O Comissariado Geral para Estratégia e Prospectiva, órgão dependente do Primeiro Ministro francês, concluiu que a “Europa da Energia” está em crise, fato aliás bem conhecido, mas não reconhecido oficialmente até agora.
A novidade está em que um relatório oficial teve a coragem de sinalizar a causa do fracasso: as “energias alternativas”: o “pacote clima-energia” criado pela União Europeia em 2008 com o objetivo de impressionar o público.
Segundo o referido pacote, em 2020 a emissão de gazes estufa seria reduzida em 20 %, a eficácia energética aumentaria 20% e as “energias renováveis” verdes atenderiam a 20% do consumo.
Porém, observou o relatório do Comissariado francês, esses objetivos se apoiavam em previsões errôneas.
A UE sonhava com a liderança mundial em energias verdes sem perda de lucros e com a renovação dos estilos de vida de centenas de milhões de seus cidadãos que, se tivessem sabido o que estava sendo planejado, nunca teriam aprovado. Por isso, aliás, também nunca foram consultados.
Agora, foi-se o sonho. Chegou a hora de confessar a realidade constatada. As promessas não tinham fundamento e nenhuma delas se efetivou.
Pior, a revolução do xisto, tão odiada pelos verdes nos EUA, já está afetando o mercado mundial de energia. Aumentou o uso do carvão, sempre mais barato pela competência do gás de xisto.
Por outro lado, a opinião pública mundial não marchou como um exército de escravos da propaganda ambientalista na enganosa estrada de “preservar o clima do planeta”.
A UE não foi capaz de produzir os equipamentos e as instalações que tornariam viáveis as “energias renováveis” e os investidores fugiram delas.
Pior ainda, para os lares europeus o custo da eletricidade cresceu por volta de 27 % entre 2008 e 2013. Ele duplicou numa década na Alemanha, um país que de início foi entusiasta das “energias verdes”.
As subvenções estatais às “energias renováveis” distorceram os preços da eletricidade, degradando a rentabilidade das geradoras convencionais e impedindo sua necessária renovação.
Em poucas palavras, ficaram velhas, endividadas, precisando investir maciçamente para atender às necessidades previsíveis daqui a poucos anos. Mas a crise bloqueia as fontes de financiamento.
O Comissariado apelou para três economistas de primeira linha a fim de proporem uma solução: o prof. Marc Oliver Bettzüge, diretor geral do Instituto de Economia de Energia da Universidade de Colônia; o prof. Dieter Helm, da Universidade de Oxford; e o prof. Fabien Roques, da Universidade Paris-Dauphine e vice-presidente de Compass Lexecon.
Com base em suas contribuições, o Comissariado elaborou um relatório para o futuro da UE. Porém, as conclusões são decepcionantes. Em poucas palavras: mais do mesmo e, se possível, pior ainda.
Entre as ideias “originais” para resolver o problema gravíssimo que se avolumou sobre a Europa, o relatório fixa como objetivo primeiro – leia-se único escreve, o jornal pró-socialista “Le Monde” – a redução da emissão de CO2.
A proposta é de que a racionalidade energética e o desenvolvimento das “energias alternativas” fiquem submetidas às exigências do combate ao CO2.
O plano também propõe uma infinidade de medidas dirigistas e amplos desenvolvimentos burocráticos, além de tentar melhorar as tecnologias “não maduras” – leia-se, sem gracejo, verdes.
ALDO LANGBECK CANAVARRO,
Muito bom o seu alerta!!!
Temos que ver a realidade das políticas de preços adotadas pelo governo e nos prepararmos.
Contrataram três economistas de renome, para driblar a realidade, encontrar uma fórmula mágica de resolver a crise sem aumentar o preço da energia (sim porque para adotar este tipo de solução, não precisa chamar nenhum economista, qualquer idiota aponta este caminho)
O aumento do preço da energia, traz dois efeitos benéficos:
1 – reduz o consumo
2 – moderniza o funcionamento das usinas, que dispondo de
mais capital, podem investir sem precisar de
financiamento
Mas quem tem coragem de propor este tipo de solução?
O Brasil tem a sua “crise energética” doméstica, só não
adotou a solução realista, por conta das eleições, mas já está tudo programado para em 2015, a verdade assumir o seu lugar, a não ser que algum economista iluminado descubra algum “ovo de colombo” para
resolver o problema!