Heroísmo: ranço do passado ou urgência do presente?

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O escritor francês Paul Claudel dizia que a juventude não foi feita para o prazer, mas para o heroísmo. Um herói nem sempre está isento do medo; a questão é que ele sabe resistir ao medo, pois este faz parte da condição humana.

Hoje, entretanto, heroísmo causa em muitos a mesma repulsa que a palavra — detestável (para eles) — absoluto. Heroísmo e absoluto? Antes de tudo, vejamos o que é absoluto. É uma realidade suprema e fundamental, independente de todas as demais coisas. Porquanto absoluto é só Deus.

Ora, para os que pretendem que nada é absoluto, o heroísmo, ou não existe ou não deveria existir. A verdade, segundo querem, é que tudo seja relativo.

Relativo seria o amor de uma mãe pelo seu filho pequenino, de um cidadão para com sua pátria, e até a união com Deus de um devoto realmente fiel!

Em consequência, se não devem existir absolutos, muito menos deverá haver lugar para heroísmos. O que existe mesmo, dizem, é a vida, ou, melhor dizendo, a vidinha de todos os dias.

Para alguns a vida é um desafio sem proporção. Para outros, apenas um grande aborrecimento. Para que procurar mais? Assim, para eles, nada de heroísmo.

Entretanto, para Plinio Corrêa de Oliveira esses são os medíocres, “os que, inteiramente absorvidos nas delícias da preguiça e pela exclusiva deleitação do que está ao alcance da mão […] nem olham para frente ou para cima: não analisam nem preveem. […] Sua vida mental se cifra na sensação do imediato. A abastança do dia, a poltrona cômoda, os chinelos e a televisão: não vai além seu pequeno paraíso.” (Conferência em 20-6-81).

“Assim, para o medíocre nada existe acima de si mesmo, que é a medida e o centro de todas as coisas. Dedicação e ideal são palavras que cheiram a arcaico, a mofo, a fora de moda. Nada de atingir os limites de si mesmo. O necessário é deixar-se ficar no que tem, quer possua ou não valor. Ou então permanecer naquele famoso ‘mais ou menos’ com o qual se vai para as primeiras fileiras do inferno”

Deixemos o medíocre em sua mediocridade sem sal e consideremos seu contrário, que é o heroísmo colorido.

Deve-se, como afirma o Prof. Plinio, ser “audacioso até o incrível, quando for a hora da audácia; prudente até o inimaginável, quando for a hora da prudência; bom até o inexcogitável, quando for a hora do perdão; severo até o espantoso, quando for a hora do castigo; confiante a ponto de desarmar os outros de tão confiante; quando se trata de confiar n’Aquela que merece uma confiança inteira e em relação à Qual até Deus — cujo olhar sonda os rins e os corações dos homens —  tem um comprazimento tão irrestrito que chegou ao ponto de n’Ela se encarnar para habitar”.

2 COMENTÁRIOS

  1. Eu na minha já medianamente longa vida nunca conheci pessoalmente um homem mais heróico como Dr. Plinio Corrêa de Oliveira na acepção que ele mesmo deu aqui neste artigo.

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