Agradecidos, curvamo-nos cheios de amor e gratidão diante do Presépio. Sentimo-nos perdoados e amados num grau inimaginável
O mês de dezembro é motivo de enorme alegria para nós católicos, porque nele se comemora a chegada do Salvador, que nos redimiu e abriu-nos as portas do Céu!
Quem poderia imaginar a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, que Se faz homem no seio puríssimo de Maria, para resgatar com Seu Preciosíssimo Sangue a nossa culpa, só sanável pelo próprio Deus?! É imenso o sentido do Natal, sem o qual quase todos nós estaríamos condenados ao inferno eterno.
Agradecidos, curvamo-nos cheios de amor e gratidão diante do Presépio. Sentimo-nos perdoados e amados num grau inimaginável.
Contudo, sob outro aspecto, o Natal nos enche de tristeza…
Sim, porque se repete a hipocrisia gigantesca de todos os anos. O comércio começa antecipadamente, muito antes do Advento, com as suas promoções e seduções, seu marketing para auferir o maior lucro possível.
Nada, ou quase nada que lembre o verdadeiro sentido do Natal é colocado ao alcance dos remidos filhos de Nosso Senhor. No comum dos lugares o Natal é inteiramente laico e materialista, não passando na verdade de um culto a “Mamon”, o deus do dinheiro.
Mais triste ainda é imaginar que em inúmeras igrejas o Natal vai ser apresentado com a distorção não pequena desta era do “triunfo” aparente da Teologia da Libertação, fruto do Concílio e mãe do Sínodo da Amazônia.
Ouviremos sermões tais como: — “O Natal é a festa dos pobres injustiçados que têm fome, que vemos sofrer debaixo dos viadutos sob a indiferença dos ricos” etc.
Para quem entende as coisas, muitos desses mendigos fazem parte de um dispositivo montado em laboratório para criar nos passantes a ideia de uma miséria insanável, fruto da ganância dos ricos que açambarcam egoisticamente todas as riquezas do País. Mendigos esses, aliás, em geral rechonchudos (portanto bem alimentados não se sabe bem por quem), brutalizados pela decadência que domina suas almas e pelo ambiente que eles mesmos criam. É fato histórico que, pouco antes de estourar a Revolução Francesa, as “máquinas” que a promoveram fizeram chegar a Paris uma multidão de mendigos que perambulavam pelas ruas para dar a impressão artificial de miséria.
Mas, voltando a esse Natal que se aproxima, a verdade é que em quase nenhum lugar se presta ao Menino Jesus a verdadeira homenagem pelo seu nascimento, embora todo mundo comemore com presentes, divertimentos e comilanças uma festa que, no fundo, é feita para outros, e não para o grande esquecido que é Deus Nosso Senhor…
Para definir os tristes contornos da situação que vivemos neste ano de 2019 que termina, basta lembrar o recente e calamitoso culto ao ídolo pagão e demoníaco da Pachamama, feito nos jardins do Vaticano na presença do Papa.
Pensando nisso tudo, podemos tirar um alto proveito. É conferirmos ao nosso Natal um caráter de reparação, não nos deixando envolver pelo clima pagão externo e prestando ao Menino Jesus uma atenção toda especial que se deve ao verdadeiro aniversariante da data.
Lembro aqui as fogosas palavras do Dr. Plinio Corrêa de Oliveira junto ao Presépio, reproduzidas por ele há muitos anos num artigo de Natal:
“Quem somos nós Senhor? Somos os que não dobram os dois joelhos, nem sequer um só, diante de Baal. Os que trazemos a Lei de Deus gravada no bronze de nossas almas. E não permitimos que as doutrinas deste século gravem seus erros sobre este bronze, que sagrado a Redenção tornou.”
A revista Catolicismo deste mês traz preciosas matérias sobre o Natal, especialmente de Dr. Plinio. Elas podem nos servir de inspiração para uma boa reparação, que se for feita por meio de Nossa Senhora, que é também nossa Mãe, O consolará adequadamente.