Lições da História: as falsas alternativas, do nazifascismo ao putinismo

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As falsas opções têm sido ocasião de grandes tentações na História. Representam, também, duras provas para cada homem na esfera privada. Em escala internacional, elas são as grandes encruzilhadas porque passam os povos, na História.

Veremos, como exemplo: o nazifascismo e o dissídio sino-russo. O putinismo, como veremos, vai despontando como uma falsa solução face ao Globalismo. A Revolução, comenta o Prof. Plinio, gera as direitas falsas com a finalidade de turvar as águas e impedir a visão da verdadeira solução: Nosso Senhor é o único Salvador e a Santa Igreja é nossa Barca que levará ao porto seguro.

Ensina São Pio X que a Civilização não está para ser inventada, ela existiu e precisa ser restaurada.

À esquerda o Pacto Ribbentropp-Molotov que selou a amizade entre Hitler e Stalin. A aliança entre Putin e Xi Jinping é constantemnte reafirmada

Há quase um século, surgiu o nazismo, que se apresentava como “solução” para a decadência das grandes democracias ocidentais.

Surgem as falsas direitas

Os artigos do Prof. Plinio, no Legionário, acompanham passo a passo a “evolução” do nazismo e, no caso que nos interessa especialmente, a versão midiática de Hitler apresentado como salvador; salvador da Alemanha, modelo para a decadente Europa dos anos 30.

“O “Legionário” se tem ocupado, reiteradamente, com as figuras lamentáveis que, parodiando por toda a parte o Sr. Hitler, lhe servem de poderoso meio de domínio sobre os países visados pela propaganda nazista.”

O artigo cita Seyss-Inquart (Áustria), Quisling (Noruega), Mosley (Inglaterra), Degrelle (Bélgica), Mussert (Holanda) … “e tuti quanti outra coisa não são senão pequenos “Hitlers de bolso”, que a propaganda totalitária põe em circulação com o objetivo de debilitar a resistência nacional contra o nazismo, e, em seguida, servir de cômodo paravento atrás do qual a dominação da cruz gamada se possa estabelecer à vontade.”

O Prof. Plinio acrescenta essa advertência: o nazifascismo queria uma “Cristandade às avessas que seria a grande comunhão das nacionalidades constituídas não mais sobre o Santo Evangelho, mas sobre a doutrina de Nietzche.”

A cruz gamada iria se sobrepor à Cruz do Salvador. https://www.pliniocorreadeoliveira.info/LEG%20401208_MUSSERT.htm

Convidamos o leitor a fazer as devidas aplicações às correntes putinistas, no Ocidente, em especial na Europa, que consideram o (ex?) agente da KGB como um novo Constantino a lutar contra a Ordem Mundial Global.

A outra tentação: o dissídio sino-russo em meados do século XX

Antes de passarmos à conceituação das falsas opções (falsas direitas) lembremos o ensaio político de grande envergadura dos anos 60: o dissídio sino-russo. Estávamos em plena guerra fria e a URSS subjugava as nações cativas: Alemanha, Polônia, Hungria, Tchecoslováquia, países bálticos …

Entretanto, o fracasso do movimento comunista mundial era notório; assim comentava o Prof. Plinio:

“O comunismo se encontra, é certo, em um apogeu. Domina um dos mais extensos impérios da História: desde o Elba até o Pacífico, desde o Pólo Norte até o Vietnã. A este império há que acrescentar os diversos “enclaves” vermelhos na própria Ásia, na África e na América.”

“Entretanto, a História deixa bem claro que tal império de nenhum modo foi formado pela persuasão ideológica ou pelo livre assentimento dos povos que o integram. Nasceu ele da força brutal, do maquiavelismo político, da fraqueza quando não da cumplicidade de elementos instalados em posições de cúpula das próprias nações cuja missão é conter a expansão do comunismo.” https://www.pliniocorreadeoliveira.info/1967_203_CAT_No_50o_aniversario.htm#.YlcqF8jMKMo

Diante do fracasso da persuasão ideológica o comunismo internacional forjou o dissídio sino-russo. O objetivo claro era convidar o Ocidente a crer na liberalização da URSS e atrai-lo para as garras do Kremin.

Como se vê, novamente aparece a falsa opção, uma farsa na divisão Moscou-Pequim. “Uma panoramização atualizada da situação do comunismo no mundo, por mais sumária que seja, não pode abstrair do problema que preocupa incontáveis espíritos sérios: até que ponto é profunda, consistente e durável a animosidade recíproca, alardeada por Moscou e Pequim?”, escrevia o Prof. Plinio, na década de 60.

A História mostrou que o Prof. Plinio tinha razão: a comédia da divisão Moscou-Pequim foi desmentida pela constante aliança desses parceiros.

A China omitiu-se de votar, na ONU, condenando a invasão da Ucrânia. O pacto entre Xi Jinping e Putin está selado e reafirmado em tantas ocasiões, até sustentando a Venezuela.

O Brasil era muito cobiçado pelo “Eixo”

Agora, passemos ao Brasil. Alimentamos, hoje, pelo menos um quinto da população mundial: a China é mantida pelo nosso agronegócio.

Nossa importância, como fiel da balança, vem de longe. Talvez não tenhamos uma consciência clara de nosso peso nas relações de força internacionais. Somos um país continente; riquezes de solo, de águas; não temos etnias em conflito (a não ser aquelas insufladas pela TL) nem temos lutas de classe (o PC é aqui um anão). Nosso papel é fundamental nas relações internacionais. Não temos que escolher entre falsas opções: nem UE decadente, nem Putin com seu pseudo modelo sustentado por doutrinas obscuras e pela igreja ortodoxa que procura abençoar — por exemplo, a invasão criminosa da Ucrânia.

Hitler tinha em vista, já naquele tempo (nos anos 30), a aliança do Brasil como celeiro e fornecedor de matérias primas para prover o III Reich.

Escrevia o Prof. Plinio na década de 30: “O Brasil, como toda a América Latina, aparece aos olhos de todas estas potências ávidas de matéria-prima como um celeiro de recursos inesgotáveis, que uma eficiente mobilização industrial poderia aproveitar de um momento para outro. Enquanto só homens e canhões decidiam a guerra, o Brasil era uma pequena potência. Hoje em dia, porém, também os mantimentos são cartas decisivas no jogo do baralho. E estas cartas, o Brasil as tem nas suas jazidas de mineral e – talvez – de petróleo, (…), nos víveres que pode produzir e em mil coisas de idêntico valor. Hoje, pois, o Brasil é uma grande potência.” (…)

“Nosso desejo é de que o Brasil conserve sua independência, sacudindo com invariável altivez qualquer jugo que se lhe queira sobrepor, seja ele “made in Germany”, “made in England” ou “made in U.S.A.” (eram, no pré guerra, as potências que disputavam a influência sobre o Brasil). https://www.pliniocorreadeoliveira.info/LEG%20380213_ComMouros%C3%A0vista.htm

A afirmação do Prof. Plinio continua perfeitamente válida para 2022: “o Brasil conserve sua independência, sacudindo com invariável altivez qualquer jugo que se lhe queira sobrepor“, venha ele de Pequim, de Moscou, da decadente e revolucionária UE.

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O que é uma direita falsa ou falsa direita?

Por ocasião de sua visita ao Legionário (em plena ascenção das “direitas”) advertiu o Pe. Garrigou-Lagrange sobre o falso dilema entre a esquerda e a falsa direita. Comentando a visita, escreveu o Prof. Plinio:

“Creio, também, que é preciso não confundir a verdadeira direita com as falsas direitas, que defendem uma ordem falsa e não a verdadeira. Mas a direita verdadeira, que defende a ordem fundada sobre a justiça, parece ser um reflexo do que a Escritura chama a direita de Deus, quando diz que Cristo está sentado à direita do seu Pai e que os eleitos estarão à direita do Altíssimo“.

(…) que certas correntes que se intitulam de direita, mas que na realidade, como habilmente acentua S. Rev.ma., não são senão pseudo-direitas, que por trás de uma atitude aparentemente construtiva, professam e praticam um socialismo de Estado que chega não poucas vezes às raias do comunismo.”

“Essas pseudo-direitas, inspiradas em uma mística pseudo-espiritualista, não podem ser olhadas pelos católicos como taboas de salvação, pois que a salvação só se encontra junto ao Salvador e este só se encontra na Barca de São Pedro.” https://www.pliniocorreadeoliveira.info/LEG_380911_Padre_Garrigou_Lagrange_direitas.htm#.YldjtMjMKMo

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No dia 23 de agosto, 1939, é assinado o pacto entre o Ministro Exterior soviético Vyacheslav Molotov e o Ministro Exterior nazista Joachim von Ribbentrop, o famoso pacto Molotov-Ribbentrop, foto acima. Encostado junto à parede, o segundo da direita para a esquerda, com seu volumoso bigode e sorriso sinistro, Stalin.

Deixamos, para outra ocasião, resumir o excelente artigo publicado em LifeSiteNews, amplamente documentado, sobre o falso combate ao Globalismo encetado na Rússia de Putin: “Os conservadores não devem ser enganados por Vladimir Putin, ele não está lutando contra o globalismo; A Rússia realmente representa valores tradicionais opostos à decadência do Ocidente liberal? Não.” https://www.lifesitenews.com/opinion/conservatives-shouldnt-be-fooled-by-vladimir-putin-he-isnt-fighting-globalism/

Também Hitler se dizia campeão da luta contra a decadência das potências liberais do Ocidente … e selou o famoso acordo com a URSS, onde se desmascarou inteiramente: o pacto Ribbentropp-Molotov, em 1939.

Nossa Senhora, Sede da Sabedoria, dissipe as trevas de Satanás, dê clarividência aos brasileiros para compreendermos e cumprirmos nosso papel histórico no concerto das Nações: um farol de Fé, Valores Morais, defesa da Lei Natural.

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