Os gregos antigos ficaram conhecidos como os pioneiros da filosofia; os romanos pelo seu corpo de leis; os medievais pelo seu cristianismo autêntico, que inspirou a filosofia escolástica e a arte gótica. Os séculos futuros poderão classificar nossa época como a da irracionalidade total.
A cada dia se nos impõe uma nova insensatez. Seja nas modas, no plano intelectual, nos costumes, nas leis que vão sendo aprovadas.
Evidências de furar os olhos e sobre as quais se assentaram durante milênios todas as civilizações, mesmo as mais diferentes e até opostas, são agora alegremente (ou imbecilmente) contestadas, apesar de decorrerem da própria natureza das coisas
Não, caro leitor, não vamos falar aqui da teoria de gênero. Poderíamos nos referir a ela, mas não é o nosso tema de hoje.
Vamos tratar de um assunto culinário, pois até lá chega a irracionalidade. Trata-se da proibição do foie gras (fígado gordo), uma iguaria muito apreciada.
O que é o foie gras? É um patê gorduroso feito com o fígado dilatado de patos, gansos ou marrecos. Essa dilatação pode ser o resultado orgânico de uma ave que se alimentou a seu bel-prazer e engordou muito, como pode também ser induzida, fazendo com que as aves sejam submetidas a uma vida confinada com alimentação forçada.
Quem não gosta de uma camada de foie gras no pão, seja no café da manhã ou como antepasto? Seria um erro achar que é uma iguaria apenas dos ricos. Quantos camponeses por esse mundo afora, e não só na França, criadores de aves, se beneficiam de vez em quando do foie gras extraído de um de seus animais mais gordos!
Pois bem, agora a Câmara Municipal de São Paulo aprovou uma lei proibindo o consumo de foie gras! Ele decorreria de uma crueldade para com as aves!
Não vamos nos deter no aspecto legal, pois uma lei desse tipo só teria sentido se promulgada no âmbito federal. É ridículo obrigar o paulistano a deslocar-se até um município vizinho, como Guarulhos ou São Caetano, por exemplo, para servir-se de foie gras.
Segundo historiadores, os primeiros foie gras datariam de três mil anos antes de Cristo e teriam sido detectados pelos egípcios em gansos selvagens, imigrados às margens do rio Nilo. Os egípcios concluíram que algumas espécies de aves migratórias poderiam se superalimentar naturalmente, para conseguir sobreviver durante o inverno, ou para enfrentar longos trajetos migratórios. Eles começaram então a desenvolver a prática da engorda dos gansos, de maneira a obter o foie gras.
O foie gras também é citado na época romana. Horácio descreve um magnífico banquete, no qual o fígado de um ganso branco engordado com figos estaria no menu.
O chefe de cozinha Gabriel Matteuzzi, formado na Escola Hofmann, em Barcelona, explica que a engorda ou confinamento de animais não se aplica apenas aos patos e gansos, mas também aos bovinos, galinhas e perus, para que deem mais carne. “Vamos proibir tudo isso? Vamos proibir a pesca de arrastão, porque prejudica nossa fauna marinha? […] Essa lei abrirá precedente para futuras leis? Ou simplesmente estamos perdendo nosso poder de livre-arbítrio?” questiona ele. (“Folha de S. Paulo”, 23-5-15)
A esta altura, o leitor talvez esteja se perguntando o que tem a ver esse tema com a seção “Por que Nossa Senhora chora”.
Tem muito a ver, pois a proibição do foie gras é mais um exemplo da influência deletéria exercida por certa corrente ecologista radical que nega o preceito bíblico de que os animais devem estar submetidos ao homem e servi-lo. Para essa corrente, haveria uma igualdade de direitos entre homens e animais, o que é frontalmente contrário à ordem da Criação e ofende o Criador.
Relata a Sagrada Escritura: “Então Deus disse: ‘Façamos o homem à nossa imagem e semelhança. Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos e sobre toda a terra, e sobre todos os répteis que se arrastem sobre a terra’” (Gen. 1,26).
Fonte: Revista Catolicismo, Nº 774, julho/2015
ALDO LANGBECK CANAVARRO
Vejo que estás totalmente cego pelo ambientalismo.
O foie gras sempre foi consumido durante a Idade Média e jamais foi condenado pela Igreja, bem como as touradas e outras práticas consideradas “cruéis” pelas mesmas pessoas que não vêem mal algum em matar bebezinhos ainda no ventre.
Seu sentimentalismo pelos animais ofende ao Criador e é sintoma de um mal espiritual maior, um paganismo latente, que adora ao ambiente e à “Mãe Terra”.
O preceito bíblico de que os animais devem estar submetidos ao homem e servi-lo, não dá ao homem o direito de submeter a tratamentos cruéis, as criaturas colocadas a seu serviço!
Nosso poder de livre arbítrio tem que ser exercido com ética, não revelando total insensibilidade para com o sofrimento dos animais! Mesmo que não fosse proibido, não compraria mais este produto, após saber o procedimento adotado para sua produção!
A pesca de arrastão já está proibida em diversos estados, cada um com características diferentes, providência necessária para garantir a sobrevivência da espécie de muitos peixes que vão garantir o sustento das próximas gerações!