Quem diria que o fanatismo da ideologia de gênero atingiria até o mundo das cartas e o baralho seria alvo de discriminação! Não pode haver Rei que seja mais do que a Dama … que o Valete.
Requinte na discriminação: nem Rei, nem Dama, nem Valete
“Em vez de rei, dama e valete há ouro, prata e bronze. Com este novo baralho, a holandesa Indy Mellink quer acabar com a desigualdade de gênero nas cartas”, informa Reuters, 20 de Janeiro de 2021.
“Se tivermos esta hierarquia de que o rei vale mais que a dama, então esta subtil desigualdade influencia as pessoas na sua rotina diária porque é só mais uma maneira de dizer ‘tu és menos importante’”, referiu Indy Mellink à Reuters. “Mesmo que subtis, estas desigualdades desempenham um importante papel”.
A “psicóloga forense projectou um baralho de cartas no qual as imagens do rei, da dama e do valete foram substituídas por ouro, prata e bronze. Os amigos e família compraram os primeiros 50 baralhos de cartas que têm imagens de barras de ouro, moedas de prata e um escudo de bronze.”
Como sempre a mídia alinhada à esquerda é sedenta de novidades revolucionárias e já começa a fazer propaganda do novo baralho discriminatório.
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Espíritos superficiais, pessoas menos dotadas do senso de análise poderiam tomar essa mudança nas estampas das cartas por um mero gosto de inovação: os jovens gostam de mudanças …
Não é assim que pensa a autora: Indy Mellink disse à Reuters. “Mesmo que subtis, estas desigualdades desempenham um importante papel”.
O valor dos costumes na mudança da mentalidade
A força do costume é muito grande, molda as pessoas, forma as mentalidades. Na Idade Média os costumes iam se transformando em Leis.
Escreveu o Prof. Plinio: “Quanto aos ambientes na medida em que favorecem costumes bons ou maus, podem opor à Revolução as admiráveis barreiras de reação, ou pelo menos de inércia, de tudo quanto é sadiamente consuetudinário; ou podem comunicar às almas as toxinas e as energias tremendas do espírito revolucionário.“
“Por isto, em concreto, é necessário reconhecer que a democratização geral dos costumes e dos estilos de vida, levado aos extremos de uma vulgaridade sistemática e crescente, e a ação proletarizante de certa arte moderna, contribuíram para o triunfo do igualitarismo tanto ou mais do que a implantação de certas leis, ou de certas instituições essencialmente políticas.” (Revolução e Contra Revolução Cap. 10)
Se bem que o Prof. Plinio não trate especificamente da Ideologia de Gênero em sua obra — impensável há 60 anos — seu livro mostra especificamente que a Igualdade é um valor metafísico sempre buscado pela Revolução. Exatamente o que a psicóloga “Indy Mellink quer acabar com a desigualdade de gênero nas cartas“.
A Desigualdade foi posta por Deus na Criação
A Ideologia de Gênero nega a desiguldade na Criação. “Santo Tomás ensina que a diversidade das criaturas e seu escalonamento hierárquico são um bem em si, pois assim melhor resplandecem na criação as perfeições do Criador. E diz que tanto entre os Anjos quanto entre os homens, no Paraíso Terrestre como nesta terra de exílio, a Providência instituiu a desigualdade.”
E vejamos a conclusão do Prof. Plinio às premissas de São Tomás: “Por isso, um universo de criaturas iguais seria um mundo em que se teria eliminado em toda a medida do possível a semelhança entre criaturas e Criador. Odiar, em princípio, toda e qualquer desigualdade é, pois, colocar-se metafisicamente contra os melhores elementos de semelhança entre o Criador e a criação, é odiar a Deus.” (Baixe o pdf gratuitamente, RCR cap. VII, 3).
Querer negar a desigualdade nas criaturas é o mesmo lutar contra as evidências. A unidade na variedade é uma lei da estética do universo. Ela se aplica aos seres brutos, aos vegetais, aos animais, ao homem e aos Anjos.
Indy Mellink — e demais fanáticos da ideologia de gênero — querendo negar a desigualdade na hierarquia social caem em contradição. Observe o leitor: substituir Rei, Dama, Valete por ouro, prata bronze é aceitar a hierarquia posta por Deus entre os metais. O ouro é mais nobre que a prata e essa é mais preciosa que o bronze.
Repetimos, a lei da unidade na variedade (ou desigualdade) é uma perfeição posta por Deus na Criação. E trabalhar contra essa desigualdade natural, proporcional e orgânica é revoltar-se contra o Criador.
Os limites da desigualdade estão bem expressos pelo Prof. Plinio:
“Os homens são todos iguais por natureza, e diversos apenas em seus acidentes. Os direitos que lhes vêm do simples fato de serem homens são iguais para todos: direito à vida, à honra, a condições de existência suficientes, ao trabalho, pois, e à propriedade, à constituição de família, e sobretudo ao conhecimento e prática da verdadeira Religião.
“E as desigualdades que atentem contra estes direitos são contrárias à ordem da Providência. Porém, dentro destes limites, as desigualdades provenientes de acidentes como a virtude, o talento, a beleza, a força, a família, a tradição, etc., são justas e conformes à ordem do universo“. (Baixe o pdf gratuitamente, RCR cap. VII, 3).
Fonte: https://www.publico.pt/2021/01/20/p3/noticia/rei-destronado-neste-baralho-cartas-genero-1947122