas do País.
Excertos do artigo de Plinio Corrêa de Oliveira em Catolicismo, fevereiro/1993
Comentário luminoso sobre uma realidade a cujo respeito a demagogia se agita sem cessar: Reforma Agrária! Mas que R.A. é essa, que por desrespeitar dois Mandamentos (“Não roubar” e “Não cobiçar as coisas alheias”) e os mais comezinhos direitos individuais está fadada aos mais desastrosos insucessos? Que o digam os assentamentos disseminados pelo Brasil inteiro, verdadeiras favelas rurais; digam-no ainda todos os países que aplicaram análoga reforma com os mesmos resultados. O que desejam então os seus promotores, quando fica claro que a Reforma Agrária é sinônimo de regressão espiritual e material dos agricultores e do Brasil? Não é a sovietização dos nossos campos?
Plinio C. Oliveira tem toda a razão quando afirma que a reforma agrária éstá de costas para as realidades do Brasil. Hoje mais do que nunca a necessidade de produção ação agrícola em grande escala é tão estratégica e a realidade mostra que os assentamentos não satisfazem sequer as próprias necessidades alimentares.