Não sei se todos já pararam para pensar o seguinte: sobre uma “relação social” que intriga muitos, a ponto de deixar qualquer um, em um certo embaraço! Falo de um simples Bater à Porta!!!
Quem ainda não ficou tomado pelo simples tocar da campainha – “Quem pode ser?” “A esta hora?!”; o anúncio de uma visita importante ou longínqua – “Nós visitarão, logo eles!” “Quanto tempo não os vejo!”; “Como poderemos recebê-los…”. Essas e outras perguntas saltam à nossa mente, como um vulcão, nestas ocasiões…
Entretanto, nos Anais da história da Civilização Cristã, aproximadamente a 104 anos a humanidade recebeu a Visita de uma Rainha que veio de muito longe, mas que jamais deixou de ter presente um só milésimo de segundo esta humanidade – algo de estremecer qualquer um –, a qual infelizmente, não faz senão outra coisa a não ser esquecer o Seu preciosíssimo Filho. Filho este de uma Rainha que se encontra destronada pelas ingratidões de seus súditos, que também são seus filhos…
Não é difícil desvendar quem seria essa Rainha! Os Três Pastorinhos, Lúcia, Francisco e Jacinta foram os nossos escolhidos nessa terra de exílio. Deixaram a Rainha entrar com suas graças em Fátima – Portugal em 1917 – e envolvê-los a ponto de Nossa Senhora de Fatima poder premiá-los, recebendo-os na Morada de Seu Divino Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo anos mais tarde…
É este Bater à Porta, que deve nos deixar muito mais refletidos, pensativos, por que juntamente com a Mensagem de Fátima quantos ensinamentos, súplicas, alertas, orientações, promessas e bênçãos tivemos nessa manifestação da própria Mãe de Deus!
As inúmeras formas de Nossa Senhora bater à Porta
Bateu quando mandou o Anjo de Portugal, ensinar os Pastorinhos a fazerem orações e sacrifícios pela conversão dos pecadores, sendo modelo para nós…
Bateu nos corações, tanto daqueles Pastorinhos, como à porta de todos que atenderem à sua
Mensagem de Fátima…
Bateu quando pedia aos seus filhos incessantemente rezar o terço todos os dias, para conseguir a paz e salvação…
Bateu quando mostrou o Inferno àquelas três crianças de Fátima… Uma realidade pouco meditada!
Bateu pedindo a Consagração da Rússia ao seu Imaculado Coração, na qual estão inseridos todos os bispos e o Papa……
Bateu, por desejo de seu Divino Filho, convidando a todos abraçar a Devoção ao Imaculado Coração de Maria, a porta da salvação…
Bateu nos corações dos presos que animaram as três crianças na prisão por serem elas inocentes…
Bateu nas almas dos pais dos Pastorinhos para crerem nas Aparições e em muitas outras almas…
Bateu também na alma do Clero, no qual tantos se encontravam incrédulos até mais que os ateus e inimigos da Fé…
Bateu em um século, em que ser católico era considerado algo repulsivo, para as mentes “iluminadas” pelas Revolução Francesa e pelo Modernismo…
Bateu – e como bateu – mostrando o grande Castigo que virá, caso não atendessem à Seus Pedidos, alertando que viria uma Guerra ainda pior e que o pior de todos os males seria inevitável: o Infame Comunismo, com seus erros que penetraram até no seio da Igreja Católica, com a Teologia da Libertação …
Também bate quanto os seus filhos se encontram na lama do pecado, e reza para termos a atitude do Filho Pródigo…
Bate quando nossa Fé esta titubeando, chega até em casos de nos mandar ‘provação’ para recorrermos à Sua súplica … sem Deus somos nada…
Bate para termos paciência e misericórdia para com os outros, mas também firmeza e posição enérgica contra o erro e o mal, sobretudo contra aquilo que vai contra a honra de Deus e de sua Igreja…
Bate, Bate e como Bate…
Haja coração! Imaginemos os Sagrados Corações de Jesus e de Maria Santíssima diante destas calamidades em que o Mundo se encontra e que nós somos muitas vezes os autores ou pelo menos cúmplices dessas iniquidades…
Meus Deus. Perdoai-nos! Arrombai a nossa Porta. Oh! Virgem Santíssima de Fátima transformai-nos como transformou os Pastorinhos. É o que tanto precisamos e podemos pedir, Nossa Mãe…
O Bater à porta da Sagrada Família ao profeta Simeão
Nos conta o Evangelho de São Lucas, a história do profeta Simeão, um homem justo e temente a Deus, que através de uma inspiração do Espírito Santo esperava não morrer sem antes de ver o Cristo Salvador.
Quando a Sagrada Família chegando à porta do Templo (bateu à Porta) para apresentar o Menino Jesus seguindo o rito de purificação de Maria, segundo a Lei de Moisés, o profeta Simeão que tinha a sua alma pronta e ansiosa para recebê-Lo, tomou o Menino Jesus em seus braços e disse: “Agora, Senhor, deixai o vosso servo ir em paz, segundo a vossa palavra. Porque os meus olhos viram a vossa salvação” (São Lucas, 2:30-31). Em virtude disso, partiu para a porta do Céus…, onde a Sagrada Família nos espera também.
Esta porta, minha Mãe, que eu por miséria não abro, arrombai-a.
Termino com uma oração composta pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a propósito da festa de Nossa Senhora Rainha (31 de maio), mas que bem expressa este Bater à Porta: “Os Srs. compreendem quantas razões há para nós aproveitarmos os últimos minutos desta festa para pedirmos graças para nós. Sobretudo essa transformação por onde nosso coração seja confiscado por Nossa Senhora, seja tomado por Nossa Senhora. Isso nós podemos dizer:
“Minha Mãe, eu não sou bastante forte para me dar a Vós: dominai-me. Entrai na minha alma com graças tais que eu praticamente não resistirei. Esta porta, minha Mãe, que eu por miséria não abro, arrombai-a. Eu vos espero atrás dela com meu sorriso, meu reconhecimento e minha gratidão”.”¹
Aqui está uma boa oração para comemorar e pedir hoje na festa do centésimo quarto ano das aparições de Nossa Senhora de Fátima. Para que realize o quanto antes em nossos corações a Sua promessa:
“Por fim, o Meu Imaculado Coração triunfará!”
Fonte:
¹ = https://www.pliniocorreadeoliveira.info/DIS_SD_750531_Sapiencial_Coracao_de_Maria.htm