Não existe qualquer relação entre pedofilia e celibato

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Cardeal José Saraiva Martins

É um alívio, em meio à crise moderna, ouvir as verdades de quem tem a vocação de as pronunciar para esclarecer os fiéis. Este é o caso dos trechos da entrevista que reproduzimos, com D. José Saraiva Martins, Prefeito emérito da Congregação para a Causa dos Santos.

[O que dizer das] recentes polémicas da pedofilia?

Esse é um caso típico de uma campanha contra Igreja e o Papa muito bem organizada. Há pouca objectividade naquilo que é dito na comunicação social. Não faz sentido falar de pedofilia entre os membros do clero, passando-se a ideia de que a maioria dos casos acontecem no seio da Igreja. Isso é desinformação. A igreja nunca negou a existência de casos. Num exército de mil soldados, se houver um mau soldado não poderemos dizer que todo o exército é mau. As estatísticas são muito claras e apontam para que apenas 0,03% dos casos ocorram na Igreja. Não é verdade que os casos sejam generalizados.

Ainda assim, e nesses casos que vão aparecendo, pode existir uma relação com o celibato?

Não. Em outras religiões em que não há celibato, há mais pedófilos e isso é a prova evidente de que não existe qualquer relação.

Mas admite que viver uma vida em celibato é difícil?

Não é difícil quando há uma verdadeira vocação para o sacerdócio. Um jovem que se doa totalmente à vocação, e a abraça, consegue consagrar-se totalmente àquilo em que acredita. Isso que me pergunta é como dizer que é difícil um marido entregar-se totalmente à mulher. A própria vocação para o casamento ou para a maternidade é um caminho difícil, mas torna-se fácil quando há amor genuíno. O padre não é uma pessoa frustrada. Consagrou-se totalmente ao exercício da sua missão.

Continua, então, a fazer sentido a imposição do celibato?

Certamente que sim. E esta consagração total a Deus e ao seu ministério é a favor dos fiéis. Se tivesse família, um padre não poderia dedicar-se à paróquia da mesma maneira.

Mas há religiões em que os pastores têm família e conseguem dedicar-se, em simultâneo, às comunidades…

Nunca é a mesma coisa. Tendo família, o padre não pode estar à disposição da comunidade 24 horas por dia. Isso é óbvio. O trabalho dedicado à família e ao emprego para a sustentar, é tempo retirado ao trabalho eclesiástico. O celibato é importante. Não há nada mais belo que a consagração àquilo em que se acredita e se escolheu livremente.

É este o principal problema com que a Igreja tem de lidar, neste momento?

Um dos problemas que a Igreja tem de enfrentar é o relativismo ético-moral em que vivemos, como se não existissem princípios absolutos. Uma coisa é boa ou má, segundo me parecer boa ou má. Isso e a crescente indiferença religiosa que se está a expandir, cada vez mais, na Europa. O homem foi-se habituando a viver como se Deus não existisse. Este é um problema sério.

Fonte: http://www.ionline.pt/

5 COMENTÁRIOS

  1. Deus é maior do que a Igreja. Não devemos “defender” a Igreja antes de “defendermos” a verdade. A realidade é que a Igreja acobertava esses pedófilos ao tentar a sua “regeneração”, ou seja: Em vez de entregar logo ao “braço secular” tentava “tratá-lo” psiquiatricamente e psicologicamente, removê-los para outras dioceses distantes, indenizar as famílias, etc..
    Hoje a Santa Sé caiu em si. Não adota mais aquele comportamento. Entrega ao braço secular e instala processo canônico em que no final o “padre” é demitido do estado clerical e aí vai trabalhar pelo seu próprio sustento ou vai parar na cadeia, conforme a gravidade da acusação e as provas.
    A Sé Romana também tenta evitar a entrada de candidatos homossexuais, tentando “descobri-los” através de “psico-diagnóstico”.

  2. O problema meu caro é que ninguém que você apontou prega a “castidade” e até faz voto disto. entendeu a “revoltante” diferença ? É o “supra-sumo da hipocrisia”.
    Devemos não ser hipócritas e encarar a verdade doa a quem doer. Olhemos para o nosso umbigo de Igreja e não para o que a mídia diz pois a mídia se baseia em dois fatos inegáveis:
    1 – Esses pederastas que seduzem menores devem ser denunciados pela própria Igreja e não acobertados (sabemos que há casos de acobertamento).
    2 – Essa desculpa de “você é outro”, “olha o mendigo falando do esfarrapado” não funciona porque, aqui no mundo temporal, ninguém fez “voto de castidade” e na Igreja se quebra da pior forma: “Quem fez o voto nem procura mulher comete um pecado ainda mais hediondo, condenado pela própria Igreja, ou seja, seduz alguém do mesmo sexo, de maneira criminosa, e comete um pecado muito mais grave segundo a própria Igreja: A prática homossexual.
    O cinismo desses padres pedófilos é tão grande perante a sociedade que justifica com que “sanha” a mídia cai sobre eles e a Igreja entra de “gaiata”, por consequência, uma vez que as denúncias continuam e a Igreja ainda não conseguiu diminuí-las apesar de estar fazendo grande esforço.

  3. Sou católico e fico perplexo quando se diz simplesmente isto: “O celibato obrigatório nada tem a ver com a pedofilia no clero”.

    1) A “pedofilia” do clero católico, que nos preocupa, é a “pedofilia homossexual”, porque é a maioria da “esporquícia”, como diz Bento XVI, que aparece nesses “escândalos”.
    2) É evidente que todos esses “esporquícios” já adentraram os quadros da Igreja com esse problema.
    3) Comparemos dois cenários:
    3.1 – Cenário número 1 em que um homossexual que gosta de adolescentes (ou seja, de menores) tem vida normal e compra um apartamento de solteiro. Futuro desse indivíduo: Solteirão, com sua casa frequentado por “garotões” e todos sabendo que se trata de uma “bicha”.
    3-2 – Cenário número 2 em que esse mesmo homossexual resolve ser padre. Futuro desse indivíduo:
    a) Não será descoberto como homossexual uma vez que “não pode se casar” pois “padre não pode se casar” e assim seu homossexualismo é oculto quanto a tornar-se um “solteirão visitado por “garotões””.
    b) Pode escolher entre vários parceiros pois frequenta um mundo basicamente de homens e constituído por grupos de jovens, coroinhas e cantores de coro.
    c) Conta com a cobertura daqueles que acham que todo padre é um “semi-deus”, que não são poucos ou poucas que irão defendê-lo como a “velhinha de Taubaté” defendia o presidente Collor.

    O que proporcionou tudo isto ao dito “homossexual” ?
    Simples: O celibato obrigatório !
    Caramba ! É tão difícil enxergar “como” o celibato obrigatório causa o problema ? É simples assim: Ele atrai o homossexual para se acobertar dentro da Igreja !

    Senhores: Não sejamos hipócritas ! Qualquer um na rua sabe disso, qualquer um. Com esse tipo de discurso mais um bispo se faz de “inocente útil”.

    Devemos defender a Igreja mas não nos “fazermos de inocentes úteis”.

    É até uma vergonha esse tipo de declaração da Igreja. Ela está na boca de padres e bispos, sempre o mesmo discurso e com isso caem no ridículo porque todo mundo sabe que existem homossexuais dentro da Igreja se acobertando no celibato obrigatório porque a coisa mais clara desse mundo é que um homossexual jamais pretende se casar com uma mulher. Aí eles vem com o discurso pela “contra-mão”: O Celibato obrigatório não “causa” o homossexualismo”…
    Ora, não se fala de “causas” mas sim de “motivações” para se abraçar um celibato obrigatório !!
    O celibato obrigatório cai como uma “luva” para quem tem a intenção de jamais ser descoberto como homossexual !
    Quando vejo o “Monsenhor Marques” de Arapiraca, querendo ter “relações” com 83 anos, idade em que os héteros já são “castos” por força da impotência que vem com a idade (envelhecimento natural das artérias e arteríolas do pênis, que fazem enrijece-lo e crescimento natural da próstata), fico perplexo”.
    Tiro por mim, que já estou com 56 anos e apesar de ter relações normais com a minha esposa já noto que não há o mesmo “enrijecimento” de outrora e numa relação pênis – vagina, que é imensamente mais fácil do que a relação dos homossexuais !!
    Caramba ! A quanto tempo aquele “velhinho” bondoso, que ninguém jamais desconfiaria dele, está a cometer sacrilégio dentro das paróquias. Sim, “sacrilégio” pois acredito que um ato homossexual por parte de um padre é pecado muito mais horrendo do que entre leigos, ainda mais dentro da residência onde está a Igreja de Jesus Cristo !
    Me parece a “ponta de um iceberg” devido a Instituição proporcionar tanta facilidade para que homossexuais dela participem.Não fosse o repórter “Cabrini” e duvido que esse “padre”, que de “padre” nada tem, fosse descoberto !
    Agora ficamos a criticar quem quer entregar esses “animais” a justiça como se a Casa de Deus fosse abrigo de malfeitores! Me poupem !

  4. A mídia se mostra sumamente hipócrita ao fazer o estardalhaço a propósito da pedofilia praticadas por membros do clero; um pecado realmente hediondo. Mas a maior promotora da sexualidade desbragada, da traição entre os cônjuges, e das aberrações sexuais é exatamente a mídia. Tudo o que ocorre nessa matéria recebe um impulso vital da mídia. Por que ela só faz escândalos sobre os casos praticados pelos membros decadentes do clero?
    Que vida levam os atores de novelas e artistas do cinema? Que vida levava Michel Jakson e outros? Quem coloca gente desse naipe nas nuvens do prestígio? Hipócritas!

  5. É um verdadeiro alívio, como católico, que sinto ao ler as declarações de D. José Saraiva Martins, Prefeito emérito da Congregação para a Causa dos Santos. Afinal, alguns pastores se levantam e defendem a Igreja. E os outros? Por que continuam em silêncio? Se os bispos bradassem, toda essa onda cessava. Aguardamos.

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