Duas concepções da sociedade: família de famílias ou campo de concentração

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acc_1955_060_11Uma jovem camponesa de Castela considera solícita e enternecida o filho que tem ao braço.

Nota-se nela certa rusticidade própria aos campônios. Mas uma rusticidade na qual é por assim dizer imperceptível a tal ou qual aspereza que o conceito de “rústico” contém. Pelo contrário, a vida do campo concentrou nessa jovem seus melhores efeitos. Seu semblante, seu porte exprimem uma vigorosa plenitude de saúde de corpo e de alma. Mas uma plenitude à qual séculos inteiros de tradição cristã imprimiram seu cunho próprio. Nessa camponesa, que talvez apenas saiba ler, há uma intensidade da vida de espírito, uma lógica, uma temperança, uma harmoniosa sujeição da matéria ao espírito, e ao mesmo tempo um frescor e uma delicadeza que só podem resultar de muita fé e muita pureza. Os traços fisionômicos, muito nítidos, são enérgicos. As sobrancelhas fortes, e de traçado muito definido, servem de moldura a um olhar penetrante e preciso. Mas há no rosto uma serenidade, uma candura, que o toucado alvíssimo parece acentuar com uma nota de louçania especial.

Trata-se de uma simples filha do povo. Mas de um grande povo, grandemente católico. Há nele tesouros de toda ordem, étnicos, históricos, morais, sociais, religiosos, que fazem desta humilde e altiva filha de Castela um modelo digno de despertar o talento de um grande pintor.

Todos estes tesouros estão voltados para a maternidade. Salta aos olhos o carinho delicadíssimo com que contempla seu filho, a consciência que tem de sua função protetora, a dedicação com que ela está por assim dizer mobilizada em todas as suas aptidões, em toda a sua capacidade de afeto ( afeto profundo, sério, sem moleza, diga-se de passagem ) em prol do filho que Deus lhe deu.

Feliz criança em cujo favor a Providência dispôs maravilhas da natureza e da graça, no desvelo de uma mãe pura e cheia de fé.

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“Somos filhos de Lenine, não queremos pai, nem mãe… “. Fazendo vibrar os ares com esta miserável canção, desfilam pelas ruas de uma cidade comunista estes pequenos escravos do Anti-Cristo, que trazem ao peito as insígnias de seu sinistro senhor: a estrela de cinco pontas, com a foice e o martelo.

São crianças que parecem formadas, não para uma vida civil comum, mas para a agressão, o insulto e a brutalidade. Nelas se nota que a capacidade de odiar foi despertada, excitada, e fixada num grau de tensão habitual muito alto, para constituir nelas uma segunda natureza. Os olhos fitam a objetiva do fotógrafo, ou qualquer outro ponto do espaço, penetrantes de desconfiança, carregados de ódio. O andar deixa transparecer uma intenção malfazeja, que parece dar aos passos uma cadência feroz. Os transeuntes, que contemplam o cortejo, parecem animados de sentimentos análogos. Dir-se-ia filhos do ódio, cantando na cidade do ódio o hino do ódio! E é bem natural que, para conseguir formar assim filhos da ira, se lhes tenha roubado o amor paterno e materno, se lhes tenha inspirada um ódio monstruoso contra a vida de família.

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Piedade e impiedade, virtude e amoralidade, delicadeza temperante e forte, brutalidade desbragada e luciferina, em suma civilização católica e comunismo, eis a alternativa trágica diante da qual o homem do século XX se encontra.

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