Festival “Fica Verão” na Semana Santa? Ultraje ao Cristo Redentor

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Temos tratado neste site a respeito dos Valores Morais, condição essencial para se restaurar o tecido social católico, com que se edificou o Brasil.

Nada mais deteriorante dos Valores Morais que a infeliz e anticatólica iniciativa do festival “Fica Verão”, patrocinado por O Globo na Semana Santa.

A meditação das dores de Nosso Senhor, na Paixão, inclinam a alma católica à comiseração (sentimento de piedade pela infelicidade de outrem; compaixão) e à consideração da bondade divina se imolando por nossos pecados.

A bondade e a comiseração nos inclinam a considerar as dores de Nosso Senhor na Paixão

Todos nós sabemos que um dos sentimentos mais entranhados no brasileiro é, sem dúvida, o da bondade. Isso, a tal ponto que – “privada do amparo de uma instrução religiosa real e metódica, (essa bondade) descamba com freqüência demasiada para o indiferentismo, para o liberalismo, para a acomodação com todos os erros e todas as opiniões”.(1)

Não é muito diferente o nosso sentimento de comiseração. A “mais pequenina dor que diante de nós se produza e diante de nós gema, põe na nossa alma uma comiseração e na nossa carne um arrepio”, escrevia Eça de Queiroz sobre a alma portuguesa.

Essa bondade e esse sentimento de comiseração com as dores de Nosso Senhor se manifestam de modo especial durante a Semana Santa.

“Fica Verão”: ingratidão e ultraje à nossa Fé, nossa bondade, nossa comiseração

Estávamos em plena Semana Santa e em seus dias mais importantes, Quinta e Sexta-feira santas, quando um ilustre amigo mostrou-me um recorte com o seguinte título: “A estação mais quente toma conta de Marina da Glória”. E o subtítulo acrescentava: “Começa hoje o festival Fica Verão…” (O Globo 29.3.2018).

Mas, então, na Quinta e Sexta-Feira Santas “um festival que reúne shows, festas e biergarten”? Nestes dias em que o Divino Mestre, em Sua Paixão por nossos pecados, nos olha pedindo um pouco de bondade e compaixão … nós retribuímos com um Festival?

Li e reli a notícia, ela não dava margem a duvidas: meia página de jornal com duas fotos ilustrativas, redigida de modo bombástico e não faltando – note o leitor – umas picadas na Intervenção Federal e entorpecendo o público com a falsa idéia de 365 dias de Carnaval.

Uma programação de Carnaval em plena Semana Santa! Em 30/3/18, Sexta Feira da Paixão, O Globo noticia: “Blocos de carnaval animam estreia do Fica Verão”. “O Fica Verão é uma realização O GLOBO, com patrocínio master de Itaipava, operadora oficial Vivo, patrocínio do Banco do Brasil, apoio institucional da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e parceira musical da Rádio Globo”.

Quão apropriadas são as palavras que a Igreja recita na Sexta Feira Santa (exatamente durante o Festival) “Ó meu povo, que te fiz Eu? Que mais devia ter feito por ti, e não fiz?” “vinagre Me deste a beber na Minha sede, e furaste com uma lança o lado de Teu Salvador”.

Contraste entre a Paixão e o Festival

A natural inclinação do brasileiro para a bondade e a comiseração nos levam, na Semana Santa, a considerar os sofrimentos de Nosso Senhor e nos associarmos em espírito a todas as dores sofridas pelo Homem Deus. Esse é o convite que nos faz a Santa Igreja, durante dois milênios, através de tocantes cerimônias, símbolos e leituras de textos sagrados. O Lava-pés, a instituição da Sagrada Eucaristia na Quinta Feira; a Paixão propriamente dita na Sexta (para a expiação de nossos pecados), o Sábado Santo na consideração de Nosso Senhor no Sepulcro. E como prêmio, a Ressurreição.

Enquanto a Igreja celebra, junto com os fieis, a Paixão de Nosso Senhor, “o festival “Fica Verão” da GLOBO, com patrocínio master de Itaipava, operadora oficial Vivo, patrocínio do Banco do Brasil, apoio institucional da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e parceira musical da Rádio Globo”, promove o Carnaval.

Por que razão uma renovação do Carnaval em plena comemoração da Paixão de Nosso Senhor? Será que O Globo, como outrora fez o Sinédrio, não podia esperar o tempo de Páscoa?

O que espera de nós o Cristo Redentor?

Não foi em vão que a Providência quis galardoar o Rio com a imagem do Cristo Redentor. Dali parte a bênção, a proteção, o convite à conversão. Do alto do Corcovado o Divino Mestre repete a todos nós – aos promotores e participantes do “Fica Verão” — as palavras que a liturgia católica canta:

“Ó meu povo, que te fiz Eu? (…)
Que mais devia ter feito por ti, e não fiz?
Eu te plantei como vinha escolhida e preciosa:
e tu te fizeste amarga para Mim;
vinagre Me deste a beber na Minha sede,
e furaste com uma lança o lado de Teu Salvador”.

Qual a atitude da arquidiocese do Rio de Janeiro? Irá promover um desagravo à Nosso Senhor ultrajado pelo Festival? Esperamos. E, sobretudo, que desenvolva uma ação para que não se repita esse ultraje a Nosso Redentor.

Nada mais deteriorante dos Valores Morais que a infeliz e anticatólica iniciativa do festival “Fica Verão” patrocinado por O Globo nesta Semana Santa.

Que Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, abrevie esses dias de calamidade e injustiça para com o Divino Salvador. Protestemos! Façamos pública a nossa inconformidade, desagravemos a Nosso Senhor pela infeliz e anticatólica iniciativa do Festival em plena Semana Santa.


Nota: (1) Legionário, N.º 365, 10 de setembro de 1939 – Civitas Sancta

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