A Jesus por Maria, essa convicção deve alimentar a reação católica e conservadora do Brasil nesse 2023. Seja ela parte indispensável de nosso apostolado, nossos esforços, nossa missão nesse Brasil que desperta.
Iniciamos hoje a publicação de trechos da obra magna marial, do Tratado da Verdadeira Devoção a Maria Santíssima, de São Luís Maria Grignion de Montftort.
Nasceu São Luís Maria Grignion de Montfort na Bretanha em 31 de Janeiro de 1673 e morreu consumido pelas fadigas do apostolado em Saint-Laurent-sur-Sèvre, na Vandeia, em 28 de Abril de 1716.
Montfort foi beatificado por Leão XIII em 22 de Janeiro de 1888 e proclamado Santo por Pio XII em 20 de Julho de 1947.
Dele afirmou Pio XII: foi “o apóstolo por excelência do Poitou, da Bretanha e da Vandeia”; os vandeanos que se levantaram em armas contra a impiedade revolucionária eram os filhos e netos dos camponeses que o grande Santo, com as suas missões populares, tinha preservado dos vírus da Revolução, a tal ponto que, como afirma o mesmo Pontífice, foi possível escrever sem exagerar “que a Vandeia de 1793 tinha sido obra das suas mãos”.
“A grande mola de todo o seu ministério apostólico, o seu grande segredo para atrair as almas e dá-las a Jesus, é a devoção a Maria“. Nossa Senhora, enquanto Medianeira entre Jesus Cristo e os homens, foi objecto da ardente meditação de Montfort. Em torno à Mediação universal de Maria, o Santo francês, segundo Plínio Corrêa de Oliveira, “construiu toda uma mariologia que é o maior monumento de todos os séculos dedicado à Virgem Mãe de Deus“. (1)
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“Descoberto em meados do século XIX, o “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem“, de São Luís Maria Grignion de Montfort, exerceu e exerce ainda poderosa influência nos meios católicos. Julgamos, por isso, que interessará aos que se empenham na defesa das tradições da civilização ocidental, o conhecimento desta obra. Esta a razão porque difundimos os comentários que a respeito dela fez o Prof. Plinio.
No “Tratado da Verdadeira Devoção” interessam-nos alguns aspectos principais, que convém destacar no início de nossos comentários.
Em primeiro lugar, podemos notar o aspecto estritamente teológico da obra, na qual São Luís Maria Grignion de Montfort analisa a devoção a Nossa Senhora, os meios de A honrarmos, de Lhe darmos graças pelos benefícios recebidos, etc.
Em segundo lugar, podemos destacar o papel de Nossa Senhora na luta contra o demônio e os inimigos da Igreja. São Luís Grignion adota e enriquece a idéia, já exposta por Santo Agostinho e desenvolvida posteriormente por Mons. Henri Delassus, sobre a existência de uma luta entre duas cidades – a Cidade de Deus e a cidade do demônio – como sendo o âmago de toda a História. Em seguida apresenta o papel de Nossa Senhora na Cidade de Deus.
No que se refere ao papel da Virgem Santíssima na luta contra os agentes da Revolução, ele não fala explicitamente nem uma só vez. No entanto, toda a teologia dessa luta encontra suas raízes no livro de São Luís Grignion. Ora, é muito importante acentuar tudo isto, por ser este livro uma confirmação da mentalidade da família de almas de “Catolicismo”, e portanto uma garantia de que seguindo estas idéias permanecemos unidos ao espírito e à doutrina da Igreja.
Em terceiro lugar, interessa-nos a obra a título histórico. Como sabemos, São Luís Grignion viveu no tempo de Luís XIV, que, sob certos aspectos, representa um ápice da História, a partir do qual a Humanidade não fez outra coisa senão descer. Ele faz uma descrição da sociedade do seu tempo, na qual se vêem já ferver os germens da Revolução Francesa.
Vemos então um grande santo, que foi ao mesmo tempo um grande contra-revolucionário, apontando, já naquela época, a existência da mesma Revolução que então se formava nas entranhas da sociedade francesa.
O nexo entre São Luís Grignion e a Revolução é, aliás, muito interessante. Ele foi vítima de uma oposição irredutível dos bispos jansenistas franceses. De excomunhão em excomunhão, de suspensão de ordens em suspensão de ordens, acabou reduzido a pregar apenas em duas dioceses da França. Essas dioceses foram justamente aquelas em que mais tarde não penetraria a Revolução Francesa; em que o povo lutaria ao lado do clero contra os insurretos; em que os católicos marchariam de encontro às hostes revolucionárias ao cântico de hinos religiosos, que seus antepassados tinham ouvido de São Luís Grignion.
Pode-se assim delinear no mapa da França: a parte vacinada contra a Revolução foi a região por ele evangelizada; na zona dominada pelos jansenistas, que resistira à sua evangelização, a Revolução teve livre curso.
Por último, interessa-nos o “Tratado da Verdadeira Devoção” pelo aspecto profético que o santo lhe imprimiu. São Luís Grignion é profeta no sentido restrito que esta palavra tem depois de encerrada a Revelação oficial, isto é, as suas profecias não são oficiais e obrigatórias como as da Escritura. Mas sem dúvida ele é dotado por Deus do carisma da profecia, e isto se percebe pela leitura de seu livro. Ele profetiza acontecimentos que fazem antever a Revolução Francesa e a crise de nossos dias, e afirma também com antecipação a imensa vitória da Igreja Católica através de uma nova era do mundo, que será uma era marial. São Luís Maria Grignion de Montfort previu um reino de Maria que virá, e este reino será a plenitude do reino de Cristo.”
(1) https://www.pliniocorreadeoliveira.info/Cruzado0703.htm#.Y7MImnbMJjE
Fonte: https://www.pliniocorreadeoliveira.info/DIS_1951_comentariosaotratado01.htm#.Y7Lz8HbMJjE
Parabéns pela postagem. Aguardo as seguintes