As campanhas, no Brasil, movidas por ONGs e progressistas contra a legítima defesa servem de ilustração à tese do Prof. Plinio de que a Revolução é antimilitarista. O arcebispo de Aparecida chegou a afirmar a contradição que, segundo ele haveria, entre Pátria Amada e Pátria Armada. Ainda há pouco o Chile decide abolir as Forças Armadas de seu tradicional papel no País. As esquerdas, no Ocidente são antimilitaristas; se galgam o Poder seguem a linha ditatorial de Castro e Chavez.
Capítulo XII
Caráter pacifista e antimilitarista da Revolução
O exposto no capítulo anterior nos faz compreender facilmente o caráter pacifista, e portanto antimilitarista da Revolução.
1. A ciência abolirá as guerras, as forças armadas e a polícia
No paraíso técnico da Revolução, a paz tem de ser perpétua. Pois a ciência demonstra que a guerra é um mal. E a técnica consegue evitar todas as causas das guerras.
Daí uma incompatibilidade fundamental entre a Revolução e as forças armadas, que deverão ser inteiramente abolidas. Na República Universal haverá apenas uma polícia, enquanto os progressos da ciência e da técnica não acabarem de eliminar o crime.
2. Incompatibilidade doutrinária entre a Revolução e a farda
A farda, por sua simples presença, afirma implicitamente algumas verdades, um tanto genéricas, sem dúvida, mas de índole certamente contra-revolucionária:
– A existência de valores que são mais que a vida e pelos quais se deve morrer – o que é contrário à mentalidade socialista, toda feita de horror ao risco e à dor, de adoração da segurança, e do supremo apego à vida terrena.
– A existência de uma moral, pois a condição militar é toda ela fundada sobre idéias de honra, de força posta ao serviço do bem e voltada contra o mal, etc.
3. O “temperamento” da revolução é infenso à vida militar
Por fim, entre a Revolução e o espírito militar há uma antipatia “temperamental”. A Revolução, enquanto não tem todas as rédeas na mão, é verbosa, enredadeira, declamatória. Resolver as coisas diretamente, drasticamente, secamente more militari, desagrada o que poderíamos chamar o atual temperamento da Revolução. “Atual”, frisamos, para aludir a esta no estágio em que se encontra entre nós. Pois nada há de mais despótico e cruel do que a Revolução quando é onipotente: a Rússia dá disto um eloqüente exemplo. Mas ainda aí a divergência subsiste, posto que o espírito militar é coisa bem diferente de espírito de carrasco.
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Analisada assim em seus vários aspectos a utopia revolucionária, damos por concluído o estudo da Revolução.”
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Um exemplo: a pressão, no Brasil, contra a lei que permite ao cidadão adquirir arma e defender-se.