Nesta centena de anos transcorridos desde a eclosão da Revolução Comunista na Rússia, muito sangue correu e muitos embustes também. Um dos mais fragorosos foi a Perestroika — política inaugurada por Mikhail Gorbachev [na foto com Putin] em 1986 e definida como “abertura” ou “reestruturação” do comunismo.
De fato, a Perestroika visava provocar no Ocidente uma distensão em relação ao regime comunista russo, obtendo assim uma desmobilização psicológica dos anticomunistas. Muitos ingênuos caíram nessa armadilha afirmando que “com Gorbachev o comunismo tinha morrido”. Na realidade, como deixa entrever o atual mandatário russo e ex-agente da KGB, Vladimir Putin, o comunismo estava se metamorfoseando.
Eis a tal respeito o trecho final de uma colaboração de Plinio Corrêa de Oliveira para o “Diario Las Américas”, de Miami, em 14-5-1992:
“Os espíritos mais atilados sempre olharam com desconfiança a Perestroika, receando que ela contivesse em seu bojo uma jogada soez do comunismo.
“Hoje a opinião pública do Ocidente vai lentamente se precatando de que os verdadeiros fins da Perestroika eram na realidade obscuros. Talvez não esteja longe o dia em que a autenticidade discutível da retração do comunismo revele que esta não foi senão uma metamorfose, e que da larva decomposta sai voando a “linda” borboleta da autogestão… Autogestão esta que todos os teóricos e líderes máximos do comunismo, desde Marx e Engels até Gorbachev, sempre apresentaram como a versão extrema e cabal do comunismo, a quintessência dele. No preâmbulo da Constituição soviética, tal estava afirmado com todas as letras. O comunismo, aparentemente derrocado, se teria assim disseminado por todo o mundo.
“Neste ponto, sim, se confirmariam as profecias de Fátima, que advertem: se os homens não se emendarem, a Rússia espalhará os seus erros pelo mundo!
“Importa, pois, em alto grau, interpretar a Mensagem de Fátima de forma autêntica, para que os espíritos se mantenham lúcidos, vigilantes e corajosos diante de acontecimentos extraordinários que possam advir, lançando a humanidade na perplexidade e na aflição.
“Para os que têm fé, ressoarão sempre aos seus ouvidos as palavras de Nossa Senhora em Fátima: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará!”.