Damos sequência aos comentários do Prof. Plinio sobre o livro Revolução e Contra Revolução. Por brevidade, passaremos a chamá-lo de RCR.
Religião e Sociedade Temporal
Para o católico comum, à época da publicação do livro (1959), a crise contemporânea não era uma crise fundamentalmente religiosa.
Ele compreendia que havia uma crise religiosa, e separada dela, havia uma crise política, uma crise econômica, uma crise cultural, etc. A crise religiosa é mais importante, porque faz com que os homens percam o céu e mereçam o inferno, afirmavam, com razão.
“Então, a crise religiosa é mais importante, porque os efeitos dela são eternos. Mas (pensavam eles) não é verdade que resolvida a crise religiosa as outras crises se resolvam na sua raiz. Há um efeito benéfico da religião sobre as almas e indireto sobre os outros campos da atividade humana. Isso existe. Mas é apenas um efeito indireto e, vamos dizer, relativo “, pensavam erroneamente. (1)
Agora, vejamos a tese oposta à essa dificuldade psicológica de tantos católicos, publicada no Livro RCR:
Capítulo I – Crise do Homem Contemporâneo
“As muitas crises que abalam o mundo hodierno – do Estado, da família, da economia, da cultura, etc. – não constituem senão múltiplos aspectos de uma só crise fundamental, que tem como campo de ação o próprio homem. Em outros termos, essas crises têm sua raiz nos problemas de alma mais profundos, de onde se estendem para todos os aspectos da personalidade do homem contemporâneo e todas as suas atividades.“
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Então aqui está afirmada a primeira das nossas teses é que é uma crise do homem inteiro, e uma crise que o pega em suas maiores profundidades, que são religiosas.
Para os católicos, com essa visão restrita que descrevemos acima, “a vida humana estar ordenada bem, não é de grande utilidade para a salvação das almas. Por exemplo, a arte enquanto arte, estar bem ordenada, isso não é uma coisa muito útil para a salvação das almas. A economia estar bem ordenada não é muito útil para a salvação das almas. O que é útil para a salvação das almas é ir à igreja, ouvir os sermões, participar das associações católicas e fazer apostolado.”
Eles consideram, portanto, religião e ordenação da sociedade civil como coisas inteiramente separadas.
Nazistas e comunistas: modificar o homem e a sociedade
As concepções nazista e comunista tomam o homem por inteiro, a sociedade, a política, a cultura, a economia etc.
“… é preciso ter em vista, antes de tudo, que o movimento comunista constitui fundamentalmente:
– uma seita filosofica atéia, materialista e hegeliana, a qual deduz dos seus errôneos princípios toda uma concepção peculiar do homem, da economia, da sociedade, da política, da cultura e da civilização;
– uma organização subversiva mundial: o comunismo não é apenas um movimento de caráter especulativo. Pelos imperativos de sua própria doutrina quer ele tornar comunistas todos os homens, e amoldar inteiramente segundo os seus
princípios a vida de todos os povos. Considerada neste aspecto, a seita marxista professa o imperialismo integral, não só porque visa a imposição do pensamento e da vontade de uma minoria a todos os homens, mas ainda porque essa imposição
atinge o homem todo, em todas as manifestações de sua atividade.” (2)
Por brevidade, não trataremos do nazismo, que pode ser acessado no site http://pliniocorreadeoliveira.info. A ressurreição dos deuses pagãos da antiga Germânia fazem parte da doutrina nazista; ela tem um conceito pagão e idolátrico do Estado, da economia, da cultura.
Também a TL quer modificar o homem e a sociedade
A Teologia da Libertação uniu Religião e Política; ela quer uma transformação da sociedade num sentido igualitário, ela realiza o sonho socialista deformando o Evangelho:
“No mesmo ano [1977], em livro intitulado “Tribalismo indígena, ideal comuno-missionário para o Brasil no século XXI“, o pensador brasileiro [Plinio Corrêa de Oliveira] analisava 36 documentos publicados pela nova missiologia progressista, denunciando a sua infiltração na estrutura da Igreja.
“Subvertendo por completo a concepção católica tradicional —segundo a qual o fim das missões cristãs é levar, com a fé, a civilização— a nova corrente missionária via no tribalismo a possibilidade de realizar na terra um utópico “Reino de Deus”. Este processo de “tribalização” surge como o desfecho natural do desmantelamento da Civilização Cristã, preconizado pela teologia progressista. Com efeito, afirma São Pio X que fora do Cristianismo não há verdadeira civilização possível. Portanto, a negação da missão civilizadora da Igreja comporta inevitavelmente o regresso ao convívio tribal dos selvagens.” (3)
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Concluindo
Estamos mostrando, com exemplos, como a crise do homem contemporâneo gera as sucessivas crises na família, no Estado, na cultura, na economia etc., que é a tese do Prof. Plinio em seu livro RCR, Cap I.
Mostramos, também, que a TL une Religião e Política, ela pretende que o Evangelho fornece elementos para a implantação do comunismo.
O Nazismo e o Comunismo também unem a reforma do homem, do Estado, da economia … O nazismo ressuscitou os deuses pagãos da antiga Alemanha e o comunismo é antes de tudo uma seita filosófica ateia e hegeliana.
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O Reino de Cristo, a Civilização Católica será, portanto, a perfeita união Igreja-Estado, conforme as palavras do Papa Leão XIII, sobre a Idade Média, que a seu tempo serão reproduzidas em nosso curso.
A conversão do homem moderno, gerará a Civilização Católica, segundo as palavras de Fátima: “por fim meu Imaculado Coração Triunfará”. Será o Reino social de Nosso Senhor Jesus Cristo.
(1) Reunião para sócios e cooperadores da TFP, 1969
(2) https://www.pliniocorreadeoliveira.info/livros/1965.pdf
(3) https://www.pliniocorreadeoliveira.info/Cruzado0507.htm