Lição da Argentina: só na propriedade privada há futuro para as empresas

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Fábrica das colheitadeiras é vítima de maus negócios com a Venezuela
Maior fábrica das colheitadeiras da Argentina risca a falência por maus negócios com a Venezuela.

Instalação do novo governo argentino presidido por Maurício Macri veio destampar um poço como que sem fundo de desordens ideológicas e econômicas no Estado argentino, aberto pelo derrotado esquema nacionalista kirchnerista.

Entre as empresas quase falidas deixadas pela administração bolivariana-socialista está a Vassalli Fabril, que ainda pode dizer que é a maior fábrica nacional de colheitadeiras, segundo noticiou “La Nación” de Buenos Aires.

Por manobras estatistas, ela obteve um contrato para fornecer 245 colheitadeiras para a Venezuela de Nicolás Maduro, em 2014.

A Venezuela – o socialismo do século XXI – levou 50 e não pagou. Nos parkings da empresa, no sul da província de Santa Fé, ainda há 70 outras que, pelas características específicas, não têm saída no mercado argentino.

O governo nacionalista-socialista tinha concedido um empréstimo à empresa para financiar a operação. Mas agora, sem receber pagamento algum e tendo aplicado o dinheiro recebido na modernização e ampliação da fábrica, a Vassalli Fabril está com um enorme buraco financeiro que não pode cobrir.

Centenas de operários estão com os ordenados atrasados e a firma não tem sequer insumos suficientes para voltar a produzir.

Os diretores da empresa depositam sua confiança no presidente Macri para poder refinanciar a dívida e retomar a produção.

Negócios espalhafatosos e compromissos incumpridos. Cristina Kirchner com Maduro
Negócios espalhafatosos e pagamentos nunca efetivados: Cristina Kirchner com Maduro

Análogo problema sofre a empresa privada Cresta Roja, que chegou a ser a segunda maior produtora de frangos do país. Os donos acharam positivo entrar num esquema de vendas maciças à Venezuela que seria pago em dólares por Caracas, com a garantia do regime kirchnerista.

Este exigiu em troca um aumento desproporcionado do número de operários para encher as estatísticas oficiais e avançou uma soma importante de dinheiro para a modernização necessária com vistas a atender o imenso contrato.

E ponto final. A Venezuela nada pagou, a ilusão do negócio gigante estimulou uma gestão imprudente, a revolução sindical devorou a ordem produtiva, o dirigismo e o congelamento dos preços quebraram a produtividade e a firma foi à falência.

Embora durante um ano Cresta Roja não tenha produzido um só frango, os operários continuaram recebendo ordenado e passaram a interromper regularmente uma via expressa reclamando benefícios sindicais. No fim, a Justiça ordenou o fechamento da empresa.

Agora, o novo governo visa recuperá-la, autorizando sua compra por um consórcio de firmas privadas.

A lição se repete uma e outra vez: engajar-se em negócios com governo de esquerda é anúncio certo da futura falência.

A esperança de bons negócios e de prosperidade radica na propriedade privada e na livre iniciativa, ainda quando o contexto pressiona em sentido contrário.

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