Os ecologistas, a corda e o pescoço dos europeus

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A tecnologia para a exploração do gás de xisto (fracking) dá ensejo precioso para a Europa não apenas se safar da crise que a assola, mas, igualmente proteger os seus legítimos interesses políticos e econômicos, escreveu há pouco a revista polonesa “Polityka”, de Varsóvia.

Esta perspectiva, porém, vem se deparando com um grande opositor de olhar enigmático: a Rússia, que astutamente segura os cordéis da rede de gasodutos que a KGB deixou instalada no Ocidente, tem o domínio quase absoluto sobre os mercados de gás da União Europeia, exercido pela Gazprom.

Com efeito, os objetivos dessa gigantesca empresa de energia – construída com dinheiro e tecnologia ocidental – para a conquista da Europa e do mundo já haviam sido esboçados nos tempos da URSS, fazendo jus aos ensinamentos de Lenine de que “os capitalistas iriam nos vender a corda com a qual os enforcaremos”.

Cordas não lhes faltaram ao longo de décadas, mas a indescritível inépcia do “socialismo” lhes dificultou muito a utilização delas. E o poder enorme que detinha através da rede de gasodutos em funcionamento na Europa acaba de ser posto em xeque pelo gás de xisto, especialmente o polonês e o báltico.

Nações altamente dependentes do gás russo, como a Polônia e os Países bálticos, hoje contam com recursos até há pouco impensáveis para se tornar independentes da Rússia, do ponto de vista energético. Em graus diversos, também pode vir a ser o caso dos países da Europa Central e da Alemanha.

Nessa hora crítica para os herdeiros dos soviets – que figuram entre os mais poluidores da Terra – surgem em sua defesa, como por magia, os “verdes salvadores do planeta”. Em Dobrich, na Bulgária, estouram manifestações contra a prospecção de gás de xisto. Na vizinha Romênia, análogas manifestações exigem o imediato bloqueio das pesquisas de xisto no país.

Os pretextos não faltam. Os manifestantes dizem recear que as pesquisas venham a destruir a região histórica de Dobruja, na fronteira romeno-búlgara. Provas dessa destruição? – Nenhuma! Eles falam dogmaticamente, e ponto final. “Tal como os seus congêneres, os búlgaros anti-gás utilizam os mesmos argumentos”, escreve “Polityka”.

Apesar de suas jazidas de gás de xisto ser estimadas em mais de 500 trilhões m³, a Bulgária baniu a sua exploração. Caso fosse explorado, o país reduziria sua dependência energética em relação à Rússia, a grande beneficiada dessa pressão ambientalista que continuará detendo essas preciosas cordas de aço que são os seus gasodutos.

E a Bulgária é apenas um exemplo entre muitos.

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Exemplar de cortesia para jornalistas, contato e informações:

Marcos Balthazar – (11) 2765-4770 – marbalthazar@gmail.com

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