Esta magnífica procissão militar em Lourdes constitui surpreendente libelo contra a Europa Unida. Ao longo de um milênio, a Cristandade deu origem a um mosaico de povos diferenciados, cada um dos quais com cultura e hábitos próprios, verdadeiros símbolos de determinadas perfeições divinas.
Na Alemanha imperial havia mais de duas centenas de estados semi-independentes, refletindo cada um deles uma nota da alma alemã. Em seus escritos e conferências, Plinio Corrêa de Oliveira sempre enalteceu o regionalismo europeu como sendo uma bênção, uma luz primaveril que ilumina e confere esplendor ao universo cristão.
A cena que temos diante dos olhos exemplifica adequadamente essa cosmovisão: a Croácia — esse pequeno e esquecido país, que sobressai pela fidelidade de seu povo à Igreja Católica, sendo essa, talvez, a razão de não figurar entre as nações citadas nos programas socioculturais da ONU e da União Europeia — revela sua alma de modo esplêndido no porte austero, viril, dir-se-ia aristocrático, desses soldados. Seus dólmãs e belíssimos emblemas são cópias de outros exércitos, ou pelo menos se lhes assemelham? Absolutamente não. São tão originais, revelam tal combatividade contida — traço indispensável em cada parada —, tal grandeza, que não seria exagero afirmar que superam as vistosas fardas prussianas dos tempos do Kaiser. E não só essas, mas também as da Guarda Real inglesa.