Neste dia 31 de julho celebramos a festa litúrgica de Santo Inácio de Loyola (1491-1556). “Tinha a alma maior que o mundo”, assim muito apropriadamente o designou o Papa Gregório XV.
“Tudo para a maior glória de Deus”, este foi sempre o lema de sua vida, por exemplo, no destemido combate à pseudo-reforma protestante com sua cruzada, a Contra-Reforma Católica. Fundador da Companhia de Jesus, que foi um verdadeiro exército forjado em sua obra-magna os Exercícios Espirituais, que se expandiu para todos os países, divulgado em quase todas as línguas.
Esses Exercícios, desde o século XVI até nos tempos atuais, servem como método lógico inaciano para todos os católicos que participam de retiros espirituais com o objetivo de se aperfeiçoarem na prática das virtudes. Não é um mero livro de leitura, mas um método de meditação. Tem o objetivo de, através da argumentação lógica, impedir que os homens sigam pelas vias que levam à perdição eterna. Bem como a finalidade de reconduzi-los ao único Senhor e Soberano que merece toda nossa dedicação, Deus Nosso Senhor Jesus Cristo.
Tal “método inaciano” ocupa-se em apontar o fim último para o qual o homem foi criado — conhecer a Deus, amá-Lo e servi-Lo e, por esse meio, obter a bem-aventurança eterna —, e apontar o pecado, e todas as desordens e afeições terrenas, como obstáculos para se atingir tal finalidade e a perfeição espiritual.
Ocupa-se também em meditar a vida, paixão e morte de Nosso Redentor, como o modelo a ser seguido. Nos dias dos Exercícios são reservados alguns instantes para exame de consciência, com vistas a fazer no final uma confissão geral.
A respeito transcrevemos um belo trecho do Papa Pio XI. Ele referiu-se aos Exercícios Espirituais como “admirável livro dos Exercícios, pequeno no tamanho, mas cheio de sabedoria celeste, foi solenemente aprovado, louvado e recomendado pelo Nosso Predecessor de boa memória Paulo III” (Encíclica “Mens Nostra”, 20-12-1929).
“Por seu nome ‘Exercícios Espirituais’ entende-se toda a maneira de examinar a consciência, de meditar, de contemplar, de orar vocal ou mentalmente, e de outras operações espirituais. Porque, assim como passear, caminhar e correr são exercícios corporais, da mesma maneira todo o modo de preparar a alma para tirar de si todas as afeições desordenadas, e depois de tiradas, buscar e achar a vontade divina na disposição da sua vida para a salvação da alma, chamam-se exercícios espirituais”. (Santo Inácio de Loyola, Exercícios Espirituais, Livraria Apostolado da Imprensa, Porto, 1966, p. 11).