O Bofe da Igreja

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Extraímos da Agencia Boa Imprensa o comentário de Paulo Roberto Campos a respeito da concepção pouco ortodoxa do ex-teólogo católico Leonardo Boff cujos conceitos causam perplexidade.

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Segundo Leonardo Boff, a Igreja deveria ser destituída de todo poder. Seria uma
“igreja ecológica” (sic) e que vivesse “fora dos palácios e dos símbolos do poder”
Paulo Roberto Campos


No último post tratamos de quanto é contrária à da Igreja Católica a visão de Frei Beto (A concepção de Frei Beto sobre a Igreja é diametralmente oposta à Santa Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo). No mesmo sentido, recebi ontem um artigo de outro “teólogo” da libertação. Trata-se de Leonardo Bof, cujo sobrenome — como fiz em relação ao pseudônimo de Frei Beto — grafo com um só “f”, pois ambos são miserabilistas e contrários ao supérfluo, devendo, portanto, ser “simples” em tudo…

Aliás, Bof também deveria, em razão da“pobreza” e da “simplicidade” que defende, desapegar-se do prenome “Leonardo”, pois este é seu nome religioso, ao qual só tinha direito enquanto foi franciscano. Desde que abandonou sua Ordem religiosa, em 1992, e juntou-se à madame aí do lado, voltou de fato a ser o Genézio Boff constante de seu registro civil.

Mas, voltando ao mencionado artigo, trata-se de uma matéria do Sr. Genézio Bof para o “Jornal do Brasil (on-line), do dia 17 último, intitulada “O papa Francisco chamado a restaurar a Igreja”. Nela não transparece a humildade franciscana — a cujo chamado ele voltou as costas —, mas sim a pretensão de querer dar lições de “Teologia da Libertação” ao próprio Papa. Imaginem só! Vejamos um trecho do artigo:

“Francisco não é um nome. É um projeto de Igreja,pobre, simples, evangélica e destituída de todo o poder. É uma Igreja que anda pelos caminhos, junto com os últimos; que cria as primeiras comunidades de irmãos que rezam o breviário debaixo de árvores junto com os passarinhos. É uma Igreja ecológica (sic) que chama a todos os seres com a doce palavra de ‘irmãos e irmãs’. Francisco se mostrou obediente à Igreja dos papas e, ao mesmo tempo, seguiu seu próprio caminho com o evangelho da pobreza na mão. Escreveu o então teólogo Joseph Ratzinger: ‘O não de São Francisco àquele tipo imperial de Igreja não poderia ser mais radical, é o que chamaríamos de protesto profético’ (em “Zeit Jesu”, Herder 1970, 269). Ele não fala, simplesmente inaugura o novo. Creio que o papa Francisco tem em mente uma Igreja assim, fora dos palácios e dos símbolos do poder”.

Ao ler tal sofisma, uma “bofada”, recordei-me de Joãozinho Trinta. Lembram-se? Com muito conhecimento de causa, o carnavalesco afirmara em 1978: “O povo gosta de luxo. Quem gosta de miséria e intelectual”. É por isso que se vê no carnaval o povo vestido de príncipes, princesas, reis e rainhas, com seus coloridos mantos e coroas douradas.
Por isso também é que se costuma dizer que“a Igreja é o palácio dos pobres”. O povo gosta de pompa e circunstância, de esplendor, de coisas maravilhosas que lembrem o Céu, de belas e ricas cerimônias religiosas como as de antigamente, que faziam superlotar praças e igrejas — hoje esvaziadas por causa das pregações da doutrina miserabilista da “Teologia da Libertação”.

E por que o povo gosta de tudo isso? Simplesmente porque, conforme disse Tertuliano, “a alma humana é naturalmente cristã”, feita à imagem e semelhança de Deus, que é Soberano Todo-Poderoso, Senhor do Céu e da Terra, dos Anjos e dos Homens.

A fim de nos mostrar a verdadeira doutrina católica, segundo a qual não existe contradição entre as grandezas esplendorosas da Igreja e o autêntico espírito de pobreza — refutando assim o sofisma do Sr. Genézio Bof —, recorro novamente ao líder católico brasileiro Plinio Corrêa de Oliveira, de quem reproduzo uma matéria publicada na revista Catolicismo em dezembro/1958. Mais de meio século depois, a mesma se mostra hoje mais atual do que nunca.

POBREZA E FAUSTO: EXTREMOS HARMÔNICOS NO FIRMAMENTO DA IGREJA

Plinio Corrêa de Oliveira (*)

Um aspecto da Santa Igreja

Numa cela cheia de penumbra, ante um crucifixo que relembra a morte mais dolorosa que jamais houve, um monge cartuxo [foto] folheia um devocionário. Revestido de um simples e pobre burel, com uma longa barba, esse Religioso parece a personificação de todos os elementos que impregnam o ambiente que o rodeia: gravidade extrema, resolução varonil de só viver para o que é profundo, verdadeiro, eterno, nobre simplicidade, espírito de renúncia a tudo quanto é da Terra, pobreza material enfim, iluminada pelos reflexos sobrenaturais da mais alta riqueza espiritual.

Outro aspecto da Santa Igreja

Na imensa nave central da Basílica de São Pedro, movimenta-se majestoso o cortejo papal. Na fotografia, percebe-se apenas uma parte dele, isto é, alguns Cardeais e os dignitários eclesiásticos e leigos que precedem imediatamente a sedia gestatória. Nesta, o Sumo Pontífice, ladeado dos famosos flabelli e seguido da Guarda Nobre. Ao fundo, ergue-se o Altar da Confissão, com suas elegantíssimas colunas e seu esplêndido dossel. E bem mais atrás a célebre Glória de Bernini. As altas paredes recobertas de mármores admiráveis e adornadas de relevos, os arcos a um tempo leves e imensos, as luzes que resplandecem como se fossem estrelas ou fulgidíssimos brilhantes, tudo enfim se reveste de uma grandeza, de uma riqueza que é bem o supra-sumo do que a Terra pode apresentar de mais belo. É a maior pompa de que o homem seja capaz, realçada pela magnificência da arte e pelo esplendor dos recursos naturais da pedra.

*     *     *

O que em um quadro é gravidade recolhida, no outro é glória irradiante. O que em um é pobreza, no outro é fausto. O que em um é simplicidade, no outro é requinte. O que em um é renúncia às criaturas, no outro é a superabundância das mais esplêndidas dentre elas. Contradição? É o que muitos diriam: pode-se, então, amar a um tempo a riqueza e a pobreza, a simplicidade e a pompa, a ostentação e o recolhimento? Pode-se a um tempo louvar o abandono de todas as coisas da Terra, e a reunião de todas elas para a constituição de um quadro em que reluzem os mais altos valores terrenos?

O problema é muito atual, no momento em que Sua Santidade o Papa João XXIII se mostra tão edificantemente zeloso das esplêndidas tradições vaticanas, com manifesto desconcerto de elementos que têm uma mentalidade à Aneurin Bevan (o líder trabalhista que foi paladino na luta contra todas as pompas, e assistiu de costas a uma parte da cerimônia de coroação da Rainha Elizabeth II).

Não, entre uma e outra ordem de valores não existe contradição, senão na mente dos igualitários, servos da Revolução. Pelo contrário, a Igreja se mostra santa, precisamente porque com igual perfeição, com a mesma sobrenatural genialidade, sabe organizar e estimular a prática das virtudes que esplendem na vida obscura do Monge, e das que refulgem no cerimonial sublime do Papado. Mais ainda. Uma coisa se equilibra com a outra. Quase poderíamos dizer que um extremo (no sentido bom da palavra) compensa a outro e com ele se concilia.

O fundo doutrinário no qual estes dois santos extremos se encontram e se harmonizam é muito claro. Deus Nosso Senhor deu-nos as criaturas, a fim de que estas nos sirvam para chegarmos até Ele. Assim, cumpre que a cultura e a arte, inspiradas pela Fé, ponham em evidência todas as belezas da criação irracional e os esplendores de talento e virtude da alma humana. É o que se chama cultura e civilização cristã. Com isto, os homens se formam na verdade e na beleza, no amor da sublimidade, da hierarquia e da ordem que no universo espelham a perfeição d’Aquele que o fez. E assim as criaturas servem, de fato, para a nossa salvação e a glória divina. Mas, de outro lado, elas são contingentes, passageiras; só Deus é absoluto e eterno. Cumpre lembrá-lo. E por isto é bom afastar-se dos seres criados, para no desprezo de todos eles pensar só no Senhor.

Do segundo modo, considerando tudo o que as criaturas são, se sobe até Deus; e do outro modo, se vai até Ele considerando o que elas não são. A Igreja convida seus filhos a irem por uma e outra via simultaneamente, pelo espetáculo sublime de suas pompas, e pela consideração das admiráveis renúncias que só Ela sabe inspirar e fazer realizar efetivamente.

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(*) Catolicismo, Nº 96 – Dezembro/1958.

6 COMENTÁRIOS

  1. e qndo será a grande manifestação dos cristãos, independente de qual igreja frequenta,.,.contra isso tudo,(homofobia).,.,.vçs estão, ou não organizando essa manifestação pacífica de milhões de cristãos no brasil,.,.,.sim ou não,.,.,.pra qndo q é,.,.,.evangelicos e católicos pela mesma causa,.,.,.

    qndo será essa grande marcha,.,.,.

    estão ou não organizando isso,..,,.se for, to junto.,,.,..,abrços

  2. Os múltiplos disfarces do comunismo – a esquerdista Teologia da libertação-TL-PT!
    Quem acreditar em qualquer coisa de um comunista, crê piamente em boas intenções do diabo.
    Atribuo no Brasil o crescimento do comunismo à apostasia de muitos membros ordenados da Igreja católica que se atrelaram à esquerdo-comunista Teologia da Libertação-Marxismo Cultural, doutrinação comunista de aparencia religiosa, idem muitos leigos subvertidos por tais supostos católicos e outros cristãos paralelos do Leonardo Boff-Betto e ss., aliás, ano passado reuniram-se em Congresso Continental na UNISINOS-RS, a velha guarda dos dissidentes, sacerdotes e alguns bispos.
    Lula-PT subiram ao Planalto graças a muitos desses falsos religiosos católicos, comunistas sacerdotes e até bispos, alguns talvez infiltrados por governos comunistas, assim como milhões de incautos leigos que foram subvertidos por esses.
    Em particular os religiosos, traidores da Igreja ainda se mantêem até hoje na indução da ideologia marxista, infiltrados nas diversas áreas de atuação eclesial, assim como nas CEBs, CIMIs, CPTs etc., e por gerações subsequentes aumentam em números dos neo alienados relativistas que sucumbem sob as ideologias material-ateístas.

    UMA RECENTE, MUITO INTERESSANTE:
    Ex-general soviético revelou ao mundo: Teologia da Libertação foi uma cruzada de dominação ideológica criada pela KGB, sob forma religiosa para facilitar sua penetração: http://www.midiasemmascara.org/artigos/movimento-revolucionario/14089-a-cruzada-religiosa-do-kremlin.html e original em inglês http://archive.frontpagemag.com/readArticle.aspx?ARTID=35388.
    Sabíamos há muito disso dado as afinidades TL-PT-PCC-FARCs etc, mas podendo demonstrá-lo via documental, tanto melhor!

  3. Só quem vive uma vida monástica, dentro da única Igreja fundada por Cristo pode compreender suas palavras que diz: “Quem renunciar pai mãe, filhos, bens por amor ao Reino dos céus, receberá cem vezes mais…” eis de quem vem toda glória da Igreja; do próprio Deus, e não dos homens. Renunciar essa glória equivale renunciar, nada mais, nada menos do que a Deus, em nome de uma falsa pobresa evengelica. que bofe – tada querem mais uma vez dar em nosso Senhor Jesus Cristo, o despojando de sua glória e O levando mais uma vez ao alto da cruz, em seu Corpo Místico, a Igreja. De fato, o que querem é matar a Igreja, como fizeram com o Senhor. Parece que esqueceram da promeça: “As portas do inferno não prevalecera contra a Igreja”… Que as escrituras se realize. Quem estiver de pé, cuide para não cair. Que Nossa Mãezinha do Céu nos ajude a ficar de pé.
    Salve Maria.

  4. Prezados senhores,
    Corrijam o título para: “O bofe”, ponto final. É que “da Igreja” esse indivíduo deixou de ser há muito tempo. A minha única dúvida é se algum dia ele, em nível consciente, chegou a ser dela… ou nunca.
    De todo modo, solicita-se, por gentileza, essa correção.

  5. Eu entendo que após o movimento chamado “globalização”, RELIGIÃO, ECONOMIA, ECOLOGIA entraram em choque, quando deveriam entrar em HARMONIA. No meu modesto entender, prevaleceu INTERESSE ECONÔMICO ESCUSO, ESPECULADOR. Falou-se e muito em “preservar” a natureza, em minorar a “pobreza”, em “melhorar” o relacionamento na “aldeia-global”, mas só FALOU-SE, PROMETEU-SE, de concreto pouquíssima coisa realizou-se. Daí a confusão!!!
    Hoje, vivemos um mundo de miséria humana, intelectualmente paupérrima, (há quem diga da utilidade funcional do semi-alfabetizado), prega-se hoje o que G. Orwell escreveu em 1.948 em sua obra 1.984, ou seja, uma nova língua, uma nova religião, uma nova economia, uma nova relação entre capital e trabalho, rele-se Karl Marx, buscando uma nova solução para velhos e conhecidos problemas. POBRE RAÇA HUMANA !!! Sabe-se que o planêta comportaria 40 bilhões de humanos vivendo com dignidade, somos pouco mais de 7 bilhões de desencontrados, perturbados, inseguros, presunçosos no TER e pobres no SER.
    PAZ E BEM À TODOS.

  6. Docat: Doutrina Social da Igreja Católica numa linguagem jovem

    O novo instrumento descreve, em 12 capítulos e numa linguagem jovem, a Doutrina Social da Igreja Católica e seu impacto nas áreas de trabalho, negócios, política, meio ambiente e paz.

    http://pt.radiovaticana.va/news/2013/03/27/docat:_doutrina_social_da_igreja_cat%C3%B3lica_numa_linguagem_jovem/bra-677474

    E o artigo na visão do Instituto Ludwing von Mises, da Escola Austríaca de economia:

    A doutrina social da Igreja Católica e o capitalismo

    “Deixe-me ser bem claro: aqueles católicos que são seguidores das teorias da Escola Austríaca de economia, como eu, não estão exigindo que os papas façam pregações sobre economia austríaca desde a Cátedra de Pedro…Católicos austríacos não dizem que “a nossa ciência econômica é a única católica”; apenas dizemos que aquilo que defendemos e ensinamos não apenas não vai contra o catolicismo tradicional, como na verdade é profundamente compatível com ele.

    Existe uma profunda semelhança filosófica entre o catolicismo e o brilhante edifício de verdades encontrado na Escola Austríaca de economia.(…)

    Santo Agostinho certa vez disse: “In fide, unitas; in dubiis, libertas; in omnibus, caritas” (na fé, unidade; em questões incertas, liberdade; em todas as coisas, caridade). A demanda por caridade e o desejo de ajudar ao próximo tornam imperativo que não defendamos políticas econômicas insensatas que só irão prejudicar justamente aqueles a quem queremos ajudar.” Thomas Woods.

    É um membro sênior do Mises Institute, especialista em história americana. Dentre seus outros livros de sucesso, destacam-se Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental.

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