A mobilização popular é temida pelas esquerdas pelo menos há um século. A força conservadora continua, tanto ou mais necessária, quando as esquerdas pretendem transformar a Terra de Santa Cruz em baluarte das perversas doutrinas de Marx.
Por que as esquerdas temem tanto o eleitorado? Simplesmente porque o nosso povo, em grande parte tem bom senso, um passado de formação cristã. A isso se somam os muitos exemplos do fracasso comunista em todas as nações, a começar pela Rússia de 1917.
Em nossos dias, aí estão Cuba, Nicarágua, Venezuela … um atestado do fracasso das esquerdas.
Há algo a mais …
A cartilha de Marx não empolga o operariado. O desmoronamento da Cortina de Ferro escancarou a pobreza da URSS, desmascarou a “eficácia” midiática do comunismo.
Vejam as considerações do Prof. Plinio em seu livro Revolução e Contra-revolução https://www.ipco.org.br/convite-a-reflexao-comunismo-perdeu-o-poder-de-persuasao
LEC – Liga Eleitoral Católica
Vejamos o que foi a mobilização popular criada e conduzida pela LEC por ocasião da Constituinte de 1934.
Pesquisadores, estudiosos, teses, doutorados têm mostrado a importância da Liga Eleitoral Católica (LEC), sem dúvida a maior mobilização de católicos que o Brasil já conheceu. Se a grande mídia não fala, os estudiosos descobrem os documentos e as temidas Redes Sociais vão divulgando.
Idealizada por proeminentes leigos católicos, tendo seu Estatuto redigido pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira (o único advogado ao lado do Eng. Heitor da Silva Costa e de Alceu de Amoroso Lima) aprovada pelo Cardeal Leme, a Liga Eleitoral Católica tinha por meta arregimentar católicos em defesa dos interesses da Santa Igreja na futura Constituinte.
Dela afirmou Paulo Brossard, ex ministro da Justiça: “A LEC foi a organização extrapartidária que na história do Brasil exerceu a maior influência política eleitoral” (Jornal de Minas (Belo Horizonte), 3 de Julho de 1986. Sobre a influência da LEC, e em particular sobre o artigo que punha o Estado “sob a protecção de Deus”, cfr. também Thales de AZEVEDO, “A religião civil brasileira. Um instrumento político”, Editora Vozes, Petrópolis, 1981, pp. 79-87.).
A ideia da LEC
Narra o Prof. Plinio em suas memórias: Lendo La Documentation Catholique encontrei a notícia de uma Fédération Nationale Catholique, fundada pelo general de Castelnau. Então resolvi escrever para essa Fédération Nationale Catholique, pedindo os estatutos deles. E eles me mandaram os estatutos.
Li os estatutos e percebi que o Visconde de Castelnau elaborara um jogo político muito interessante. Ele tinha influência sobre um certo setor católico. E, para atuar favoravelmente sobre o eleitorado católico, ele dirigia aos candidatos um pequeno interrogatório:
— “Qual o seu pensamento a respeito de tal ponto, de tal ponto, de tal outro ponto? Se o seu pensamento nesses pontos estiver de acordo com a doutrina católica, eu o recomendarei aos meus eleitores.
— Se não estiver (de acordo com a Igreja), direi que o senhor se manifestou contra.
— Se não me responder, direi no meu boletim que o senhor (candidato) não me respondeu. O senhor perde votos se não me responder; e ganha votos se me responder favoravelmente
Enviando esse Questionário aos candidatos o general de Castelnau fez entrar um bom número de católicos nas Câmaras, no Senado, nas prefeituras, e aumentou uma certa influência da Igreja no jogo político, sem que a Igreja se transformasse propriamente num partido político.
O Prof. Plinio aplicou a ideia ao Brasil. Com a aprovação do único Cardeal brasileiro, D. Sebastião Leme, a LEC espalhou-se pelas dioceses brasileiras.
O Sucesso Eleitoral a favor da Igreja
A Constituinte iniciou seus trabalhos em dezembro de 1933. Plinio Corrêa de Oliveira, o mais votado do Brasil, constatou que havia deputados católicos de todo o Brasil ali representados e que era possível formar uma bancada católica de 30 a 50 parlamentares num total de 214 deputados. A LEC, em poucos meses, tinha sido um sucesso do eleitorado católico em favor da Igreja. Começava a derrota do laicismo.
Uma Constituinte derrota o laicismo
Foram aprovadas pelos Constituintes as “reivindicações mínimas” da Liga Eleitoral Católica e outros pontos que favoreciam a Igreja.
- – indissolubilidade do vínculo conjugal (art. 144),
- – ensino religioso nas escolas (art. 153),
- – assistência religiosa às forças armadas e nas prisões (art. 113, n° 6) (36)
- – a invocação de Deus no preâmbulo da Constituição (37);
- – a assistência estatal às famílias numerosas (art. 138, § d7);
- – o serviço militar dos eclesiásticos prestado sob forma de assistência espiritual ou hospitalar (art. 163, § 3);
- – a pluralidade e liberdade dos sindicatos – possibilidade de sindicatos católicos (art. 120);
- – a lei contra a propaganda subversiva (art. 113, § 9).
Um exemplo a ser imitado
Democracia é o governo do povo, em favor do povo. Quem decide é o Eleitor.
Numa Democracia, explica o Prof. Plinio em seu livro Projeto de Constituição Angustia o País, o candidato eleito recebe uma procuração … para atuar de acordo com o Mandante, que é o Eleitor.
As esquerdas tentam atropelar a Democracia impondo leis contrárias ao desejo expresso do Eleitor. As esquerdas são antidemocráticas quando votam leis pró aborto (sabidamente contrárias à maioria do povo brasileiro); as esquerdas são antidemocráticas quando apoiam o MST, sabidamente rejeitado pela maioria da população. Nunca se viu, afirmou o Prof. Plinio à imprensa paulista, uma só vez em que os empregados rurais tenham se aliado aos invasores do MST.
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A CNBB apoiaria a LEC?
Que diferença entre o Episcopado dos anos 30 e a CNBB! Por ocasião da criação da LEC (1932) os bispos apoiaram a iniciativa e convidaram os católicos à votarem em candidatos confiáveis, fieis ao ensinamento católico. Daí resultou o triunfo eleitoral e os pontos favoráveis na Constituição de 1934.
Muito ao contrário, os bispos progressistas, os bispos do Pacto das Catacumbas fizeram alianças com a esquerda, promoveram o PT. O que seria do PT sem o apoio das CEBS e de amplos setores da CNBB desde a sua fundação? Onde nasceu o PT, senão nas sacristias?
A CNBB se desprestigiou e levou consigo a esquerda. Onde estão as “massas” para apoiar manifestações de esquerda?
O Eleitor pode salvar o Brasil
Estamos numa Democracia, vamos usar as regras democráticas e mostrar a impopularidade das esquerdas. Somente Xi Jinping, Maduro, Castro usam da fachada democrática para implantar a ditadura.
Nossa Senhora Aparecida nos dê um Brasil forte, cristão, coeso na defesa dos Valores Morais e exemplo para as Nações do Ocidente. Essa é a missão providencial da Terra de Santa Cruz para a qual rezamos diariamente.
Fonte: https://www.pliniocorreadeoliveira.info/Minha_Vida_publica/MVP_05_A_LEC_e_a_Constituinte.htm#_ftn207