Roma, 20 de outubro de 2015 – Na última semana do Sínodo da Família, a ala progressista se empenha ainda mais em difundir a impressão de que não pretende introduzir mudanças na doutrina da Igreja.
De fato, Dom Heiner Koch, Arcebispo de Berlin, e Dom Franz-Josef Bode, Bispo de Osnabrück, em suas entrevistas de hoje se apresentaram marcadamente moderados (em relação a suas tomadas de posições anteriores) e amorteceram as esperanças de que haja grandes mudanças nos temas controversos.
Este estilo é surpreendente, posto que o cardeal Marx, o arcebispo Koch e o bispo Bode haviam apresentado muito claramente durante o Sínodo sua posição sobre a comunhão para os divorciados recasados e as parcerias extraconjugais.
Dom Stanisław Gądecki, Arcebispo de Poznan e Presidente da Conferência Episcopal Polonesa, até o momento a personalidade mais importante do setor conservador, considera este modo de agir dos bispos alemães como uma manobra enganadora.
Muito provavelmente Dom Gadecki tem razão. A esquerda católica alemã sustenta há muito tempo que o Sínodo é apenas o começo de uma revolução profunda dentro da Igreja.
Depois do Sínodo os bispos liberais poderiam tentar impor por conta própria as reformas que não conseguiram introduzir durante o Sínodo. Por isso insistem tão fortemente em maior autonomia para as Conferências Episcopais.
Um relatório final do Sínodo, esponjoso e passível de múltiplas interpretações, viria em auxilio dos bispos progressistas, que poderiam interpreta-lo a seu bel- prazer.
Concretamente no caso da Alemanha, estaria assim aplainado o caminho para o surgimento de uma igreja nacional que fabrica para si mesma um magistério próprio.
(Traduzido do original em alemão por Renato Murta de Vasconcelos)