Destaques
1 – PONTUALIDADE E RESPEITO
2 – CNBB E ELEIÇÃO 2018: COERENTE NA INCOERÊNCIA
3 – FIM DA ETERNA REELEIÇÃO
4 – “GOLPE” POPULAR NO EQUADOR
5 – PROGRESSISTA = ESQUERDA?
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1Pontualidade e respeito
Causa-nos espécie, a nós brasileiros, saber que o ministro britânico Michael Bates, da pasta de Desenvolvimento Internacional, apresentou sua renúncia por chegar dois minutos atrasado à sessão do Parlamento. Muitos podem achar que renunciar por tão pouco é exagerado ou até mesmo demencial.
Todos nós somos de acordo com o ditado popular: “Quem rouba um centavo, rouba um milhão”. Da mesma forma, quem atrasa um minuto, pode perfeitamente atrasar uma hora. Duvida? Olhe o nosso Congresso. Atrasos e ausências no plenário tornaram-se regra. E como o exemplo vem de cima, as outras instituições públicas imitam em cascata, disseminando-se a metástase pela sociedade.
Ministro é uma palavra quem vem do latim: minister = servidor, executor, ministrante. No caso aqui, ministro é um servidor da nação. E quanto mais alta a sua função, mais observante deve ser ele dos seus deveres, uma vez que deve prestar contas à nação. Indo bem fundo na questão, em última análise é respeitar o seu povo. Agora, o que dizer de um Congresso que não cumpre um mínimo de obrigação, que é a pontualidade nos trabalhos da casa?
A primeira-ministra Theresa May teve o bom senso de recusar a renúncia, porque Bates “costuma levar suas responsabilidades com o Parlamento a sério”.
Cfr.: “A renúncia do ministro atrasado”, O Estado de S. Paulo, 2 de fevereiro de 2018
2CNBB e Eleição 2018: Coerente na Incoerência
Se alguém esperava que a CNBB se pronunciasse sobre os Valores Morais (como a defesa da família e da propriedade) a propósito das Eleições em 2018, ficou totalmente frustrado com as recentes declarações do Cardeal Sergio da Rocha, arcebispo e Brasília e presidente da Conferência Episcopal.
“Em entrevista após o lançamento da campanha, em Brasília, o presidente da entidade e arcebispo metropolitano de Brasília, cardeal Sérgio da Rocha, informou que a Igreja não apoiará, nas eleições deste ano, candidatos que promovam o discurso da violência”. E reafirmou a posição da CNBB favorável ao Estatuto do Desarmamento, (lembramos ao leitor que o público brasileiro já rejeitou, em plebiscito, este malfazejo Estatuto, que retira ao cidadão de bem o direito de defesa, sem falar que a doutrina da igreja permite o uso de armas para defesa pessoal).
Esqueceu-se o Senhor Cardeal do clamor popular contra o Aborto e a Ideologia de Gênero?
Ainda continua o Cardeal: “Nós queremos candidatos comprometidos com a justiça social e a paz. Não [queremos] candidatos que promovam ainda mais a violência”, afirmou.
Talvez o sr. Cardeal tenha imaginado que Raul Castro ou Nicolás Maduro são candidatos nessas próximas eleições brasileiras de 2018. Ou será que D Sergio da Rocha está se referindo a Stédile que comanda impunemente as invasões de propriedades? Ou então à CPT ou CIMI que tentam jogar água “benta” da Teologia da Libertação nas invasões “indígenas”?
Não tomamos aqui uma posição partidária face aos candidatos. Nós lutamos em defesa de Valores Morais, valores perenes da Civilização Cristã.
A missão da Igreja, a missão da CNBB, é a de defender os Valores Morais. Como afirmou São Pio X, a Civilização “é tanto mais verdadeira, mais durável, mais fecunda em frutos preciosos, quanto mais puramente cristã; tanto mais decadente, para grande desgraça da sociedade, quanto mais se subtrai à idéia cristã” (Encíclica Il Fermo Proposito 11.6.1905).
Se a nossa sociedade é violenta, deve a CNBB ir até a raiz do problema e pregar os valores Morais.
Cfr. declarações do Cardeal Sergio da Rocha em: https://www.revistaforum.com.br/igreja-catolica-rechaca-apoio-candidatos-que-apoiem-violencia-diz-cnbb/
3Fim da eterna reeleição
Recente referendo realizado no Equador vetou a reeleição de candidatos que já exerceram a função de presidente da república. A opção dos equatorianos foi sábia porque, uma vez no poder, o indivíduo aparelha a máquina estatal de maneira a fazer-se eleger várias vezes e também colocar todo o peso do aparato público a favor do candidato de sua escolha. Foi o que aconteceu na Venezuela onde, após a morte de Hugo Chávez, subiu Nicolás Maduro, candidato indicado por ele e que agora pretende manter-se indefinidamente no poder.
No próprio Equador, onde Rafael Correa reelegeu-se duas vezes, seu candidato eleito na última eleição, Lenin Moreno, convocou o referendo cujo resultado acaba com a perpetuação no poder de um determinado grupo político ou ideológico.
Cfr. “Referendo no Equador impõe revés ao bolivarianismo”, O Globo, 6 de fevereiro de 2018
4“Golpe” popular no Equador
Em recente referendo, a nação equatoriana votou contra a possibilidade de um candidato se reeleger sucessivas vezes à presidência do país. A essa vontade manifesta do povo o ex-presidente Rafael Correa – que exercera a presidência por três mandatos sucessivos – chamou de “nova estratégia da direita para destruir os dirigentes progressistas, como fizeram com Dilma, Lula ou Cristina (Kirchner, na Argentina)”.
Para esses bolivarianos e seus congêneres lulistas, vontade popular só é verdadeira e válida se a opção for por eles. Se o povo os rejeita, lançam acusações gratuitas de que se trata de manobra política contra a corrente ideológica em que militam. Aliás, tal corrente ideológica, que não é outra coisa senão o comunismo, agora passou a ser chamada de “progressista” (o leitor coloque quantas aspas queira a essa palavra). Atribuir como progresso o inviável e comprovadamente falido sistema comunista é chocar-se de frente contra a evidência histórica dos fatos, uma vez que, caída a cortina de ferro no leste europeu, o que se viu foi a mais negra miséria das populações cativas da ditadura comunista. Ou seja, um verdadeiro regresso – e não progresso – em todos os sentidos da palavra.
Cfr.: “Referendo no Equador impõe revés ao bolivarianismo”, O Globo, terça-feira, 6 de fevereiro de 2018
5Progressista = esquerda?
Certos boatos são indetectáveis. Não se sabe como surgiram nem quem os lançou.
Atribuir à palavra progressista a linha ideológica esquerdista parece ser algo como o boato, pois não se pode qualificar de progressista uma ideologia que é exatamente o oposto, ou seja, regressista.
Progressista é a nova qualificação atribuída ao quadrante ideológico da esquerda. A velhacaria consiste em querer passar a ideia de que a esquerda, o esquerdismo ou o esquerdista é o progresso, o futuro, enquanto o não esquerdista – o contrário da esquerda – é o atraso, o retrocesso, o que não vai para frente, a estagnação.
O interessante na observação dessa estratégia da esquerda é como ela vai sendo introduzida à maneira de um gás que surge do nada e vai penetrando nos ambientes por meio de agentes.
Atribuir à esquerda o adjetivo de progressista é simplesmente um non sense. É descaracterizar a palavra progresso como sendo atributo da esquerda. Agora, chamar de regresso a esquerda, aí sim, a qualificação está correta. Se não, vejamos. O que há de mais antigo e superado pela civilização do que o despotismo, o autoritarismo, a ditadura, a tirania, o jugo, a opressão e tudo o mais de que se vale todo regime esquerdista? Mesmo do ponto de vista técnico-científico, são retrógrados, atrasados, subdesenvolvidos. E do ponto de vista econômico, basta ver a situação em que o lulopetismo deixou o Brasil ou como está a Venezuela e qualquer outra nação sob a influência ou submetida ao jugo da esquerda.
Uma gritante exceção de progresso da esquerda poderia ser a China? Absolutamente, não. Para manter subjugada a nação chinesa, o comunismo precisou entrar em contradição consigo mesmo aceitando princípios capitalistas. E as tais “democracias” do Ocidente aceitam isso com toda naturalidade. Ninguém aponta essa contradição. Aliás, o comunismo só foi possível graças a monumentais ajudas do capitalismo acidental.
Uma ideia se combate com outra ideia. Um conceito se combate com outro conceito. Chamemos os ditos “progressistas” pelo que eles realmente são e devem ser chamados: regressistas.
Cfr.: “Referendo no Equador impõe revés ao bolivarianismo”, O Globo, terça-feira, 6 de fevereiro de 2018