Carlos Vitor Santos Valiense

O Natal, o mistério da Encarnação do Verbo, é celebrado por todo o orbe como o grande feito do amor de Deus para com os homens. Deus, que tanto ama o mundo, se fez carne para estar com seus filhos “O verbo era Deus”, “O verbo de Deus se fez carne e habitou entre nós”.

Sabe-se que após o nascimento do Redentor na fria estrebaria de Belém ocorreu a visita e adoração dos Reis Magos, guiados milagrosamente pela luz da estrela. Luz que os guiará para adorar a verdadeira Luz que nascera do ventre virginal de Maria Santíssima.

“Quando Herodes percebeu que os magos o haviam enganado, ficou muito furioso. Mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o território vizinho, de dois anos para baixo, exatamente conforme o tempo indicado pelos magos. Então se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias: ‘Ouviu-se um grito em Ramá, choro e grande lamento: é Raquel que chora seus filhos, e não quer ser consolada, porque eles não existem mais’” (Mt 2,16-18).

A fúria de Herodes foi aplacada após o sangue dos inocentes mortos por suas ordens ser derramado. O medo de perder o poder, o medo de uma pequena criança fez um rei tornar-se um sanguinário covarde. “Derrubará os poderosos de seus tronos e elevará os humildes”. Como pode uma criança ser uma ameaça para alguém tão grande e tão poderoso como o rei Herodes? Uma criança indefesa, Deus se faz impotente frágil em uma manjedoura e abala os tronos dos poderosos de seu tempo.

Montagem de imagem STF e Congresso Nacional

As cantatas belíssimas de Natal são acompanhadas de contraponto pelo triste, silencioso e polifônico choro dos inocentes que morrem todos os dias vitimas dos Herodes atuais. Os Herodes dos tempos modernos não possuem coroa de rei nem qualquer nobreza, trajam ternos das mais altas grifes e trocaram o palácio pelo Congresso, ou então usam toga e dizem ser os interpretes da lei e da justiça. Herodes não matou pessoalmente os meninos, mas mandou matá-los; seus soldados, que usavam punhais e espadas e revestiam-se de armadura, trocaram hoje as armaduras pelo jaleco branco dos médicos e as espadas e punhais pelos bisturis e pelo tristemente famoso bico de pato. Sem contar os que são mortos na penumbra da noite pelas “aborteiras” clandestinas.

Os santos mártires Inocentes, cuja festa a Igreja Católica celebra no dia 28 de dezembro, tiveram uma dádiva que os pequenos mártires de hoje não têm. Eles ao menos puderam nascer e ser defendidos por suas mães em meio à atrocidade dos soldados.  Mas os pequenos mártires de hoje, ao invés de serem defendidos por quem os concebeu e cuja face eles queriam amorosamente contemplar, são entregues por elas mesmas à morte no próprio ventre materno.

A Sagrada Família teve que fugir para o Egito para não sofrer a matança dos inocentes

Os Santos mártires de Belém foram mortos na inocência que a infância exala. Na atualidade, as crianças que pela misericórdia divina sobrevivem ao aborto, sofrem uma ameaça inexistente em outros tempos: a verdadeira maré de empreitadas para perverter e furtar sua inocência. A televisão é a principal difusora da imoralidade e da pornografia, o governo que impor o estudo da Ideologia de gênero às crianças, o uso de contraceptivos, a legalização o aborto. “A indução dos pequeninos ao pecado supera a malícia do próprio aborto” – Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz.

Como os magos do Oriente se deslocaram sem medo e tomaram como prumo a estrela que lhes anunciara a Boa-Nova, assim também nós devemos atravessar o deserto da falta de amor que é profundo no coração. O homem moderno mostra-se inerte à maldade e à injustiça, tornando-se “marionete” nas mãos dos Herodes modernos; dança conforme a música, a qual é uma polifonia do choro dos pequenos mártires privados do direito humano de nascer.

Neste mundo moderno e desumano, defender a vida desde a sua concepção até a morte natural é um dever de todos, pois o aborto constitui crime gravíssimo, proibido pela Lei de Deus.

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