Louvor da Ordem Militar de Malta por defender contra os muçulmanos as fronteiras da Cristandade
Como vimos recentemente, inclusive por artigos publicados neste site, a “Soberana Ordem de Malta” (também denominada “Soberana Ordem Militar do Hospital de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta”) sofreu uma indevida intervenção por parte do Vaticano (vide p. ex. artigo do Prof. Roberto de Mattei “O Papa e a Ordem de Malta: uma vitória de Pirro?”).
Assim, vem a propósito tomar conhecimento de uma excelente carta do Papa Bento XIV (1675 – 1758) em louvor dos heroicos cavaleiros da Ordem de Malta. Nela o Pontífice ressalta a épica defesa da Cristandade — quando ameaçada pelas forças maometanas —, por parte daquela memorável e briosa ordem de cavalaria, que teve sua origem na Primeira Cruzada (1099).
“A Ordem Hierosolimitana [refere-se à Ordem de Malta nascida em Jerusalém] tem um lugar de escol entre as Ordens militares que, com satisfação Nossa, sustentam a Religião Católica e a defendem corajosamente contra seus inimigos.
Para glória de Cristo, esta Ordem move o mais duro combate contra os muçulmanos, os piores entre os celerados. Com todas as suas forças, ela protege sem descanso as fronteiras da Cristandade contra as incursões deles. Para nela ser admitido como soldado, é preciso fazer prova de nobreza; mas também, a fim de poder combater mais facilmente e ser mais livre e mais apto para os trabalhos que se preveem, é necessário renunciar às facilidades da vida doméstica e fazer voto de castidade. Eis por que Nós, elevado pela graça de Deus à Sé suprema de São Pedro, desejando dar um testemunho da benevolência pontifícia a esta Ordem ilustre, que tanto mereceu já da Igreja e da Santa Sé, decidimos conceder-lhe importantes privilégios e socorrê-la em suas necessidades atuais”.
(Da Carta Quoniam Inter de Bento XIV, de 17 de dezembro de 1743, dirigida à Ordem Militar Hospitalar de São Joao de Jerusalém, mais conhecida como Ordem de Malta).