Fim de uma tradição? Vaqueiros protestam em Brasília

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    nordeste-6-1024x504Milhares vaqueiros nordestinos e trabalhadores vinculados às tradicionais “vaquejadas” fizeram, no dia 25 último, grande manifestação em Brasília: a “Marcha dos Vaqueiros. [fotos]

    nordeste-14-200x300Eles levaram seus cavalos e bois na manifestação e protestaram na Esplanada dos Ministérios contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de proibir as vaquejadas, nas quais vaqueiros em cavalgada tentam derrubar o bovino.

    O STF alegou “maus tratos nos animais”, o que é negado pelos vaqueiros, que garatem que a prática nos últimos 10 anos foi regulamentada a fim de se assegurar a proteção dos animais, o que é fiscalizado por veterinários.

    Zito Buarque (vaqueiro de Campina Grande, PB) disse que várias cidades do Nordeste vivem das vaquejadas, gerando trabalho para muitos na fabricação de ferraduras, arreios, criação de animais etc. Disse também que há muita desinformação sobre eventual sofrimento do animal: “Hoje o que existe é a vaquejada moderna. O boi hoje, quando corre, é com protetor de cauda. Não se pode mais usar espora e chicote. O animal cai na areia com 50 ou 60 centímetros para amortecer. No passado pode ter existido, mas hoje não há maus-tratos”.

    Os vaqueiros defendem essa tradição do povo nordestino que, ademais, auxilia fortemente a economia dos estados e das famílias naquela região. Por isso, pedem ao STF a revogação da decisão, que poderá causar graves prejuízos financeiros, além de dano à cultura do Nordeste.

    nordeste-15-1024x567A Secretaria da Agricultura do Estado da Bahia afirmou em nota ser favorável às vaquejadas. “A equideocultura é a segunda atividade econômica da pecuária nacional, e a Bahia possui o 1º plantel de equídeos nacional (Equinos, Muares e Asininos), o que contribui significativamente para a economia regional do setor agropecuário, responsável pela geração de milhares de postos de trabalho”, afirma a nota.

    nordeste-3-207x300Segundo estimativas da Associação Baiana de Vaquejada,“Atualmente são realizados mais de quatro mil eventos do tipo na Bahia, movimentando R$ 800 milhões por ano, e gerando cerca de 720 mil empregos, sendo 120 mil diretos e 600 mil indiretos”. O que é confirmado pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha e pela Associação Brasileira de Vaquejadas.

    A respeito dessa tradição nascida no agreste nordestino — quando vaqueiros montados, usando trajes típicos e com muita habilidade, juntavam o gado no sertão — veja no próximo post  interessante artigo de Carlos Sodré Lanna, publicado na Revista Catolicismo, Nº 551, Novembro/1996.

     

    3 COMENTÁRIOS

    1. É preciso caminhar a passos largos para a evolução da espécie humana, já perdemos muito tempo, e isso tem a ver diretamente com o nosso espiritual que deve estar acima do humano. Sempre haverá outras alternativas para o trabalho e renda dignos. Uma cultura que retrocede ao animalesco é dispensável.

    2. Estamos caminhando a passos largos para o controle total por parte do Estado. Destruir as tradições é só começo, daqui estaremos falando ao língua da fez e adotando cultura estrangeira.

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