Cincoenta anos se passaram da morte de Fábio Vidigal Xavier da Silveira, — aquele brasileiro que marcou indelevelmente a fronte de Eduardo Frei (ex presidente do Chile) — com a alcunha de O KERENSKY CHILENO. PDF gratuito: https://www.pliniocorreadeoliveira.info/LIV_196707_Frei_o_Kerensky_chileno.htm#.YcsVLWjMKMo
Réquiem da Terceira Via
Na distante década de 70, a Revolução ensaiava para a América Latina seu plano de Terceira Via, e elegeu a Democracia Cristã chilena sua amada, protegida e “mágica” via entre o Capitalismo e o Comunismo. Exatamente essa mesma Terceira Via que a esquerda camuflada quer restaurar no Brasil de 2022. Como se fosse possível uma terceira opção entre bem e mal, entre verdade e erro, entre Deus e Satanás. Como se fosse possível uma Terceira Via entre o Brasil autêntico e o antiBrasil das esquerdas.
Recordemos, há 50 anos, estávamos em plena guerra fria. A Revolução universal, diante do fracasso da URSS em convencer o Ocidente de suas malfadadas teses de luta de classes, tinha feito “progressos” em setores do Clero e do Episcopado em nível sul americano. Mostrou-o com abundância de documentação o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira em seu livro A Igreja ante a Escalada da Ameaça Comunista https://www.pliniocorreadeoliveira.info/Escalada_197606_igreja_silencio_chile.htm#.YcsXHmjMKMo.
Dr. Fábio bem compreendeu essa manobra da Revolução na América Latina e deu o golpe mortal na Terceira Via chilena.
O Íbero-americanista cristão
“Aliás, a prova está feita pelos fatos, a tal ponto que quando Allende substituiu a Frei na suprema magistratura, não faltou quem chamasse — e merecidamente — de profética a clarividência do jovem autor brasileiro. E o nome do líder pedecista chileno ficou para todo o sempre ligado ao de Kerensky.
“Assim, prefiro ressaltar neste artigo, a valiosa contribuição de “Frei, o Kerensky chileno”, e de seu autor, para a causa de palpitante atualidade, da unidade dos povos íbero-americanos.
“Esse livro, escrito por um brasileiro, repercutiu intensamente no Chile, onde foi lido e comentado em todos os ambientes culturais e políticos. Mal foi ele divulgado no Brasil, sua circulação no Chile foi proibida pelo governo Frei. Organizou-se então, naquele país, um verdadeiro “câmbio negro” para a compra da obra aos numerosos turistas chilenos que, vindos de Buenos Aires, traziam em suas bagagens a edição castelhana promovida pela TFP argentina. Ao pé da letra, o livro abalara o Chile.
“Não foi só. Posto à venda em campanha de rua, por sócios e militantes das TFPs ou entidades congêneres em quase todos os outros países sul-americanos, alcançou “Frei, o Kerensky chileno” rápido e fulgurante sucesso. Assim, foi a obra editada na Argentina (seis edições), na Venezuela (duas edições), na Colômbia, no Equador e em El Salvador, o que, com as quatro edições brasileiras, perfaz o imponente total de quinze edições, superando a casa dos 102 mil exemplares. Não sei de livro do gênero, escrito por autor brasileiro, que haja alcançado igual sucesso fora do País.
“E não se trata apenas de sucesso. A experiência demo-cristã, lançada por Frei, hipnotizava literalmente numerosos e influentes setores da opinião pública íbero-americana. O livro de Fábio Vidigal Xavier da Silveira, desfazendo o mito pedecista, concorreu notavelmente para que o rumo histórico do continente passasse a demandar outros horizontes.
“É preciso explicar em que sentido esses fatos serviram à causa da unidade íbero-americana. Assisti de perto à elaboração do brilhante trabalho, e auscultei bem, naquela ocasião, a alma de seu autor. O grande intuito dele não era a vanglória. Consistia em bem servir a civilização cristã, que ele via comprometida pela experiência chilena.” https://www.pliniocorreadeoliveira.info/FSP%2072-01-02%20Fabio.htm
A História, Mestra da Vida
Dr. Fábio faleceu em pleno apogeu da divulgação e repercussão de seu livro “profético” Frei, o Kerensky chileno. O grande inimigo da Civilização Cristã na América Latina estava por terra.
Os ensaios midiáticos e políticos de ressuscitar o cadáver da Terceira Via, como opção para o Brasil em 2022, estão na contramão da História. As cristalizações no público com o desvendar do espectro revolucionário (aborto, ideologia de gênero, invasões, agenda lgbt, pesadelo sanitário, lockdowns e passaporte sanitário, pressão internacional sobre a Amazônia, ecoterrorismo …) causaram um sobressalto salvador.
Na qualidade de católicos, de conservadores vemos ai também um auxílio da graça de Deus.
Nossa Senhora Aparecida continue a proteger o Brasil de seus inimigos da esquerda e do falso Centrão.
O aspecto católico de Fábio Xavier da Silveira
Conclui o Prof. Plinio, em seu artigo na Folha:
“Este, o Fábio da vida pública. Os que com ele convivemos na intimidade tivemos ocasião de apreciar também o Fábio da existência quotidiana.
“Era ele um trabalhador infatigável, a quem as grandes tarefas atraíam. Um amigo leal, cuja solidariedade era inteira, mesmo nos momentos mais difíceis. Leitor apaixonado do teatro clássico francês, tinha na alma alguns reflexos cornelianos. Entretanto, a par disto, havia um Fábio bem brasileiro, que levava freqüentemente o afeto até os limites do carinho, um Fábio lhano e até humilde, sempre pronto a aceitar sugestões, a reconhecer falhas, a desculpar-se por elas, e até a atribuir-se escrupulosamente defeitos que não tinha.
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“É cedo para tratar aqui do aspecto mais profundo desta alma que Deus acaba de chamar a Si. Falo do cunho religioso da mentalidade de Fábio.
“Em meu olhar jamais se apagará a recordação da fisionomia de Fábio nos lances últimos de sua dolorosa enfermidade. Ele não temeu a morte. Pelo contrário, caminhou serenamente para ela, considerando-a sob o duplo prisma da libertação e do holocausto. Libertação de nossa condição de homens pecáveis. “Prefiro morrer, a expor-me ao risco do pecado”, disse-me ele. Holocausto pela Igreja. Cerrou os olhos oferecendo a Nossa Senhora — de quem era devotíssimo — suas dores e sua morte, em prol da Igreja dividida, conspurcada, traída, mas sempre divina e inefavelmente santa.
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“Tal foi a pessoa, tal a obra, tal o fim desse insigne lutador do pan-íbero-americanismo tradicional e cristão.” https://www.pliniocorreadeoliveira.info/FSP%2072-01-02%20Fabio.htm
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Nossa gratidão a Dr. Fábio, instrumento da Providência para expandir a missão da íbero-américa, a compreensão de nossa unidade no anticomunismo, nossa rejeição à Terceira Via que é o sepulcro de todo idealismo católico e brasileiro. Não há Terceira Via entre o Brasil Real e o antiBrasil. Não há meio termo entre o bem e o mal.
Que ele obtenha da Divina Providência a libertação de Cuba da tirania castrista, a libertação da Venezuela, da Nicarágua e outras Nações subjugadas pela esquerda. E o Chile, no Caminho de Damasco, repudie a esquerda que venceu nessa eleição e retome sua glória de Nação anticomunista.
Seja sua linguagem sim, sim; não, não!, ensinou o Divino Mestre.