Aos 82 anos, faleceu no dia 18 de setembro último, em São Paulo, o advogado Leo Nino Foscolo Nemo Daniele, veterano e valioso colaborador da revista Catolicismo.
Aos seus familiares e amigos apresentamos, saudosos e agradecidos, os nossos pêsames e as nossas orações.
Leo Daniele, como era mais conhecido, estudou no Colégio São Luís, onde já participava ativamente de movimentos do apostolado católico. Formou-se na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, a prestigiosa Arcadas (turma de 1964), onde também foi dedicado militante católico ao lado do Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança — hoje Chefe da Casa Imperial do Brasil —, de quem foi colega de turma e com o qual manteve próxima, intensa e respeitosa amizade ao longo da vida.
Escritor prolífico, com enorme produção intelectual, entre as obras que Leo Daniele publicou, destacam-se: A Calma e sua gentil superioridade, A Cavalaria não morre, À procura das almas com alma, O idealismo — nobreza que a todos convém, O Universo é uma catedral. O site do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira traz 201 artigos de sua lavra.
A nota mais relevante de sua produção intelectual foi ter sido exímio divulgador e comentador do pensamento do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira. Dr. Leo Daniele não foi apenas homem de pensamento; foi ainda homem de ação ágil, engenhoso, diligente. Por muitos anos secretariou a chamada Comissão do Movimento da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP), coordenando suas atividades de Norte a Sul do País.
Dentro de tal labor, cabe aqui lembrar sua influência benéfica sobre parte da juventude estudantil brasileira com as Semanas de Formação Anticomunista (SEFAC), das quais foi o grande propulsor.
Desde o Colégio São Luís, toda a sua atividade teve um só norte: a luta pela Igreja Católica, o que incluía em posição de destaque a batalha pela ordem temporal cristã. Miles Christi no mais lídimo e nobre significado da expressão, a tal ideal Dr. Leo Daniele dedicou sua vida, sob a condução de Plinio Corrêa de Oliveira.
Já no outono de sua existência, sua marcha nas sendas da virtude foi acrisolada por intenso sofrimento, recebido invariavelmente com cristã resignação. Nunca uma queixa, nunca um movimento de revolta, nunca estampidos de impaciência e inconformidade.
Provou na austera via do sofrimento que seu idealismo e dedicação era do mais puro quilate. Combateu o bom combate, guardou a fé. Que Nossa Senhora, de quem foi devoto ardoroso, receba-o na glória eterna.
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Fonte: Revista Catolicismo, Nº 874, Outubro/2023.