O governador de São Paulo, João Doria, estreou na política ganhando a Prefeitura de São Paulo, numa postura anti PT. E os eleitores antipetistas respiraram aliviados.
Nas eleições de 2018, tornando-se governador, esperava-se que João Doria se desvinculasse da ideologia do PSDB e se alinhasse mais à direita, com esse público que desbancou o PT e elegeu Jair Bolsonaro.
Otimismo messiânico, Doria anuncia uma nova era Brasil-China
O governador levou uma comitiva de empresários e políticos à China para que “São Paulo reúna condições para se tornar um ponto de vanguarda na Rota da Seda”.
A China de Xi Jinping é tão confiável assim?
Prossegue João Doria: “Vivemos num mundo compartilhado e em parceria com o povo chinês (ou PC chinês?) queremos ser empreendedores da nova era. Estreitar nossos laços, aumentar a confiança mútua e ampliar nosso mercado bilateral são prioridades de São Paulo em relação à China. São consequências inescapáveis de quem enxerga o presente com atitude transformadora. E o futuro como oportunidade.
Falar em parceria com o povo chinês num pais controlado pelo PC, sem eleições livres, sem liberdades fundamentais, parece uma ironia. O Acordo do Governador será com o PC chinês.
“Confio nas palavras de Xi Jinping”
Destaco, do Estado, 10 de agosto, “São Paulo e China, uma história promissora”, o novo cântico do governador em louvor de Xi Jinping e da China (comunista): “Confio nas palavras do presidente Xi Jinping, que disse que “a porta da China se abrirá cada vez mais”.
Recentemente o presidente americano alertou: “Trump diz que a China tinha concordado em comprar produtos agrícolas dos Estados Unidos e não cumpriu o acordo, que o presidente da China, que ele chama de “amigo” ironicamente tinha acordado em parar de vender Fentanyl (opioide), mas não cumpriu e os americanos continuam a morrer por conta desse opioide”.https://ipco.org.br/trump-comprova-com-chineses-nem-papel-por-escrito/
Para os comunistas, lembramos, os tratados são farrapos de papel que a gente rasga quando convém.
“Aumentar a confiança mútua” ?
Continua o governador Doria: “Estreitar nossos laços, aumentar a confiança mútua e ampliar nosso mercado bilateral são prioridades de São Paulo em relação à China”.
Talvez, embalado pela constante propaganda da mídia em favor do “gigante” asiático, o governador tenha se esquecido de que a China está violando os acordos de 1997, com o Reino Unido, em relação à Hong Kong. Manifestações gigantescas sacodem aquela cidade, — protestos a favor da democracia, pela liberdade — durante meses, devido às constantes ingerências de Xi Jinping no governo local.
Até o Acordo Provisório Vaticano-Pequim (2018) tem sido violentado com a prisão de sacerdotes, destruição de cruzes e igrejas, forçando o Clero local a se inscrever na Igreja Patriótica inteiramente controlada pelo PC.
Mas, o governador pretende aumentar a confiança mútua.
“Oportunidades para o Brasil”, sim. A China não é uma democracia
Continua o governador: “Tenho defendido a ideia de que o momento de disputa comercial entre EUA e China abre oportunidades para o Brasil. Mas temos de buscar e concretizar esses negócios”.
Sem dúvida, tem razão o governador, as tarifas impostas pelo presidente Trump aos produtos chineses estão promovendo grandes perdas, desaceleração na economia chinesa. Em decorrência desta guerra comercial, é crescente o número de empresas que saem da China e se deslocam para a Índia, Vietnã, Tailândia etc.
Isso abre as portas para o Brasil incrementar a exportação de alimentos, matéria prima. Mas a China não é uma democracia!
Não podemos nos esquecer das graves denúncias que há contra empresas chinesas acusadas de espionagem, e de fornecer dados ao exército chinês. https://ipco.org.br/huawei-passa-suas-conversas-a-espionagem-chinesa/
“Interesses mútuos a nos unir cada vez mais”. Mas, a China desacelera!
Prossegue o governador Doria: “Temos inegáveis interesses mútuos a nos unir cada vez mais, encurtando distâncias e superando eventuais obstáculos. São Paulo reúne condições para se tornar um ponto de vanguarda da Nova Rota da Seda, o movimento de abertura e integração promovido pelo governo do presidente Xi Jinping”.
É notória a desaceleração da economia chinesa. O mito da segunda economia mundial está ruindo. Por quê razão o governador de São Paulo confia tanto na China? Vejamos os fatos:
Recente artigo do NYT, Keith Bradsher, 16 de julho, China encontra dificuldades para vender seus produtos (reproduzido pelo Estado), vem uma vez mais confirmar indícios, rumores e fatos: a fragilidade do castelo de cartas chinês.
Continua o NYT: “É difícil substituir os EUA (…), Nenhum país tem condições de absorver o enorme volume de tudo o que a China vende aos clientes americanos. Os seus vizinhos regionais competem contra ela em diversos setores.
“O país registra um excesso de capacidade na fabricação de automóveis, aço e outros produtos fundamentais para o comércio global”.https://internacional.estadao.com.br/noticias/nytiw,china-dificuldades-vender-produtos,70002964848
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A China bate os recordes de violação de direitos humanos, de liberdade de imprensa, de controle da internet
O governador Doria parece esquecer a realidade do declínio da economia chinesa, patente em 2019, e abre os portões de São Paulo a investimentos bilionários. Ou será que o PSDB pretende salvar a China? Ou afundaremos junto com ela?
Exatamente, a China bate o recorde mundial em matéria de violação de direitos humanos, censura à internet, cerceando a liberdade de imprensa, repressão e confinamento dos uigures (1 milhão), censura à população com mais de 200 milhões de câmeras.https://pt.gatestoneinstitute.org/14425/china-estado-totalitario-high-tech
Terá o governador se lembrado disso ao se referir ao “movimento de abertura e integração” do presidente (vitalício) Xi Jinping?
Se a derrubada de árvores na Amazônia é motivo para deputados da União Europeia imporem condições ao acordo com o Mercosul quanto mais importante seria o governador (e o governo federal) colocarem como condição – para essa confiança mútua e estreitamento de relações — a abertura real, comprovada por organismos internacionais, da China para os direitos humanos, liberdade de imprensa, e liberdade religiosa.
Ou será que os direitos da pessoa humana e a liberdade religiosa já não valem tanto assim?
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