Viena – Na cerimônia de Quinta-feira Santa, a Igreja silencia os sinos até que eles voltem novamente a soar no “Glória” da Missa de sábado de Aleluia. Durante este período, na Áustria, costuma-se dizer às crianças “que os sinos foram para Roma”.
Inicia-se então uma cerimônia muito interessante, que tem sua origem numa tradição da Idade Média. São os acólitos em idade bem jovem que saem às ruas com um tipo especial de matraca para anunciar o Angelus e as horas dos ofícios divinos [foto ao lado].
Quando se trata do Angelus, as crianças proclamam a hora que todo cristão deve rezar: “Ajoelhai, ajoelhai e rezai um Pai Nosso e três Ave-Marias!”. Quando é a hora da Missa, eles dizem ao primeiro toque: “Preparem-se”; ao segundo toque: “vistam-se”; ao terceiro: “sigam-nos”. E então todos devem seguir as crianças.
Estas podem também passar em horários diferentes, para recordar que é um momento triste da História em que Nosso Senhor Jesus Cristo morreu por nós e que por isso se deve rezar. As crianças tocam as campainhas e recitam orações. Em troca, a pessoa visitada é convidada a fazer uma doação para a Paróquia e dar doces às crianças, que só poderão ser comidos depois da Missa de Páscoa.
As matracas [alguns exemplares ao lado], confeccionadas em geral só com madeira, podem ser de diversos tipos e tamanhos. Elas têm manivelas e rodas, ou um pivô em torno do qual são acionadas. Há imaginação para tudo.
Ao contrário dos sinos, que têm um som alegre, as matracas marcam com seu som estridente e triste a tristeza do momento. É a Igreja, que nos propõe que meditemos no momento doloroso da Paixão de Nosso Senhor, em que Ele foi traído, vendido, flagelado, maltratado e depois pregado na cruz entre dois vulgares ladrões.
Mas há também a esperança de que “os sinos voltem de Roma” e comecem de novo a soar depois da Ressureição.
São as várias facetas da Semana Santa.