José Carlos Sepúlveda
Silencioso marxismo cultural
Ao comentar este e outros episódios, o jovem e brilhante jornalista Henrique Raposo, no semanário Expresso de Lisboa (23.abr.2010) respondeu à pergunta: O que é o politicamente correto?
São trechos desse artigo que hoje quero compartilhar com os que acompanham o Radar da Mídia:
“I. O “Politicamente correto” é, se quiserem, um silencioso marxismo cultural. Se o velho marxismo era uma coisa de massas, este novo marxismo é uma coisa silenciosa. O politicamente correto não é uma ideologia coletiva. É, isso sim, uma crença privada. Mas, atenção, é uma crença privada partilhada, em silêncio, por milhões. É um manual de comportamento e de policiamento do pensamento e do vocabulário. Leia o 1° artigo desta série
II. O velho marxismo assentava numa simples dicotomia moralista: havia os “bons”, os operários, e os “maus”, os burgueses. O novo marxismo cultural readaptou essa lógica para a esfera cultural, religiosa e étnica: há o “mau”, o Ocidente branco, e há o “bom”, o resto do mundo não-ocidental. Isto, como é óbvio, gera a farsa moral do politicamente correto. Uma farsa que mina o debate das nossas sociedades.
III. Um exemplo desta farsa: há dias, Evo Morales disse uma barbaridade: os transgénicos, segundo o Presidente da Bolívia, causam a terrível doença da homossexualidade. Esta declaração, que é um absurdo, não causou polêmica. Os “tolerantes” do costume não reagiram. Se tivesse sido um líder ocidental a dizer semelhante disparate, oh meu Deus, tinha caído o Carmo e a Trindade. Mas como foi um “indígena” da Bolívia, as boas consciências calaram-se. Tal como se calaram perante o racismo de Lula da Silva (“esta crise é da responsabilidade de louros de olhos azuis”) ou perante a ignorância criminosa de líderes africanos (“a AIDS é uma invenção ocidental”). Pior: os “tolerantes” são incapazes de criticar a homofobia de Morales, mas já são capazes de me apelidar de “racista” só pelo fato de eu criticar Morales. É esta a hipocrisia vital do chamado “politicamente correto”. “
Já o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira já alertava para essa transformação do comunismo. E a essa transformação chamava de METAMORFOSE e chamava a atenção para o lado “verde” e uma revolução cultural descrita em parte pelo jovem jornalista Henrique Raposo.