Continuamos a publicação do Capítulo V — A confirmação pelo Novo Testamento — do livro Em Defesa da Ação Católica no qual, procura o Prof. Plinio, alertar os católicos contra os erros e táticas de apostolado difundidos em ambientes religiosos daquele tempo.
Às vezes o sacrifício que o apóstolo faz ao imolar sua reputação, fecunda maravilhosamente seu apostolado:
“Semeia-se o corpo corruptível, ressuscitará incorruptível. Semeia-se na ignomínia, ressuscitará glorioso; semeia-se inerte, ressuscitará robusto” (1 Cor. 15, 42-43).
Certos ardis para agradar “tout le monde et son père” chegam por vezes, até, a requintes censuráveis:
“Porque a nossa exortação não procedeu do erro, nem de malícia, nem de fraude, mas, como fomos aprovados por Deus, para que nos fosse confiado o Evangelho, assim falamos, não como para agradar aos homens, mas a Deus, que sonda os nossos corações. Porque a nossa linguagem nunca foi de adulação, como sabeis, nem um pretexto de avareza; Deus é testemunha” (1 Tes. 2, 3-5).
Vejamos, pois, como falavam os Apóstolos, e com que vigor sabiam dizer contra os ímpios:
“Guardai-vos desses cães, guardai-vos desses maus operários, guardai-vos desses mutilados” (Fil. 3, 2) – (Mutilados: os que pregavam a circuncisão).
Procedem como inimigos de Cristo
Se a algum sibarita contemporâneo, disséssemos estas palavras, como nos acusariam de exagerados:
“Porque muitos, de quem muitas vezes vos falei e também agora falo com lágrimas, procedem como inimigos da cruz de Cristo; o fim deles é a perdição; o Deus deles é o ventre; e fazem consistir a sua glória na sua própria confusão, gostando somente das coisas terrenas. Nós, porém, somos cidadãos dos céus, donde também esperamos o Salvador Nosso Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de miséria, fazendo-o semelhante ao seu corpo glorioso, com aquele poder com que pode também sujeitar a si todas as coisas” (Fil. 3, 18-21).
E se disséssemos dos hereges estas palavras, quantos os críticos que contra nós se voltariam:
“Se alguém ensina de modo diferente, e não abraça as sãs palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo, e aquela doutrina que é conforme à piedade, é soberbo, que nada sabe, um espírito doente, que se ocupa de questões e contendas de palavras, donde se originam invejas, contendas, maledicência, más suspeitas, altercações de homens com o espírito pervertido, que estão privados da verdade, e pensam que a piedade é uma fonte de lucro” (1 Tim. 6, 3-5).
As alusões individuais são sempre consideradas censuráveis por certas pessoas. S. Paulo não generalizou tanto:
“Conserve a forma das sãs palavras que ouviste de mim, na fé e no amor em Jesus Cristo. Guarda o bom depósito por meio do Espírito Santo, que habita em nós. Tu sabes isto, que se apartaram de mim todos os que estão na Ásia, entre os quais estão Figelo e Hermogenes” (2 Tim. 1, 13-15).
Conversas profanas e vãs
“Evita as conversas profanas e vãs, porque contribuem muito para a impiedade; e a sua palavra lavra como gangrena; entre os quais estão Himeneu e Fileto, que se extraviaram da verdade, dizendo que já se deu a ressurreição, e perverteram a fé de alguns” (2 Tim. 2, 16-18).
“Alexandre, o latoeiro, fez-me muitos males; o Senhor lhe pagará segundo as suas obras. Tu também guarda-te dele, porque opõe uma forte resistência às nossas palavras” (2 Tim. 4, 14-15).
E o Apóstolo se gloriava, até, de sua santa rudeza:
“Mas, para que não pareça que vos quero aterrar por cartas; porque as cartas, dizem alguns, são graves e fortes, mas a presença do corpo é fraca, e a palavra desprezível. O que diz assim saiba que quais somos nas palavras por carta, estando ausentes, tais (seremos) também de fato, estando presentes” (2 Cor. 10, 9-11).”
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Verdades fortes, verdades necessárias nessa época de um falso ecumenismo que procura esconder a Verdade e procurar apenas pontos de afinidade … nem sempre tão afins.
Fonte: https://www.pliniocorreadeoliveira.info/ED_0501confirmacaonovotestamento.htm