E a TFP acertou: América Latina decisiva na luta contra o progressismo e a TL

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Continuamos hoje, a transcrição de documentos que pertencem à História, descrevendo a luta contra o progressismo, contra a esquerda católica no Brasil que a TFP desenvolveu sob a direção do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. https://ipco.org.br/america-latina-na-luta-entre-progressistas-e-conservadores-tfp-acertou/

Veneramos o Clero, mas não queremos padres comunistas!

A histórica viagem do Papa Paulo VI à América Latina, 1968, para a Conferência de Medelin, ofereceu a ocasião para que o Prof. Plinio desencadeasse um memorável e filial Apelo à Sua Santidade pedindo medidas contra a infiltração comunista na Igreja.

1.600.368 brasileiros subscreveram a Mensagem ao Papa. Arcebispos, bispos, sacerdotes, governadores, ministros de Estado, oficiais das FFAA e, sobretudo, grande concurso de fieis católicos engrossaram as listas da TFP. Foi, a seu tempo, o maior abaixo-assinado da História do Brasil. (2)

“Professor no Instituto Teológico (Seminário) da Arquidiocese de Recife, o Pe. Comblin é claro em seu escrito. Preconiza, como meios válidos para fazer cair as estruturas sociais vigentes, a revolução na Igreja, a subversão no País, a derrubada do Governo, a dissolução das Forças Armadas, a instituição de uma ditadura socialista férrea, esteada em tribunais de exceção, e aparelhada para reduzir ao silêncio – pelo terror – os descontentes.

Defendendo-se dos ataques mais inesperados

Resposta a departamento do Secretariado Sul-2 da CNBB

Ao longo de sua campanha, a TFP sofreu ataques tanto mais surpreendentes quanto partiam de representantes da Hierarquia. Amplamente divulgados pela imprensa, a Sociedade os silenciou mediante respostas respeitosas e firmes.

Dois dias depois de iniciada a campanha de coleta de assinaturas, O DEPARTAMENTO DE OPINIÃO PÚBLICA DO SECRETARIADO REGIONAL SUL-2 da CNBB divulgava um comunicado contra a iniciativa da TFP. A propósito a Secção paranaense da Sociedade deu a público uma nota em que exprime “a profunda decepção com que tomou conhecimento do comunicado”. Reza o documento da TFP do Paraná:

“Na legítima defesa de seu renome e para fazer prevalecer a verdade, a TFP torna pública as seguintes observações:

1 — Ao contrário do que poderiam imaginar pessoas menos informadas, o referido Departamento não é órgão de todo o Episcopado Nacional, mas o é apenas do Episcopado Paranaense;

2 — O dito Departamento não é constituído pelos Srs. Bispos do Paraná, mas é apenas um organismo a serviço deles;

3 — O Departamento em questão faltou com a verdade ao afirmar que a TFP está “se servindo do nome, da autoridade e do prestígio da Igreja e do Santo Padre”. É só ler o abaixo-assinado para verificar que estamos enviando uma mensagem ao Sumo Pontífice, o que é bem diferente de falar em nome do Sumo Pontífice;

4 — Ademais, o Departamento faltou com a verdade ao afirmar que em nosso abaixo-assinado estamos “atacando a Igreja, membros da Hierarquia e Clero”. Basta ler nosso abaixo-assinado e nossos folhetos de propaganda para verificar a falsidade da afirmação;

5 — Além do mais, o Departamento incide em uma suprema incoerência. Ele ataca a TFP como se esta fosse contra o Clero, quando defendemos em nossos folhetos o Episcopado e o Clero contra as furiosas acusações do Pe. Comblin. Assim, o Departamento defende o clérigo anticlerical e subversivo e ataca os bons brasileiros que, atuando no campo cívico, saíram em defesa das instituições e também daquilo que o Clero nacional tem de mais respeitável”.

Ao Exmo. Secretário-Geral da CNBB

O Presidente do Conselho Nacional da TFP, Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, enviou ao Exmo. D. ALOISIO LORSCHEIDER, Secretário-Geral da CNBB, uma carta em que refuta declarações daquele Prelado à imprensa contra a ação da entidade. Destacamos dela o seguinte trecho:

“A TFP saiu a campo em defesa destas instituições [Forças Armadas, Poder Civil, Clero e autoridades judiciárias]. Seria natural que V. Excia. apoiasse a campanha. Pelo contrário, não teve uma palavra de censura ao subversivo e anticlerical Sacerdote [o Pe. Comblin]. E, mais ainda, V. Excia. declarou à imprensa que a TFP afirmava estar agindo em nome da Igreja. Em bem da verdade, queira V. Excia. exibir as provas dessa grave acusação, esclarecendo, também, se se pronunciou em nome da CNBB, da qual é Secretário-Geral, ou em nome próprio”.

Ao Exmo. Bispo de Volta Redonda

O Prof. Plinio Corrêa de Oliveira respondeu igualmente ao Exmo. D. WALDIR CALHEIROS, Bispo de Volta Redonda, o qual declarara aos jornais ignorar o abaixo-assinado da TFP. “Dado que V. Excia. — ponderou o Presidente do Conselho Nacional da entidade — se ufana de estar constantemente a par do que deseja o povo, convidamo-lo a tomar na devida conta os resultados dessa campanha, que constitui uma das mais vigorosas manifestações de opinião popular nos últimos tempos. Assim ficará sabendo que incontáveis brasileiros conhecem e repudiam tristes sintomas de radical esquerdização, que ultimamente vêm induzindo em confusão muitos meios católicos”.

Ao Exmo. Vigário-Geral de Porto Alegre

A imprensa de Porto Alegre estampou com grande destaque as declarações do Vigário-Geral daquela Arquidiocese, Exmo. MONS. URBANO ALLGAYER, atribuindo à TFP o pichamento de paredes da Catedral Metropolitana. Em vista disso, o Sr. João Menezes Costa, Presidente da Secção do Rio Grande do Sul da Sociedade, enviou àquele Sacerdote uma carta da qual destacamos os seguintes trechos:

“Assevera V. Revma. que os pichamentos com que amanheceu nossa Catedral têm ligação com a campanha de abaixo-assinados que estamos promovendo contra a infiltração comunista na Igreja. A TFP censura veementemente tal pichamento, atentatório à dignidade de nossa veneranda e querida Catedral. Métodos de ação como este são contrários aos hábitos da TFP, como é notório em todo o País. Se V. Revma. se julgou em condições de nos assacar esta imputação caluniosa, é de justiça que exiba em público as provas em que se baseou.

V. Revma. assevera que a TFP está — a propósito do documento do Pe. Comblin — atacando a Santa Igreja. Nos folhetos que distribuímos, nenhum ataque existe à Igreja. Num deles, pelo contrário, defendemos a Igreja contra as furiosas investidas do Pe. Comblin. Não compreendemos como possa V. Revma. ter, a tal ponto, falseado a realidade”.

E mais adiante: “Não sabemos se o pichamento da Catedral foi de autoria de um grupo de comunistas empenhados em criar um pretexto para que pessoas como V. Revma. venham em socorro do Pe. Comblin, ou se foi obra de alguma organização anticomunista que não a TFP. Em todo caso, a própria fotografia de “Zero Hora” sobre o pichamento traz a sigla de uma organização anticomunista que não é a nossa. Perguntamo-nos porque V. Revma., tão pronto em suspeitar, não suspeitou dessa organização”.

— “Ataques como este são característicos de uma campanha de intimidação que, entretanto, não tem, de nenhum modo, empanado o brilhante e crescente sucesso do abaixo-assinado”, comentou a TFP em nota distribuída à imprensa.

Ainda ao departamento de um Regional da CNBB

Tendo O DEPARTAMENTO DE OPINIÃO PÚBLICA DO SECRETARIADO REGIONAL SUL-2 da CNBB, em longo comunicado subscrito pelo Revmo. CÔNEGO PAULO HAROLDO RIBEIRO, procurado refutar, pelos jornais, a nota da TFP paranaense, respondeu esta, também pela imprensa:

“Temos a reafirmar que aquele órgão faltou à verdade, ao falar de “membros da mesma Sociedade [TFP] que, servindo-se do nome, da autoridade e do prestígio da mesma Igreja e do Santo Padre, o Papa Paulo VI, aproveitam-se para levar o descrédito à mesma Igreja e gerar confusão nos meios católicos e cristãos de Curitiba e do Brasil”. Se a afirmação de que no comunicado do Regional Sul-2 se faltou com a verdade desagradou ao Côn. Paulo Haroldo Ribeiro, só lhe resta o caminho de exibir as provas de sua acusação”. Depois de transcrever diversas afirmações anticlericais do Pe. Comblin “em seu famigerado estudo”, conclui a TFP paranaense: “O Côn. Paulo Haroldo Ribeiro, em sua nota, sustenta que não conhece nenhum clérigo anticlerical. Perguntamos se o Pe. Comblin não é anticlerical e se não são anticlericais os clérigos que o apoiam. Torna-se absolutamente impossível, para o porta-voz do Departamento de Opinião Pública do Regional Sul-2 da CNBB, fugir a estas duas questões”.

Ao Exmo. Administrador Apostólico de Botucatu

O Presidente do Conselho Nacional da TFP enviou uma carta ao Exmo. D. ROMEO ALBERTI, Administrador Apostólico de Botucatu, respondendo a declarações prestadas por aquele Prelado à imprensa paulista:

“Tomei conhecimento da seguinte declaração de V. Excia., publicada em “A Gazeta” de 24 de julho: “O movimento [o abaixo-assinado da TFP] não tem sentido. Que existem Sacerdotes desejosos de levar a mensagem do Evangelho à realidade brasileira, é verdade. Que estes Sacerdotes sejam subversivos e comunistas, não é verdade. Portanto, essa coleta de assinaturas não tem sentido.

Peço vênia para manifestar a V. Excia. minha enorme surpresa à vista desta declaração. Tão enorme, que supõe até tratar-se de um equívoco da imprensa. Com efeito, o escrito do Pe. Comblin regorgita de afirmações censuráveis. E não poucos eclesiásticos se têm manifestado pela imprensa, a favor deste documento. Eu compreenderia que alguém dissesse que está de acordo com o Pe. Comblin. Mas, que não seja subversivo e de extrema-esquerda o pensamento do Sacerdote belga e dos que o apoiam, parece-me incompreensível. Por isto mesmo, também me parece incompreensível dizer que a campanha da TFP não tem sentido.

No momento em que a Igreja dialoga com todos e até mesmo com Sacerdotes que lhe enviam mensagens as quais estarreceram ponderáveis setores da opinião pública, estou certo de que V. Excia. não me levará a mal que lhe peça uma palavra de explicação a respeito deste assunto”.

Ao Exmo. Arcebispo de Porto Alegre

Tendo sido publicadas em vários pontos do País declarações do Exmo. Arcebispo de Porto Alegre, D. VICENTE SCHERER, sobre a atuação da TFP, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira emitiu a respeito a seguinte nota:

“Quero crer que as declarações do Sr. Arcebispo de Porto Alegre não tenham sido reproduzidas com exatidão. Como, entretanto, o Prelado não as retificou, vejo-me na contingência de defender contra elas o renome da TFP.

Tendo sido pichada com dizeres anticomunistas a Catedral de Porto Alegre, S. Excia. declarou achar “estranho que aconteça [tal fato], justamente quando um grupo de pessoas, portando cartazes, saem às .ruas para ganhar publicidade abordando muitas vezes, transeuntes para assinar listas sem o menor escrúpulo”. E, mais adiante, acrescenta que o pichamento parece ter “certa ligação com a Sociedade de Defesa da Tradição, Família e Propriedade”.

Como se vê, a acusação — como foi publicada — é imprecisa em tudo, exceto no mencionar o nome da entidade acusada. Quanto ao mais, é um modelo de imprecisão. S. Excia. não afirma que há “certa ligação” entre a TFP e o pichamento, mas apenas que “parece” haver. E não precisa de que natureza seja a “certa ligação” de que fala. Perguntamos como seria tal “ligação”. A TFP teria executado o pichamento? Tê-lo-ia inspirado? Seria este pichamento obra apenas de algum popular indignado com o escrito do Pe. Comblin? Sobre tudo isto, o Sr. D. Scherer é vago.

Quando uma pessoa, sobre a qual pesa a responsabilidade de uma alta função faz uma tão grave acusação contra uma entidade, é indispensável que entre em precisões sobre todos esses matizes. E, quando não está em condições de os precisar, a justiça pede que não divulgue sua acusação. Pois a ninguém é lícito difundir juízos que, por seu próprio caráter vago, são manifestamente temerários.

Aliás, a bem dizer, S. Excia. não publicou um juízo sobre a TFP, mas meras suspeitas. Ele mesmo o confessa quando declara textualmente “não ter conhecimento de quem possa ser o autor do pichamento”.

Assim, enquanto a ética recomenda que jamais se tente prejudicar a fama de alguém sem ter colhida cuidadosamente as provas, no presente caso o respeitável mas açodado acusador confessa que o insulto que atirou à face da Sociedade, não passa de meras suspeitas… A estas suspeitas a TFP está no dever de opor o mais categórico desmentido, pedindo ao mesmo tempo ao Sr. D. Scherer que investigue com cuidado qual a autoria do pichamento, e depois saia novamente a público, dizendo que resultados encontrou.

Já anteriormente àquele Arcebispo, o Vigário-Geral de Porto Alegre, Mons. Urbano Allgayer, fizera à TFP análogas acusações, respondidas com brilho pelo Eng.° João Menezes Costa, Presidente da Secção gaúcha da entidade. Este último perguntou ao Vigário-Geral porque suspeitava da TFP, cujo nome não estava pichado nas paredes da Catedral, e não do CCC, cujas sigla ali estava pichada. O Vigário-Geral não pôde responder. Igual pergunta agora nos toca apresentar atenciosamente ao Sr. Arcebispo D. Vicente Scherer.

Este último, como vimos acima, acusa também os valorosos e abnegados moços que colhem assinaturas, de serem pessoas que “saem às ruas para ganhar publicidade”, etc., etc. Seria indispensável que S. Excia. fornecesse provas de mais esta acusação. Porquanto, a imagem que o Brasil inteiro tem na retina e no coração, a respeito dos coletores de assinaturas da TFP, é de jovens abnegados, invariavelmente corteses, incapazes de forçar quem quer que seja a assinar a contragosto, e aos quais até mesmo adversários de uma lealdade autêntica não têm recusado testemunhos da maior admiração”.

Prossegue a nota da TFP, em resposta a outra acusação:

“Que haja Bispos formalmente comunistas, ao que nos consta é pouca gente que ousa dizê-lo. Há rumores em muitos círculos de que este ou aquele Bispo tem, sobre este ou aquele ponto, ideias que se ressentem, em grau maior ou menor, de uma influência comunista. S. Excia. está categoricamente persuadido do contrário: é direito seu dizê-lo com toda a ênfase que deseje.

Mas isto não lhe dá o direito de afirmar que dirigentes da TFP estão empenhados em difundir que “há Bispos comunistas”. Ainda aqui, pedimos a S. Excia. que aponte onde encontrar — em nossos numerosos escritos e material de propaganda — fundamento para tal acusação.

O que afirmamos em nosso abaixo-assinado é claro e preciso. Não pode ser deturpado para mais ou para menos.

E isto, perto de 600 mil brasileiros, assinando nossas listas, o têm por público e notório.

Ou nosso País é uma terra de imbecis, ou é preciso dar o devido valor a este maciço e impressionante depoimento do povo”.

Ao Exmo. Arcebispo de Florianópolis

A Secção de Santa Catarina da TFP distribuiu à imprensa o seguinte comunicado:

“A Secção de Santa Catarina da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade em face do pronunciamento do Exmo. Sr. Arcebispo de Florianópolis, D. AFONSO NIEHUES, publicado em “O Estado”, no dia 24 de julho último, julga-se no dever de apresentar ao público os seguintes esclarecimentos:

1 — O Sr. Arcebispo de Florianópolis, reconhecendo embora que “qualquer pessoa ou entidade” tem “o direito e liberdade de dirigir-se diretamente ao Papa, a fim de apresentar as suas queixas ou formular seus pedidos”, ponderou que esta Sociedade “não deveria agir, na esfera religiosa, sem entendimento prévio com o respectivo Bispo Diocesano”.

Em vista desta declaração, a TFP julga oportuno lembrar que, o abaixo-assinado por ela promovido tendo âmbito nacional, seria da maior dificuldade tomar contato previamente com duzentos Prelados, antes de lançar a campanha.

2 — Sendo notória a divisão dos meios católicos a respeito da infiltração esquerdista no Clero, e considerando-se que nem todos os Srs. Bispos veem o assunto com os mesmos olhos, esta entidade recearia receber, da parte de alguns Prelados, uma recomendação categórica de não promover a campanha. Tal receio foi confirmado pelo fato de que diversos Srs. Bispos, a posteriori, mostraram-se contrários à campanha, ou solidarizaram-se com o Pe. Comblin, ou ainda, julgaram a iniciativa inoportuna.

Ora, a TFP, nessas Dioceses, estava firmemente resolvida a fazer chegar sua voz ao Santo Padre, apesar de tudo; e então, por respeito a estes prováveis opositores, ela ficava condenada a agir nos estritos termos do direito canônico, isto é, endereçar uma mensagem ao Papa sem consultar as Autoridades intermediárias

3 — Por fim, a TFP pede licença para lembrar que o assunto não é só religioso, mas também cívico, e desde que autoridades eclesiásticas coloquem em risco a estabilidade das instituições, a sociedade temporal, enquanto se identificando com a ordem cívica, tem o direito e o dever de pedir ao Vigário de Cristo que faça cessar o abuso. E isto para que a mesma sociedade temporal não seja obrigada a defender-se com suas próprias mãos.

4 — A TFP lamenta a unilateralidade do Sr. Arcebispo de Florianópolis, pois, referindo-se à entidade para fazer-lhe uma censura com que ela, data vênia, não está de acordo, não soube ter uma palavra de afeto pastoral para com jovens que, com evidente boa intenção, dispendem enorme esforço para o êxito da referida campanha. E este abaixo-assinado atesta que quase um milhão de brasileiros julga indispensável apelar ao Papa para a salvação do Brasil”.

Ao Exmo. Bispo-Auxiliar de Porto Alegre

O prof. Plinio Corrêa de Oliveira enviou ao Exmo. D. Ivo LORSCHEIDER Bispo-Auxiliar de Porto Alegre, carta na qual rebate declarações daquele Prelado à imprensa carioca:

“Só hoje tomei conhecimento das declarações prestadas por V. Excia. ao “Jornal do Brasil” e publicadas por aquele matutino, em sua edição de 23 de agosto passado.

Violentamente atacada por V. Excia., a TFP não pode deixar de se defender:

1 — Afirma V. Excia. que a TFP chama D. Helder Camara de “Arcebispo vermelho”. A TFP é uma sociedade civil, devidamente registrada, que se exprime autenticamente através dos órgãos autorizados para tanto, nos termos dos estatutos. Queira V. Excia. citar o documento no qual algum destes órgãos tenha feito a D. Helder a acusação referida.

2 — Afirma V. Excia., que a TFP só vê o lado mau das coisas, que vê “somente o valor do passada, negando a evolução”. A TFP desfia um progresso realizado numa continuidade fecunda, harmônica e dinâmica com o passado. É a isto que ela chama tradição. Desde que, por evolução, se entenda a contínua destruição de tudo quanto o passado nos legou, para a construção de um dia de hoje inteiramente oposto ao de ontem, e que, por sua vez, será substituído por um dia de amanhã que destruirá, na sua passagem, tudo quanto o dia de hoje está construindo: então, a TFP é contrária, como é óbvio, à evolução. A rejeição deste conceito relativista de evolução absolutamente não importa em que achemos tudo ruim. Tanto não achamos, que queremos conservar muita coisa. Consideram tudo ruim os evolucionistas radicais, que desejam continuamente destruir tudo quanto está construído.

Aliás, não compreendemos como se possa dizer de nós que julgamos ruim tudo quanto existe, quando, pelo contrário, está em nosso lema a defesa da família e da propriedade. Elas, então, não existem? Permita-nos V. Excia. perguntar se, quando a TFP levantou-se com um impressionante e triunfal abaixo-assinado a favor da indissolubilidade do vínculo conjugal, defendíamos algo de inexistente. Ou se, quando estamos lutando para defender o Poder Judiciário, as Forças Armadas, a ordem legal, contra as investidas furibundas do comblinismo revolucionário e anticlerical, estamos lutando a favor de algo que não existe.

E, se existem estas instituições e valores, pelos quais lutamos, como se pode dizer que lutamos contra tudo?

Na sua entrevista, V. Excia. se mostra, aliás, contraditório. Porque, se de um lado assevera que somos contra tudo, de outro lado afirma que somos a favor de todo o passado contra todo o futuro.

O exercício do direito de legítima defesa da TFP me obriga a dizer que, ou V. Excia. atacou esta Sociedade sem conhecer seus pronunciamentos e as obras que ela endossa e difunde, ou não reproduziu: com fidelidade o que nesses pronunciamentos e obras se contém.

Com efeito, quem leu, por exemplo, “Reforma Agrária — Questão de Consciência” e “Declaração do Morro Alto”, obras das quais tenho a honra de ser autor juntamente com o Exmo. Sr. Arcebispo de Diamantina, D. Geraldo de Proença Sigaud, o Exmo. Sr. Bispo de Campos, D. Antonio de Castro Mayer, e o economista Luiz Mendonça de Freitas, não pode ter a menor sombra de dúvida de que a TFP deseja importantes melhoras na atual ordem de coisas. Simplesmente, o que ela não aceita é que tais melhoras tenham caráter socialista e confiscatório. Assim também, quem leu “A Liberdade da Igreja no Estado Comunista”, de que sou autor, não pode ter dúvida de que, sendo embora contrário ao socialismo e comunismo, desejo a introdução de melhorias no regime de propriedade privada. Se esta obra fosse incompatível com toda sadia mudança da atual ordem de coisas, ela não teria dado origem à carta que os Emmos. Srs. Cardeais Pizzardo e Staffa me escreveram, em nome da Sagrada Congregação dos Seminários e Universidades, da Santa Sé”.

Depois de reproduzir o texto do documento da Sagrada Congregação, prossegue o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira:

“3 — Por tudo quanto acabo de dizer, caem por terra os fundamentos com os quais V. Excia. acusa a TFP de herética “no sentido etimológico da palavra”. A atitude da TFP nada tem de maniqueístico, como bem V. Excia. vê. E, se dúvidas lhe restam a este respeito, nós lhe pedimos que, em lugar de se contentar com afirmações genéricas e vagas, queira citar em qual dos nossos pronunciamentos ou dos livros que difundimos, encontra V. Excia. base para sua gravíssima acusação.

“Quod gratis asseritur gratis negatur”: às acusações gratuitas responde-se simplesmente com um “não”.

Esperando de V. Excia. os competentes esclarecimentos, subscrevo-me, com a consideração devida à dignidade episcopal de que está revestido”.

Ao Exmo. Arcebispo de Recife

A propósito de declarações do Exmo. Revmo. Sr. D. HELDER CAMARA, a Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade distribuiu aos jornais a seguinte nota:

“A imprensa carioca publicou declarações do Sr. Arcebispo de Olinda e Recife, D. Helder Camara, segundo as quais o Santo Padre Paulo VI teria recusado audiência aos “representantes da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade, pois foi avisado previamente de que o representante desta entidade, D. Sigaud, havia mantido contatos, no Brasil, com elementos radicais do meio militar, contrários a todo e qualquer tipo de reformas”.

A este propósito, a TFP declara que não enviou qualquer representante a Bogotá ou Medellin, pois, conforme seu comunicado à imprensa de 24 de agosto passado, ela pretende fazer em Roma a entrega de sua mensagem dirigida ao Santo Padre.

O ilustre Arcebispo de Diamantina, D. Geraldo de Proença Sigaud, por certo não se apresentou como enviado da TFP nem pediu audiência ao Santo Padre, nesta qualidade.

Quando D. Geraldo de Proença Sigaud estiver de regresso ao Brasil, sem dúvida esclarecerá a parte que lhe diz respeito, nas declarações de D. Helder Camara. E o fará com a precisão e nobreza de atitudes que lhe são peculiares”.

TAMBÉM OS MILITANTES DA TRADIÇÃO, FAMÍLIA E PROPRIEDADE

Resposta ao Exmo. Arcebispo de Goiânia

O Núcleo de Militantes da Tradição, Família e Propriedade de Goiânia distribuiu comunicado à imprensa, a propósito de ataques do Exmo. Arcebispo Metropolitano, D. FERNANDO GOMES, contra a campanha da TFP:

“O Núcleo de Militantes da Tradição, Família e Propriedade de Goiânia tomou conhecimento das declarações do Sr. Arcebispo Metropolitano sobre a campanha de um abaixo-assinado promovido pela Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP), campanha à qual prestamos a nossa colaboração.

No exercício do sagrado direito à legítima defesa, julgamo-nos na obrigação de dar alguns esclarecimentos ao público, sobre as violentas palavras do Pastor Diocesano:

1 — “O nosso verdadeiro pensamento, as nossas verdadeiras intenções, os nossos verdadeiros propósitos, são em favor de todos e em favor de cada um”, afirma o Sr. Arcebispo, na mesma página do jornal que trouxe suas declarações referentes à TFP. Entretanto, parece que a TFP está excluída daqueles dizeres. De outra maneira, não se compreenderiam as invectivas de caráter exclusivamente pessoal que nos dirigiu S. Excia. Por exemplo, quando nos qualificou, sarcasticamente, de “rapazes bonitinhos”.

2 — O Sr. Arcebispo afirma acreditar, com base no que “alguns” lhe disseram, que os coletores de assinaturas da TFP “muitas vezes colocam a pessoa em dilema como este: você é a favor ou contra o comunismo?” Será que a S. Excia. não impressiona ver que centenas de milhares de brasileiros exprimem, em nossas listas, a angústia que lhes vai na alma pela infiltração esquerdista em meios católicos? Seria desejável que o Sr. Arcebispo, em suas declarações, tivesse entrado no âmago da matéria. Que tivesse dito se acha que existe ou não existe essa infiltração. Se julga, que existe, que a tivesse elogiado ou condenado. E se acha que não existe, então explicasse como 700 mil brasileiros imaginam que ela é real”.

Depois de observar que seria necessário que o Exmo. Revmo. Arcebispo tivesse explicado ao público como é que, “entre os 700 mil imaginosos caluniadores que já assinaram nossa mensagem”, se encontravam seis Bispos, a Sra. Yolanda Costa e Silva, esposa do Presidente da República, dois Governadores, dois Ministros de Estado e numerosos parlamentares, continuam os militantes da Tradição, Família e Propriedade:

“Seria preciso que S. Excia. elucidasse — caso julgue que não há infiltração comunista na Igreja — como explica a mensagem que dezenove prelados brasileiros enviaram, semanas atrás, ao Presidente da República, denunciando “pronunciamentos esquerdistas emanados de meios católicos”, bem como o Manifesto ao Povo Brasileiro dos Srs. Arcebispos de Niterói e de Diamantina, e do Sr. Bispo de Campos, alertando o público contra o documento subversivo do Pe. Comblin. E, finalmente, como explica a mensagem dos Arcebispos de Diamantina, de Pouso Alegre, de Mariana e de Uberaba, subscrita por mais quarenta Prelados, apontando desvios nos ambientes católicos, entre os quais a “orientação esquerdista” para a solução dos problemas sociais.

Isto sim é que constitui matéria séria e substanciosa para uma entrevista de S. Excia. sobre nossa campanha.

3 — Pelo contrário, S. Excia. preferiu evitar o cerne do assunto. Quis apenas acreditar — sem ouvir a outra parte, que somos nós — no que “alguns” anônimos lhe disseram. E com base em fatos que não conhecemos, que estes “alguns”, de número e identidade ignorada, lhe contaram, o Sr. Arcebispo (sem dizer se estes “alguns” referiram-lhe fatos esporádicos ou numerosos), depois de ter asseverado que nada tem a ver com a campanha da TFP, desfere-lhe dura acusação: “a quem me quiser ouvir como Arcebispo […] o método é deselegante e desleal”. Seríamos “rapazes bonitinhos”, cheios de “atrevimento”, etc., etc. Isto tudo assacado com mera base no depoimento dos misteriosos “alguns”.

Contestamos que tenha havido as deselegâncias a que se refere o Sr. Arcebispo, mas, não tendo tido ocasião de nos defender previamente, pedimos a todas as pessoas que julguem ter assinado nossas listas em virtude de tal pressão deselegante, para procurar-nos, a fim de cancelar seus nomes. Informaremos depois, pela imprensa, quais e quantas são estas pessoas.

4 — Ao ver do Sr. Arcebispo, somos até hereges, quereríamos “um “catolicismo” que não existe nem pode existir” e agiríamos por conta de uns tais “integristas”, que nada querem além da confusão. Gostaríamos de saber quem afirmou isto ao Sr. Arcebispo. Sempre os tais “alguns”? Então, que eles se apresentem em público, dando nome a esses mal intencionados hereges, e apontando em quais dos seus livros existem os erros que o Sr. Arcebispo incrimina.

Dói-nos o coração ter que opor uma defesa tão firme às palavras irritadas de nosso Pastor. Mas que modo há de se defender contra duras espadagadas, senão com duros escudos?”

A um Sacerdote de Olímpia

A propósito de “apaixonadas e numerosas críticas” à campanha do abaixo-assinado, feitas em sermões e pelo rádio, pelo Revmo. Pe. ANTONIO SANTCLIMENTS, de Olímpia, os coletores de assinaturas daquela cidade paulista divulgaram comunicado do qual destacamos:

“O Pe. Antonio Santcliments afirma que a campanha de abaixo-assinados promovida pela TFP é dirigida contra o Clero, e que acusamos todo o clero de ser comunista.

Pedimos ao Pe. Antonio Santcliments que dê as provas de que acusamos todo o Clero de comunista. Não as poderá dar, porque jamais afirmamos tal coisa.

O que dizemos, e o que está escrito no material de propaganda que estamos distribuindo, é que em alguns ambientes católicos — e não mais do que isso — se verifica a infiltração de certas ideias ou certas tendências de inspiração comunista.

Que tais ideias ou tendências existem, prova-o o escrito do Pe. Joseph Comblin, do qual estamos distribuindo textos em praça pública. Prova-o, também, o fato de que o Pe. Comblin foi aplaudido por diversas personalidades católicas.

Essas afirmações sobre o escrito do Pe. Comblin não são só nossas. Figuras que têm na Igreja uma situação hierárquica que o Pe. Antonio Santcliments não tem, se solidarizaram com o nosso abaixo-assinado, subscrevendo nossas listas. […]

Em carta dirigida ao Sr. Presidente da República, e publicada por toda a imprensa, dezenove Senhores Arcebispos e Bispos lamentaram a infiltração esquerdista em meios católicos.

Ademais, já são 700 mil os brasileiros que, assinando nossas listas, proclamam conhecer a existência de tal infiltração.

Cabe-nos agora perguntar ao Revmo. Pe. Antonio Santcliments se os ilustres Prelados que citamos são para ele vis caluniadores. E se os 700 mil brasileiros que assinaram nossas listas são beócios que imaginam ver uma infiltração esquerdista inexistente”.

E mais adiante:

“Diz S. Revma. que estamos fazendo este abaixo-assinado em nome da Igreja, ou seja, que afirmamos estar agindo por ordem da Igreja. Desmentimos categoricamente essa afirmação.

Estamos, isto sim, pedindo assinaturas para uma mensagem ao Papa. É uma iniciativa que procede de meros leigos.

Segundo as leis da Igreja, assiste aos leigos o direito de escrever diretamente ao Santo Padre, sem pedir para isto autorização de ninguém. E se alguém sustenta que é preciso licença para escrever ao Papa, nega implicitamente a jurisdição direta do Romano Pontífice sobre todos os fiéis.

Acusa-nos o Revmo. Pe. Antonio Santcliments de sermos ignorantes em matéria de Religião. Graças a Deus, conhecemos bastante bem o catecismo para poder lembrar êste princípio ao Revmo. Pe. Antonio Santcliments”.

A um Cônego de Ribeirão Preto

Qualificando de “tecido de acusações gratuitas” o artigo “Nosso comentário”, estampado no “Diário de Notícias” de Ribeirão Preto pelo diretor daquele órgão católico, Revmo. Cônego ANGÉLICO SÂNDALO BERNARDINO, o Núcleo local de militantes da Tradição, Família e Propriedade fez publicar uma carta a S. Revma., da qual reproduzimos aqui os trechos principais:

“Nele [no artigo “Nosso comentário”] o autor, reconhecendo que os colaboradores da TFP são bem intencionados, não hesita em chamá-los de fora da realidade, criadores de confusão, levianos, histéricos, desonestos, defensores dos seus próprios interesses e caprichos, para terminar insinuando que são escravocratas! Não sabemos como pensa o articulista que se possam conciliar tantos e tais adjetivos com a boa intenção que reconhece de início aos colaboradores da TFP.

O autor não quis, porém, satisfazer-se com tão pouco e resolveu voltar-se também contra egrégios Bispos que apoiam a Sociedade. Reconhecemos que procura mostrar certa moderação, qualificando-os até de “santos enquanto pessoas”. Não obstante, faz contra eles graves afirmações, acusando-os de viverem fora da realidade e da autêntica doutrina social cristã, e que um deles permite que no jornal editado sob sua égide se façam corrupções nefastas do pensamento alheio (como o articulista não pode ignorar, o jornal “Catolicismo” é um órgão que se publica sob a responsabilidade de D. Antonio de Castro Mayer, Bispo de Campos). O curioso é que tais afirmações venham desacompanhadas de provas, e estejam contidas no mesmo artigo que protesta contra os que pretensamente denegririam figuras de nossa Hierarquia!

Justamente o que nos deixa mais perplexos, ao examinar o artigo, é o contraste entre as injustas acusações que formula e a insistência com que ele fala de verdade, de justiça e de amor…”

E mais adiante:

“Gostaríamos de fazer ainda mais uma pergunta ao articulista: ao afirmar que a TFP melhor faria “se seu anticomunismo fosse acompanhado de anticapitalismo”, ele implicitamente assume uma posição que não é nem comunista nem capitalista. Ora, até o momento, no Brasil os partidários dessa misteriosa terceira-posição não a definiram. Poderia o autor do artigo fazê-lo em termos que não deixassem dúvidas? Quanto a nós, no que diz respeito ao regime capitalista, como vigora em nossos dias, consideramo-lo legítima em seus aspectos essenciais, apresentando ao mesmo tempo defeitos que podem e devem ser sanados. Ora, o mesmo não se pode dizer do comunismo, que é intrinsecamente mau, ainda que não considerássemos o seu visceral ateísmo”.

Depois de transcrever trechos do documento do Pe. Comblin, o qual o Revmo. Cônego Bernardino nega ser subversivo (a ponto de incriminar como desonesto quem o qualifica assim), concluem os militantes da Tradição, Família e Propriedade:

“Se um documento que de tal modo ataca as instituições eclesiásticas e civis, se insurge contra a autoridade dos Bispos, prega a desmoralização do Governo e das Forças Armadas e a legitimidade das guerrilhas, e apresenta como exemplo a seguir o de Fidel Castro em Cuba, se um tal documento não é subversivo, não sabemos então mais o que é ser subversivo”.

Fonte: https://www.pliniocorreadeoliveira.info/MAN_6808_defesa_ataques_mais_inesperados.htm#.YMaxV6hKiMp

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