Uma verdadeira joia de beleza inocente, paradoxo de força e suavidade, convite à elevação de alma e à meditação serena e aprazível, êxtase calmo, estímulo à contemplação. É a cidade de Ouro Preto iluminada pelo sol poente.
Na outra foto, decisão inarredável, força haurida na contemplação do sublime, visão ao longe, posta na Eternidade, do ideal ao qual se consagrou a existência. São alguns dos profetas esculpidos pelo gênio do Aleijadinho, em Congonhas do Campo,
A nota de fundo — não expressa, mas imponderavelmente presente nessas esplêndidas obras — é a fusão do gênio brasileiro com a catolicidade, formando uma só arte (autenticamente brasileira e profundamente católica), um só povo, uma só alma.
Razão tinha — e quanta! — o sociólogo Gilberto Freyre, quando escreveu em Casa-Grande & Senzala: “Essa solidariedade [religiosa] manteve-se entre nós esplendidamente através de toda a nossa formação colonial […], daí ser tão difícil, na verdade, separar o brasileiro do católico: o catolicismo foi realmente o cimento da nossa unidade”.
Houve depois disso o furor laicista, que arrancou violentamente da vida pública, da arte, da educação, dos costumes, a catolicidade. O resultado é um Brasil que perdeu sua alma, sua autenticidade, perdeu seu gênio.
Existe retorno nesse trágico desvio trilhado pela nacionalidade? O Brasil poderá reencontrar sua própria alma? A resposta, para mim é clara: “a Deus nada é impossível” (Luc 1,37); sobretudo se, na perspectiva da Mensagem de Fátima, recorrermos à intercessão da Virgem Santíssima.
Eu bem sei que algum cético, entre risos e muxoxos, poderá me dizer: Qual…! sua esperança é vã. Não vê que a própria Igreja pós-Vaticano II, trabalhada pela autodemolição, não tem em vista recatolicizar o Brasil!?
A ele respondo com o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira: “Os céticos poderão sorrir, mas o sorriso dos céticos jamais conseguiu deter a marcha vitoriosa dos que têm Fé” (Auto-retrato filosófico).