Nossa Senhora do Perpétuo Socorro: devoção, amparo e simbolismo

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Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, invocação muito bonita, difundida hoje na Igreja sobretudo pelos padres redentoristas.

Esta invocação é muito bonita porque indica a misericórdia invariável de Nossa Senhora. O Perpétuo Socorro é um auxílio, um ato de misericórdia, de piedade perpétuo, ininterrupto, que não se detém nunca, que não cessa nunca, que não se suspende nunca. Nunca quer dizer em nenhum minuto; nunca quer dizer em nenhum lugar; nunca quer dizer em nenhum caso. Ou seja, por pior que seja a situação de quem recorra a Nossa Senhora, Ela é Mãe de Misericórdia e socorre sempre os que a Ela se dirigem.

Esta imagem é de uma técnica especial. A começar pelo fato que tem um fundo dourado, que se usava muito para as imagens e os quadros de personagens no Antigo Império Romano do Ocidente e do Oriente, bem como durante uma parte da Idade Média.

Essa imagem tem como fundo, então, esse ouro que representa a glória da Rainha do Céu. Os senhores notarão que ela tem uma auréola dourada; também o Menino Jesus tem uma auréola dourada.

Nossa Senhora está revestida de um manto azul que lhe sobe até à cabeça, e que a envolve. Constitui uma espécie de xale. Os senhores notarão que ela tem algo que parece com uma estrela (correspondendo ao alto de sua cabeça); e, do outro lado, algo que parece uma aplicação de ouro no próprio tecido e que também dá a impressão de uma estrela ou de uma cruz.

Os senhores, analisando mais detidamente a imagem de Nossa Senhora, percebem que ela está revestida de uma túnica vermelha, encimada provavelmente por um tecido de ouro. Os senhores veem que reaparece a túnica vermelha aqui na manga, porque o pano da capa está afastado.

Como os senhores verão daqui a pouco, todas essas coisas têm seu simbolismo. Eu estou primeiro atraindo a atenção dos senhores para os pormenores, para depois considerarmos o valor, o alcance desses símbolos.

O Menino Jesus está sentado sobre a mão de Nossa Senhora. Nossa Senhora o carrega na mão. Ele está olhando com uma fisionomia… ele está inteiramente encostado nela, mas como uma criança que está muito familiarizada com a sua mãe; e que, ao mesmo tempo em que está gozando do prazer de estar junto ao regaço materno, entretanto, se distrai com alguma coisa que está olhando.

Observem que o Menino Jesus está vestido com uma túnica, uma cintura rósea e tem colocado, um pouco negligentemente, uma capa que está caída aqui. E como a capa é muito, muito larga – a gente vê isso porque ela está caída – forma numerosas pregas, as quais, a meu ver, estão muito bem estudadas, como também o panejamento me parece igualmente muito bem estudado e muito natural.

Os senhores têm anjos com instrumentos da Paixão. Aqui está um com uma túnica vermelha, o halo da santidade, uma lança e a esponja representando a esponja com fel que deram a Nosso Senhor para beber. Aqui, um outro anjo, com uma túnica rósea, com a cruz; curiosamente, uma cruz com vários braços.

O que dizer, antes de tudo, da fisionomia da imagem?

A imagem de Nossa Senhora é muito expressiva por causa da atitude profundamente materna que tem. A gente vê a mãe que carrega seu filho com uma naturalidade extraordinária, com um afeto extraordinário; toda a intimidade magnífica de Nossa Senhora com o Menino Deus aí aparece. Porque os senhores veem que ela está com uma expressão de olhar recolhida, de pessoa que reza.

Os senhores veem que ela, apesar de o segurar com muita intimidade, também o faz com um profundo respeito, uma profunda veneração e um profundo recolhimento. É que ela está rezando para ele, ao mesmo tempo em que o carrega. Ela está certa que tem nos braços o próprio Deus encarnado e a atitude dela é de adoração.

O sopro da arte autêntica existe aí na expressão recolhida da fisionomia, na nobreza e no afeto que todo o porte revela.

Agora passamos ao simbolismo. O traje de Nossa Senhora A representa com a túnica azul e com a roupa vermelha. Ora, acontece que a túnica vermelha distinguia as virgens e a túnica azul distinguia as mães. De maneira que o vermelho e o azul indicam a virgem e a mãe. Os senhores vejam que bonita combinação: símbolos discretos, que não chamam a atenção, mas que definem quem é Nossa Senhora.

De outro lado, para mim, o simbolismo mais tocante é aqui: os senhores estão vendo o gesto com que o Menino Jesus se apoia na mão de Nossa Senhora e com que Nossa Senhora segura as duas mãos dele: uma das mãos está inteiramente contida entre esse dedo e o dedo indicador, de maneira tal que o movimento da mão de Nossa Senhora governa o movimento da mão do Menino Jesus.

Era exatamente um símbolo de homenagem e de obediência antigos, a mão do inferior ficar posta na mão do superior, o qual indicava seu domínio, seu poder sobre o inferior. Porque um homem que segura as mãos do outro, evidentemente, segura-o inteiro. Então, para indicar o valor da oração de Nossa Senhora, que pode tudo sobre o Menino Jesus, que a oração dEla governa o Menino Jesus, com muita naturalidade, o artista representou o Menino Jesus prestando esse ato de obediência a Nossa Senhora. Se não se conhecesse o simbolismo, a posição dele é tão natural e é tão frequente em crianças que não se diria que teve uma segunda intenção.

Esses dois anjos o que representam? Nossa Senhora segura o Menino Jesus e o Menino Jesus olha para os dois anjos e vê a sua Paixão, que é profetizada por ele. Quer dizer, ao mesmo tempo em que se lembra nela a virgem e a mãe, lembra-se nele o Menino, mas o Redentor que foi esperado pelos profetas e que vai resgatar o gênero humano.

Depois, pormenor pitoresco é essa sandália que está pendurada no pé do Menino Jesus. Esse santinho que me foi dado interpreta assim: “A sandália desatada, símbolo talvez de um pecador preso ainda a Jesus por um fio, o último: a devoção a Nossa Senhora”. Os senhores estão vendo que é uma linda interpretação!

Tenho conhecido, em minha vida, tantas almas suspensas como essa sandália, e tenho visto também tantas almas suspensas assim se erguerem depois e ficarem como a outra sandália…

Essas letras gregas querem dizer, de um lado, em cima: Mãe de Deus. A estrela, no véu de Nossa Senhora, indica que Nossa Senhora é a estrela que nos guia no mar da vida até o Céu. A outra abreviatura significa São Miguel Arcanjo. É ele que apresenta a lança e a vara com a esponja; o outro anjo é São Gabriel que fez a Anunciação; uma outra abreviatura de Jesus Cristo.

Fonte: https://www.pliniocorreadeoliveira.info/nossa-senhora-do-perpetuo-socorro-27-6-um-auxilio-ininterrupto-que-nao-se-detem-nunca-que-nao-cessa-nunca-simbologia-das-cores-objetos-e-letras-2/

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Homem de fé, de pensamento, de luta e de ação, Plinio Corrêa de Oliveira (1908-1995) foi o fundador da TFP brasileira. Nele se inspiraram diversas organizações em dezenas de países, nos cinco continentes, principalmente as Associações em Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP), que formam hoje a mais vasta rede de associações de inspiração católica dedicadas a combater o processo revolucionário que investe contra a Civilização Cristã. Ao longo de quase todo o século XX, Plinio Corrêa de Oliveira defendeu o Papado, a Igreja e o Ocidente Cristão contra os totalitarismos nazista e comunista, contra a influência deletéria do "american way of life", contra o processo de "autodemolição" da Igreja e tantas outras tentativas de destruição da Civilização Cristã. Considerado um dos maiores pensadores católicos da atualidade, foi descrito pelo renomado professor italiano Roberto de Mattei como o "Cruzado do Século XX".

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