O Great Reset e o Sínodo Pan-Amazônia têm uma meta em comum: a criação de um novo homem que em nada se assemelha ao Homem Novo do Evangelho, a que se refere São Paulo.
“Mas vós não aprendestes assim (a conhecer) Cristo, se é que ouvistes pregar dele, e fostes ensinados nele, segundo a verdade que está em Jesus, a vos despojardes, pelo que diz respeito ao vosso passado, do homem velho, o qual se corrompe pelas paixões enganadoras, a renovar-vos no vosso espírito e nos vossos pensamentos, e a revestir-vos do homem novo, criado segundo Deus na justiça e na santidade verdadeiras.” (Ef 4, 21-24).
A Revolução quer mudar o homem
Ensina o Prof. Plinio que “As muitas crises que abalam o mundo hodierno – do Estado, da família, da economia, da
cultura, etc. – não constituem senão múltiplos aspectos de uma só crise fundamental, que tem como campo de ação o próprio homem.”
À primeira vista não é tão fácil perceber o alcance, o acerto e a originalidade desta afirmação: a crise é do homem contemporâneo; e é porque o homem está em crise que a sociedade, as estruturas, a arte, literatura etc são transformadas sempre num sentido Revolucionário.
Assim, segundo o Prof. Plinio, foi a crise do homem medieval que possibilitou a Renascença. O brado de orgulho de Lutero não teria maior alcance sem que uma parte dos europeus estivesse propenso às teses protestantes, fruto do Humanismo e da Renascença. O mesmo deu-se com as ideias igualitárias da Revolução Francesa que se espalharam pelo Ocidente: tudo isso tem sua origem na crise do homem ocidental e cristão.
O Great Reset visa o novo homem
O Great Reset visa, antes de tudo, a transformação do homem.
Citamos o Dr. Plinio: “Essa crise não é um fato espetacular e isolado. Ela constitui, pelo contrário, um processo
crítico já cinco vezes secular, um longo sistema de causas e efeitos que, tendo nascido, em
momento dado, com grande intensidade, nas zonas mais profundas da alma e da cultura do homem
ocidental, vem produzindo, desde o século XV até nossos dias, sucessivas convulsões.”
Erram, portanto, os que consideram o Great Reset apenas do ponto de vista das transformações estruturais, sociais, econômicas aplicadas a todas as Nações. A grande meta é “criar” o Homem Novo que aceitará viver na tirania do Novo Normal.
A grande meta, repetimos, é gerar o homem novo, despersonalizado, escravizado por um”pensar e querer densamente comum”.
IV Revolução e tribalismo: uma eventualidade
O Instituto Plinio Corrêa de Oliveira destacou-se com um polo de pensamento no combate aos erros que dominaram o Sínodo da Amazônia. As teses defendidas no Sínodo abrem as portas ao Homem Novo, cujo modelo nos é apresentado como sendo a vida tribal. https://ipco.org.br/analise-de-um-escandalo-sinodo-da-amazonia-ou-sinodo-da-nova-teologia-da-libertacao/
Essa importantíssima advertência, levada a cabo pelo Instituto, está em perfeita sintonia com as teses de Revolução e Contra-Revolução.
Como pode o Prof. Plinio ter previsto esse modelo de homem e de sociedade desejados pelo Sínodo da Amazônia e pelo Great Reset? Vejamos suas palavras:
“É impossível não perguntar se a sociedade tribal sonhada pelas atuais correntes estruturalistas dá uma resposta a esta indagação. O estruturalismo vê na vida tribal uma síntese ilusória entre o auge da liberdade individual e do coletivismo consentido, na qual este último acaba por devorar a liberdade. Segundo tal coletivismo, os vários “eus” ou as pessoas individuais, com sua inteligência, sua vontade e sua sensibilidade, e consequentemente seus modos de ser, característicos e conflitantes, se fundem e se dissolvem na personalidade coletiva da tribo geradora de um pensar, de um querer, de um estilo de ser densamente comuns.
Substituição do individual pelo coletivo: despersonalização
“Bem entendido, o caminho rumo a este estado de coisas tribal tem de passar pela extinção dos velhos padrões de reflexão, volição e sensibilidade individuais, gradualmente substituídos por modos de pensamento, deliberação e sensibilidade cada vez mais coletivos. É, portanto, neste campo que principalmente a transformação se deve dar. –
“De que forma? – Nas tribos, a coesão entre os membros é assegurada sobretudo por um comum pensar e sentir, do qual decorrem hábitos comuns e um comum querer. Nelas, a razão individual fica circunscrita a quase nada, isto é, aos primeiros e mais elementares movimentos que seu estado atrofiado lhe consente.
“Pensamento selvagem”, pensamento que não pensa e se volta apenas para o concreto. Tal é o preço da fusão coletivista tribal. Ao pajé incumbe manter, num plano místico, esta vida psíquica coletiva, por meio de cultos totêmicos carregados de “mensagens” confusas, mas “ricas” dos fogos fátuos ou até mesmo das fulgurações provenientes dos misteriosos mundos da transpsicologia ou da parapsicologia. É pela aquisição dessas “riquezas” que o homem compensaria a atrofia da razão. Da razão, sim, outrora hipertrofiada pelo livre exame, pelo cartesianismo, etc., divinizada pela Revolução Francesa, utilizada até o mais exacerbado abuso em toda escola de pensamento comunista, e agora, por fim, atrofiada e feita escrava a serviço do totemismo transpsicológico e parapsicológico.”
Atualizemos: os novos pajés, os novos gurus são homens riquíssimos, bilionários, a big tech, o Foro Mundial cuja agenda, cada vez mais clara, é implantar a ditadura mundial que visa, sobretudo, à atrofiar no homem a razão, a individualidade, o senso do ser.
Tudo isso nos levaria a tratar de nossa defesa, nossas armas sobrenaturais: como ajudar o homem moderno a conhecer-se a si mesmo, suas qualidades, sua luz primordial. E ao Brasil recordar nossa missão providencial de ser uma barreira contra essa massificação do Great Reset.
Quanta razão tinha o Prof. Plinio escrevendo o livro Revolução e Contra-Revolução em 1959 e “atualizando-o”, em 1976, incluindo a IV Revolução tribalista.