Por fim, e graças a Deus, no caso Isabella “justiça foi feita!”, conforme disse a mãe da menininha cruelmente esganada pela madrasta e defenestrada pelo próprio genitor. Um crime hediondo que chocou o Brasil inteiro e que clamava por punição exemplar!
Entretanto, milhões e milhões de outras “Isabellas” ainda bradam aos Céus e clamam a Deus por justiça. São as incontáveis outras “Isabellas” assassinadas pelas próprias mães por meio do não menos hediondo crime do aborto. Entretanto, apesar de ser um crime abominável, o novo Programa Nacional de Direitos Humanos, elaborado pelo governo petista, propõe a despenalização da prática abortiva, ou seja, descriminar o crime do aborto.
Deixar impune tal crime, semelhante ao “infanticídio”, seria o mesmo que inocentar o genitor e a madrasta da pequena Isabella.
A respeito desse “Isabellicídio”, um caso tão pungente iniciado exatamente há dois anos, transcrevemos a seguir um artigo publicado na revista Catolicismo (edição de maio/2008), no qual se faz uma denúncia da espantosa ilogicidade de muitos meios de comunicação.
Isabellas
- Paulo Roberto Campos
Revista Catolicismo, maio/2008
A opinião pública encontra-se estarrecida com o monstruoso fato ocorrido no dia 29 de março [2008]: uma menininha, de apenas cinco anos, jogada do 6º andar de um prédio; seu corpo ficou espatifado no solo.
Nestes últimos dias, jornais, revistas, rádios, TVs e sites estiveram abarrotados de reportagens sobre esse sinistro acontecimento na capital paulista. Realmente, todos qualificam tal crime como monstruoso, e todos se perguntam: Por que mataram Isabella Nardoni? Por que tamanha crueldade?
Tremenda insensatez – inexplicável incoerência
Nesse caso, seria clamoroso não denunciar uma atitude de flagrante incoerência da mídia e de incontáveis pessoas. Refiro-me àquelas que, com toda razão, estão chocadíssimas com o assassinato da menina, mas que não ficam chocadas com o não menos brutal assassinato de crianças ainda no ventre materno. É incompreensível que muitas pessoas, horrorizadas com a morte de Isabella, sejam favoráveis ao aborto, portanto à eliminação de pequenas e inocentes “Isabellas”, que nem sequer viram a luz do dia.
Quantas “Isabellas” são diariamente assassinadas do modo mais desumano que se possa imaginar! Extirpar uma vida humana será sempre gravíssimo crime, não importando a idade da vítima: aos 80, 50 ou cinco anos; ou alguns meses ou dias, até mesmo algumas horas.
Ah! se um dia jornais, revistas, rádios, TVs e sites estiverem repletos de comentários contra assassinatos de bebês indefesos no útero materno, seria um acontecimento memorável! Seria um evento importante para a restauração da civilização, neste mundo neobárbaro e neopagão em que vivemos.
Oxalá, proximamente, o Brasil inteiro — que se encontra horrorizado com o caso Isabella — viesse a se comover profundamente também com as incontáveis vítimas do aborto. Assim como se deseja a condenação dos responsáveis pela morte dessa criança, também se exija a condenação dos responsáveis pela matança de crianças ainda no ventre de suas mães. A condenação não só da genitora que se submete a um aborto, mas igualmente daqueles que colaboram na execução do ato, como médicos, enfermeiras, parentes, etc.
Ambos são crimes hediondos. Ambos devem ser lamentados profundamente, e não podem ficar impunes.
“Estão se queixando do cheiro de carne humana queimada”
Recente artigo de Carlos Heitor Cony (“Folha de S. Paulo”, 11-4-08), muito apropriadamente intitulado Uma história repugnante, relata a pesquisa realizada por dois jornalistas ingleses, Michel Litchfield e Susan Kentish, sobre a “indústria do aborto” em Londres. Eles investigaram o que se passava nas clínicas abortivas, após a legalização do aborto na Inglaterra (com o “Abortion Act”, de 1967), e gravavam as conversas com os médicos. Com base na pesquisa, escreveram a clássica obra “Babies for Burning” (Bebês para queimar), editado pela Serpentine Press, de Londres.
Aqueles que desejarem adquirir tal obra em português, a encontrarão publicada pelas Edições Paulinas (São Paulo, 1985), com o título: Bebês para queimar: a indústria do aborto na Inglaterra.
O referido artigo pode ser lido na íntegra em:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1104200842.htm. Aqui transcrevo apenas alguns trechos:
“Os autores souberam, por meio de informações esparsas, que a indústria do aborto, como qualquer indústria moderna, tinha uma linha de subprodutos: a venda de fetos humanos para as fábricas de cosméticos. […]
Contam os jornalistas: Quando nos encontramos em seu consultório, o ginecologista pediu à sua secretária que saísse da sala. Sentou-se ao lado de Litchfield, o que melhorou a gravação, pois o microfone estava dentro da sua maleta. O médico mostrou uma carta:
— Este é um aviso do Ministério da Saúde – disse, com cara de enfado. As autoridades obrigam a incineração dos fetos… não devemos vendê-los para nada… nem mesmo para a pesquisa científica… Este é o problema….
— Mas eu sei que o senhor vende fetos para uma fábrica de cosméticos e… e estou interessado em fazer uma oferta… também quero comprá-los para a minha indústria…
— Eu quero colaborar com o senhor, mas há problemas… Temos de observar a lei… As pessoas que moram nas vizinhanças estão se queixando do cheiro de carne humana queimada que sai do nosso incinerador. Dizem que cheira como um campo de extermínio nazista durante a guerra.
E continuou: Oficialmente, não sei o que se passa com os fetos. Eles são preparados para serem incinerados, e depois desaparecem. Não sei o que acontece com eles. Desaparecem. É tudo.
— Por quanto o senhor está vendendo?
— Bem, tenho bebês muito grandes. É uma pena jogá-los no incinerador. Há uso melhor para eles. Fazemos muitos abortos tardios, somos especialistas nisso. Faço abortos que outros médicos não fazem. Fetos de sete meses. A lei estipula que o aborto pode ser feito quando o feto tem até 28 semanas. É o limite legal. Se a mãe está pronta para correr o risco, eu estou pronto para fazer a curetagem [método utilizado para desmembrar um nascituro]. Muitos dos bebês que tiro já estão totalmente formados, e vivem um pouco antes de serem mortos. Houve uma manhã em que havia quatro deles, um ao lado do outro, chorando como desesperados. Era uma pena jogá-los no incinerador, porque tinham muita gordura que poderia ser comercializada. Se tivessem sido colocados numa incubadeira, poderiam sobreviver, mas isso aqui não é berçário. Não sou uma pessoa cruel, mas realista. Sou pago para livrar uma mulher de um bebê indesejado, e não estaria desempenhando meu ofício se deixasse um bebê viver. E eles vivem, apesar disso. Tenho tido problemas com as enfermeiras, algumas desmaiam nos primeiros dias”.
“Quem derrama o sangue humano será castigado”
Realmente repugnante! Mas é a realidade de inúmeras clínicas abortivas: nascituros são espatifados, extirpados do ventre materno, incinerados, ou “comercializados”, ou jogados na lata de lixo.
Isabella também foi morta, mas não incinerada ou jogada numa lata de lixo. Felizmente, ela era batizada e teve um enterro digno, graça de que são privados os bebês assassinados por mãos abortistas.
Encerro este artigo com uma passagem da Sagrada Escritura, que se aplica aos assassinos de todos os nascituros, de todas as “Isabellas”: “Quem derrama o sangue humano será castigado pela efusão de seu próprio sangue” (Gen. 9, 6).
E-mail do autor: paulocampos@catolicismo.com.br
e eles ainda são contra a pena de morte!
André tem razão. O PNDH-3 estabele em seu âmogo a deterioração do SENSO MORAL da sociedade que, no caso do julgamento dos réus do crime hediondo de Isabela, se manifestou ainda muito vivo, mas “água mole em pedra dura, tanto bate que pedra fura”. A prova de que basta insistir é o próprio testemunho descrito pelo André.@André
André: Essa sua colega de trabalho deve ter sido influenciada pelo infeliz governardor do Rio, Sérgio Cabral, que saiu com uma proposta aberrante, própria de uma pessoa que não tem competência para combater a criminalidade. Ele propugnou intensificar o aborto em mulheres faveladas para diminuir a criminalidade nas favelas cariocas… Simples, não é? O inocente é que tem que pagar pela incompetência do governador. Foram tais as repulsas essa sandice dele que ele teve que engolir a língua. Mas de nada adiantou e ele passou para a história como o “HERODES CARIOCA”.
Agora, como esse nefando Programa Nacional de Direitos Humanos, estamos vendo que no Palácio do Planalto mora um novo HERODES! Deus salve todas as “Isabellas” (e todos os “Isabeis”) que estão por vir ao mundo para contemplar as maravilhas criadas por Ele nesta terra, mas que os novos Herodes do século querem “apagar”.
Casos como Isabella proliferam no noticiário. Eles revelam a decadência moral em que nos encontramos, e que nos iguala aos tempos de barbárie pré cristianismo. Isso só tende a piorar. Imagine que outro dia uma colega de trabalho (que é bem informada) comentou que o único jeito de acabar com a criminalidade é aprovar o aborto (sic) assim não nasceriam tantos bandidos. Ela queria combater um crime com um assassinato e não sabia que estava tomando uma postura nazista, que propos o aborto eugênico.