Cruzeiros e imagens à beira dos caminhos, bela tradição europeia

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  • Jorge Saidl

Uma das belas tradições da Cristandade são os cruzeiros, as imagens e até mesmo oratórios à beira dos caminhos. Eles se encontram por toda a parte na Europa, dos Pirineus aos Urais, especialmente nos países onde a Fé deitou raízes profundas. Na Alemanha eles abundam nas regiões marcadamente católicas, em especial na Baviera.

Muitas vezes já desgastados pelo correr do tempo, apesar de serem geralmente feitos de pedra, esses testemunhos da piedade cristã convidam os passantes ou peregrinos a pararem por um instante e fazerem uma breve oração. Um pequeno hiato no lufa-lufa da vida cotidiana. Frequentemente eram erigidos para implorar o auxílio do Céu no combate às pestes e a males devastadores, tais como a guerra, ou em sinal de agradecimento pela proteção divina em momentos de grande aflição.

A Lituânia, país cuja população é majoritariamente católica, é fiel hoje a este belo costume. Recorrendo à proteção divina para o bem das almas e dos corpos, em particular quando alguma peste se alastrava, o povo deste pequeno e belo país báltico ergueu ao longo dos tempos cruzeiros bastante originais, como os de dois braços horizontais, tendo por vezes uma estátua de São Roque ao lado. Esses cruzeiros são comumente chamados de karavykas, nome derivado de Caravaca, pequena cidade espanhola, onde teve origem esta piedosa tradição.

A atual pandemia causada pelo vírus do covid-19 está na origem de mais um desses cruzeiros [foto], erigido na entrada de Šiluva, sede do Santuário Nacional, uma pequena cidade onde Nossa Senhora apareceu a dois pastorinhos em 1608 para resgatar a Lituânia do protestantismo.

Numa encruzilhada da estrada, onde se veem as torres da Igreja matriz, os passantes podem se deter para uma prece diante do belo cruzeiro de madeira finamente trabalhada. Inaugurado e bento pelo bispo local em novembro do ano passado, possa ele contribuir para que as orações dos católicos lituanos suba aos céus e que Deus lhes preserve dos males do vírus chinês e da onda do neo-paganismo que assola o seu país.

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