“Sempre que se dá ao erro a possibilidade de se disseminar, ali se dá ao mesmo tempo apoio a uma perseguição à verdade. E sempre que se dá ao mau ou ao mal a liberdade, apoia-se uma perseguição ao bom e ao bem. Porque está na índole do erro de ser contagioso. Depois do pecado original, o homem tem uma apetência de erro”.1
Nas recentes manifestações que sob o pretexto de defesa da igualdade racial entre negros e brancos ocorreram nos Estados Unidose na Europa, vimos uma aplicação do princípio acima enunciado: como uma ínfima minoria protegida pelo relativismo igualitário, fruto do estado liberal, consegue criar um clima de revolta.
Qual não foi nossa surpresa ao ler nesse interim que um muçulmano — em nome velho lema hippie “paz e amor”, que desfigurou o sentido destas nobres palavras — encabeça uma lista pedindo a remoção da cidade de Saint Louis, capital de Missouri, não apenas da estátua equestre do rei-cruzado que lhe deu o nome, como também nome da cidade.
O muçulmano se chama Umar Lee. Nascido em uma família norte-americana de origem europeia, ele adotou na juventude a religião islâmica. Dentre os motivos que elenca contra o Santo rei — cujos conselhos eram ouvidos pelos próprios muçulmanos contra os quais combatia — é de ter sido islamofóbico e antissemita, por ter liderado uma cruzada. Mas não diz uma só palavra sobreos crimes cometidos pelos islâmicos contra cristãos no Orientee no Ocidente, tanto no passado quanto na atualidade.
Na verdade, Umar e todo o movimento “Black lives matter” não constituem senão um dente da engrenagem do processo revolucionário gerador daquilo que no conceito de revolução cultural Plinio Corrêa de Oliveira chama de Quarta Revolução: “A partir da rebelião estudantil da Sorbonne, em maio de 1968 , numerosos autores socialistas e marxistas passaram a reconhecer a necessidade de uma forma de revolução prévia às transformações políticas e sócio econômicas, que operasse na vida cotidiana, nos costumes, nas mentalidades, nos modos de ser, de sentir e de viver. É a chamada Revolução Cultural”.2
É exatamente o que podemos constatar no movimento “Black lives matter”, em cujos atos de vandalismo se pode ver sua sigla ao lado da foice e do martelo, tudo em tinta vermelha, como a dizer: “Não somos o marxismo clássico, mas seus legítimos e orgulhosos descendentes”.
Não deixa de ser interessante analisar as contradições daqueles que enquanto gritam “vidas negras importam”, nada fazem contra os inúmeros cristãos negros perseguidos em território africano; daqueles que no Ocidente gritam por “liberdade” quando quereriam gritar “libertinagem”, pois apoiam o regime comunista ditatorial e repressor de Cuba ou da Coréia do Norte; daqueles que esbravejam contra o capitalismo, mas vivem das benesses e do conforto proporcionado por ele…
___________
Notas:
1. Plinio Corrêa de Oliveira – “São Domingos de Gusmão”, reunião de 4
de agosto de 1965, site www.pliniocorreadeoliveira.info
2. Plinio Corrêa de Oliveira, Revolução e Contra-Revolução, Parte
III – Cap. III – “A quarta Revolução que nasce”.