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Catedral de Colônia e Notre-Dame de Paris, duas modalidades de catedrais, dois aspectos das almas de santos
As torres da catedral de Colônia, na Alemanha, se lançam para o ar com um élancé vigoroso, ardente e robusto, como se não tomassem na menor consideração a terra.
Em minha ótica, toda a arquitetura da catedral é bonita, mas as torres nos fazem esquecer o corpo do edifício. O que está bem concebido, pois é um dos modos de se procurar o sublime.
Sublime do quê? Do metafísico, nas suas mais altas expressões abstratas e simbólicas. Mas também do sobrenatural, naquilo que o aspecto místico possa apresentar de mais extraordinário, sem preocupação com a vida terrena e com outras coisas menos elevadas.
Assim, para satisfazer uma necessidade da alma que não depende de coisas terrenas, as torres sobem num voo. No conjunto da construção, as torres simbolizam almas e mentalidades com essa perspectiva mais elevada e contemplativa.
Entretanto há outros tipos de mentalidades que poderiam ser mais bem simbolizadas à maneira da catedral de Notre-Dame de Paris. Voltam-se também para o que há de mais alto, mas formam um só conjunto com o corpo da catedral. Eles têm uma tendência a tomar essas altas verdades e aplicá-las na ordenação da vida terrena, no quotidiano, nos aspectos temporais.
São Charbel Maklouf poderia estar bem representado na linha das torres da catedral de Colônia. E São Luís IX, Rei da França, estaria mais bem representado na linha da catedral de Notre-Dame.
O badalar dos sinos nos carrilhões desses dois edifícios religiosos indicaria aos nossos espíritos algo de excelente para se compreender as duas mentalidades. Estas seriam uma síntese do Reino de Maria segundo as revelações de Nossa Senhora em Fátima.
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Excertos da conferência proferida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em 22 de julho de 1983. Esta transcrição não passou pela revisão do autor. Fonte: Revista Catolicismo, Nº 834, Junho/2020.