Fingia ser repreendida!

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Repreendida

Hábitos e leis cada vez mais liberais vão pondo a sociedade em xeque. É a degradação dos costumes, o desfazimento das famílias, o avanço do nudismo e do semi-nudismo, a criminalidade, a… paramos por aqui porque a lista é longa demais, não cabe neste artigo.

Vamos nos deter num ponto apenas, que é fundamental. Trata-se da educação dada a crianças e adolescentes. Dessa educação depende em grande parte, é óbvio, o futuro da sociedade.

Hoje é politicamente correto (e asnaticamente absurdo) impedir que os pais imponham normas a seus filhos menores, se necessário com castigos proporcionados.

A tal propósito, é esclarecedor o documentado artigo da jornalista Ludmilla Ortiz Paiva, publicado no site da UOL (7-3-14), intitulado “Pais liberais demais dão a filho mais responsabilidade do que ele pode ter”. Seguem alguns trechos:

“À primeira vista, deixar os filhos ‘soltos’ demais pode até parecer um sinal de confiança forte dos pais. Mas liberdade em excesso pode tornar crianças e jovens carentes de uma figura que impõe limites.

“Além disso, quando a liberdade é muito grande — principalmente no caso de crianças —, os pais acabam deixando para o filho a responsabilidade de tomar decisões que ele não tem maturidade para administrar. É o que diz o psiquiatra Içami Tiba, autor de diversos livros sobre educação, como ‘Quem Ama, Educa!’

Apesar de pensar que está ajudando o filho, os pais estão errando como educadores. Não se pode deixar a criança ou o adolescente fazer tudo que tiver vontade. São os adultos que vão arcar com as consequências dessa liberdade toda’, declara Tiba. E, futuramente, os filhos também.

Os pais têm a ilusão de que proibir fará os filhos sofrerem. Só que, quanto menor a criança, menos conhecimento ela tem para avaliar as consequências dos seus atos’, afirma a professora Audrey Setton Lopes de Souza, do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo). Segundo a especialista, a liberalidade excessiva não ajuda e, sim, assusta a criança.

“De acordo com Audrey de Souza, as regras devem começar a ser impostas quando a criança ainda é bebê. ‘A gente nasce com uma busca pelo prazer ilimitado. E são com regras básicas que aprendemos a lidar com o mundo’, diz.

“Segundo os especialistas, a liberdade total, geralmente, leva o adolescente para dois caminhos: um é a carência, o sentimento de estar abandonado. O outro é a delinquência.

“A professora Leila Tardivo conta que, certa vez, acompanhou o caso de uma adolescente que fingia estar sempre conversando com a mãe pelo telefone. ‘Ela fazia de conta que tinha uma mãe que a repreendia, como as amigas tinham. Ela precisava de um cuidado, e a mãe não ligava, deixava a garota fazer tudo, a menina se sentia abandonada’, descreve a especialista.

“Segundo a professora Audrey de Souza, o adolescente é transgressor por natureza e é preciso ir contra a essa tendência. ‘Para o jovem, é importante desafiar. A gente sabe que, uma hora ou outra, ele pode experimentar bebidas alcoólicas. É importante que haja um adulto que diga ‘não’. Que dê bronca se ele beber. O desafio sem uma certa intervenção pode criar um delinquente, que só vai parar de cometer excessos quando for barrado pela justiça’.”

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De nossa parte, acrescentamos que todo ser humano, ao lado de qualidades e aptidões próprias a sua natureza, nasce também com más inclinações provenientes do pecado original. Enquanto convém apoiar e estimular aquelas, é preciso refrear e coibir estas. É o papel da educação.

Por isso diz a Sagrada Escritura: Vara e correção dão a sabedoria; menino abandonado à sua vontade se torna a vergonha da mãe” (Prov 29,15).

4 COMENTÁRIOS

  1. Por isso que eu e minha esposa damos umas palmadas na nossa filha de três anos e meio, claro quando for necessário!

    Levei uma merecida surra de cinto da minha falecida mãe quando fui muito birrento aos seis anos e agradeço até hoje por isso.

    Aqui em casa lei da palmada não entra!

  2. Lembro muito bem quando meu pai estava executando algum serviço em casa, pois ele era Farmacêutico e nas horas vagas em que estava em casa sempre fazia um serviço, quer de bombeiro hidráulico, quer de carpintaria, quer de pedreiro, quer de eletricista ou outro serviço no lar. Então ele me chamava e dizia: “o que você está fazendo? eu respondia: nada!” então ele falava “vem aqui me ajudar!” De outras vezes ele já me chamava direto: “Vem me ajudar!” Com estas chamadas de meu pai eu aprendi a fazer estes serviços e hoje não preciso contratar nenhum profissional para executa-los em minha casa. Agradeço ao meu saudoso pai por me ensinar a trabalhar sem depender de outros. Além de tudo isto ele deu formação superior a todos os quatro filhos. Sempre disse ao meu pai: “Eu te amo”, e no momento de sua partida para a eternidade eu estava ao lado dele para dizer também: “eu te amo”.

  3. Levei umas surras dos meus pais na infância – nada que deixasse marcas ou sequelas – quando, por exemplo, eu deixei para a última hora um trabalho escolar.

    Tenho uma coisa seriíssima a dizer a eles com relação a isso:

    MUITO OBRIGADO!

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