O movimento homossexual acrescentou ao seu acrônimo “LGB” o “T” de “transsexual,” numa espécie de “fente comum” de todas as anomalias do comportamento sexual. Por isso o acrônimo vai aumentando sempre mais, por exemplo, “LGBTTQQIAAP” (Lesbian, Gay, Bisexual, Transgender, Travestite, Queer, Questioning, Intersex, Asexual, Ally, Panssexual).
A inclusão do chamado “transsexualismo” ou “transgenderismo” na campanha homossexual mostra o aspecto ideológico que essa anomalia desempenha na atual “guerra cultural” que está transformando nossa civilização por meio da destruição da moral baseada na Lei natural e divina.
Impossibilidade biológica
“É impossível fisiologicamente mudar o sexo de uma pessoa”, “uma vez que o sexo de cada um está codificado em seus genes—XX para a mulher, XY para o homem.” explicam Richard P. Fitzgibbons, M.D., Philip M. Sutton, Ph.D., e Dale O’Leary em documentado estudo. “A cirurgia pode somente criar uma aparência do outro sexo,” pois a identidade sexual, “está escrita em cada célula do corpo e pode ser determinada por meio do teste do DNA, não podendo ser mudada.”[1]
O mesmo afirma o Dr Joseph Berger, psiquiatra e neurologista de renome: “A cirurgia cosmética não fará um homem se tornar mulher, capaz de menstruação, ovulação, e ter filhos. A cirurgia cosmética também não fará de uma mulher um homem, capaz de produzir esperma que pode ser unido a um óvulo de uma mulher fertiliando-o para produzir uma criança.”[2]
O desejo de “mudar de sexo” tem sua raiz em distúrbios psicológicos, problemas de personalidade ou morais. É por isso que o Dr. McHugh, que chefiou o departamento de psiquiatria do Hospital Johns Hopkins, de Baltimore, depois de muitos estudos em cooperação com outros psiquiatras, afirmou que chegou à conclusão que “realizar alterações cirúrgicas no corpo dessas desaforntunadas pessoas era colaborar com sua desordem mental em vez de tratá-la.” [3]
“No cerne do problema do transgender está uma confusão sobre sua natureza,” explica e afirma que “a ‘mudança de sexo’ é biologicamente impossível’. As pessoas que fazem operações “não mudam de homem para mulher e vice-versa. Antes, se tornam homens feminizados ou mulheres masculinizadas.” Portanto, conclui, “defender que se trata de um direito civil e encorajar tais cirurgias é, na realidade, colaborar e promover uma desordem mental.”[4]
A “Teoria do Gênero e o transgenderismo
A difusão da “teoria do gênero” (gender theory) não somente ajudou enormemente o progresso do movimento homossexual, mas tende a “normalizar” a pretensa mudança de sexos.
Isso porque, segundo essa teoria, o sexo de uma pessoa não seria determinado pelo seu componente biológico e genético mas sim pelo modo como ela se considera a si mesma. O “gênero sexual” seria fruto de “uma escolha,” de uma “orientação”assumida por uma pessoa. Então, porque não adaptar o próprio corpo, mediante operações e hormônios, para assemelhá-lo à do sexo escolhido?
Segundo a Dra. Marguerite Peeters, professora na pontifícia Universidade Urbaniana de Roma, “em 1955, um um psiquiatra americano, John Money, introduziu o conceito de ‘papel sexual’ (‘gender role’) para distinguir a identidade sexual biológica do papel social que o individuo escolheu representar independentemente de sua identidade biológica. Em seguida, houve duas correntes que levaram o conceito a seu inteiro desenvolvimento: a corrente feminista e a corrente homossexual.” Através dessa teoria, conclui ela “se está desconstruíndo a identidade masculina e feminina.”[5]
Revolta contra Deus
A impossibilidade de mudar o sexo com que se nasceu não contraria somente a realidade biologica; ela vai contra sobretudo com a vontade de Deus. Ninguém nasce homem ou mulher por mero acaso, mas em virtude dos inescrutáveis desígnios da Divina Providência, conforme se pode ler no profeta Jeremias: “Antes que no seio fosses formado, eu já te conhecia.”[6]
Portanto, faz parte dos planos de Deus, da sabedoria divina que ordena todas as coisas,[7] que uns nasçam homens e outros mulheres e ir contra os desígnios divinos é um ato de revolta contra o Criador.
A diferença dos sexos é um reflexo da perfeição divina e tem por fim a realização dos planos de Deus em relação à humanidade: “Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher. Deus os abençoou: “Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a.”[8]
Assim, em relação a pessoas que estão com problemas de confusão em relação ao próprio sexo, a caridade cristã impõe que se as ajude, com respeito e compaixão, não para aumentar-lhes a confusão em que se encontram, ou dar-lhes uma falsa solução cirúrgica, mas para ajudar a sair da mesma. A caridade “se rejubila com a verdade” diz São Paulo,[9] e portanto a misericórdia nunca pode se contrapor à verdade pois somente a verdade é que liberta.[10]
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[1] The Psychopathology of “Sex Reassignment” Surgery Assessing Its Medical, Psychological,
and Ethical Appropriateness, The National Catholic Bioethics Center, http://ncbcenter.org/document.doc?id=581.
[2] http://arpacanada.ca/attachments/article/1724/Testimony%20of%20Dr.%20Berger%20re%20c279.pdf.
[3] Surgical Sex, Why We Stopped Doing Sex Change Operations, by Paul R. McHugh, “First Things”, November 2004, http://www.firstthings.com/article/2004/11/surgical-sex.
[4] Transgender Surgery Isn’t the Solution – A drastic physical change doesn’t address underlying psycho-social troubles, Paul McHugh, Wall Street Journal, June 12, 2014, http://www.wsj.com/articles/paul-mchugh-transgender-surgery-isnt-the-solution-1402615120.
[5] MARGUERITE PEETERS (auteur de “Le gender, une norme mondiale ?”) : « Je suis contre le ministère du Genre », Le Mauricien | 18 novembre, 2013, Retrieved 2/26/2015 at
http://www.lemauricien.com/article/marguerite-peeters-auteur-gender-norme-mondiale-je-suis-contre-ministere-du-genre.
[6] Jeremias 1:5.
[7] Cf. Sabedoria 8:1.
[8] Gen. 1:27-28.
[9] 1Coríntios 13:6.
[10] João 8:32.
Tudo isto faz parte da aplicação da estratégia de Gramsci, que consiste em implantar um novo conceito de moral, um senso comum modificado,
infiltrando lenta e gradualmente a idéia revolucionária (sem jamais declarar, que isso está sendo feito), sempre pela via pacífica, legal, constitucional, entorpecendo consciências e massificando a sociedade com uma propaganda subliminar, imperceptível aos mais incautos que, por sinal, representam a grande maioria da população.