A denominada “linguagem inclusiva” de tal maneira contraria a ordem natural e o bom senso que vem se prestando até a fatos, programas ou cenas cinematográficas cómicas.
Mais um caso caraterístico deu-se recentemente na Argentina.
A tendência adotada por altas autoridades políticas deram azo ao boato, depois negado, de que o governo reescreveria as marchas militares seguindo essa moda.
Uma mulher que trabalha no Hospital Militar de Salta como membro das Forças Armadas escreveu carta pública patenteado a anti-naturalidade da proposta.
Ela se sentiu ofendida por esse efeminamento antipatriótico e se definiu como soldado – nem “soldada” nem “soldade” – repelindo a linguagem “inclusiva”. A carta foi publicada na íntegra no “La Nación”.
“Meu nome é Lucía Zordán Herrera, sou um soldado de primeira classe, sim, um soldado, nem “soldada” nem “soldade”, sou um soldado.
“Somos soldados, tenho orgulho de pertencer a uma instituição tão majestosa, não tenho vergonha de dizer isso”, disse a mulher em um post no Facebook.
Zordán Herrera destaca com orgulho suas experiências nas Forças Armadas: “sei manejar as diferentes armas, tive a sorte de poder atirar com canhão, dirigi caminhões, conheci as diferentes facetas de ser soldado, com os serviços de armas, ir para o campo,…
“Eu sei o que é ter medo de carregar uma arma, eu sei o que é estar em um exercício de artilharia, ouvir como os projéteis explodem quando caem no chão”, diz a mulher em um parágrafo do texto.
“O que sempre gostei foi de prestar homenagem, sim, homenagear meus chefes em cada formação, homenagear minha bandeira, meus veteranos de guerra, é uma emoção que penetra na alma, não se explica em palavras”, prossegue.
Para ela, a história da Argentina se reflete nas marchas militares e pede que as cantem com orgulho, como são, sem “linguagem inclusiva”.
“Cante alto com toda a força do corpo, cante com orgulho do meu exército”, escreve.
Zordán Herrera questiona aqueles que procuram modificar o texto original das letras e se opõe categoricamente à substituição das estrofes alegando direitos das mulheres.
“Até onde eles estão indo? O que mais você quer?” interpela.
“E, sim, cansei.
“Cansei deles reclamando que por serem mulheres não têm direito.
“Mas não temos o direito de mudar a história só porque uma marcha tem nome masculino, porque o canto do artilheiro termina em ‘o’ e não em ‘e’ ou em ‘a’”.
“As Forças Armadas fundaram a nossa história. Essas pessoas amanhã darão suas vidas por todos.
“Deus me livre, mas você mudando uma música, tornando-a feminista … o que você vai fazer?”, interpelou com um vigor que não deveria faltar num homem.