Em visita ao vale do rio Dordogne, no centro-sul da França, deparei-me com esta cena insólita: um educado representante de raça canina à janela de uma linda casa, com tal ar de superioridade que parecia ser o dono… Ora, essa casa pertenceu ao antigo batteur de la monnaie, ou seja, o equivalente à Casa da Moeda em nossos dias.
A cena intrigou-me. Como pode um animal portar-se quase como um ser humano? Talvez me engane, mas para um feroz boxer tomar essa atitude só pode ter sido por um trabalho de educação. E essa educação chegou a ponto de o animal exprimir até certo ar de senhorio. Terá ele imitado seu dono ou dona?
Provavelmente jamais saberemos. Mas resta-nos a lição: nos tristes dias em que vivemos, quão poucos seres humanos recebem uma verdadeira educação para a vida. Quantos se rebaixam até onde às vezes não o permite nem mesmo o instinto dos animais. O desleixo, a desordem, o espírito revolucionário degradam pessoas que possuem uma alma imortal e que serão julgadas por Deus no fim desta vida!
Se a tarefa da educação é das mais nobres e meritórias, por isso mesmo deveria constituir a maior preocupação, não só de todos os pais, mães e educadores, mas também de todos os governantes. Infelizmente não é o que ocorre em nossos dias.
Ótimo texto: belo, simples e profundo.