“Ícone atemporal que menospreza as modas, figura maternal e protetora, mãe benfeitora da nação. A Rainha Elizabeth permite aos britânicos acreditar sempre num destino fora do comum” (Stéphane Bern).
- Luis Dufaur
Mídias e redes sociais despejam informações-pesadelo típicas do mundo moderno: a crudelíssima invasão da Ucrânia; as provocações russas a países vizinhos; o corte de gás para a Europa, deixando grandes setores da população sujeitos ao intenso frio; a paralisação das fábricas; o aumento do preço da eletricidade e seu racionamento.
Na China, uma irracional campanha denominada “covid-zero” encarcera dezenas de milhões de cidadãos em suas moradias. Desesperados pela fome, muitos se suicidam, jogando-se do alto de prédios. Conjuntos imobiliários imensos estão inconclusos e os que adquiriram imóveis com sacrificadas quotas são espancados pela polícia por protestarem e exigirem o lhes pertence. Fábricas paralisam o mundo porque a China não dispõe de funcionários suficientes para lhes enviar peças indispensáveis. Enquanto o mundo geme, o regime comunista faz despesas gigantescas visando a uma invasão de Taiwan, enfrentando até os EUA.
A América do Sul, do Caribe à Terra do Fogo — de modo especial o Brasil — é convulsionada por manobras eleitorais suspeitas que colocam subversivos nas presidências para logo enfrentarem multidões descontentes com as propostas esquerdistas que lhes tentam impor.
Seria intérmino elencar as crises morais, sociais e econômicas que assolam o mundo religioso; escândalos de altos prelados; igrejas que se esvaziam e se vendem a preço vil para atividades imorais ou incompatíveis com o culto que nelas se realizavam. Mais difícil ainda seria descrever as dores morais das pessoas nesta Terra convulsionada.
Porém, por 11 dias a humanidade sofredora esqueceu os males que a flagelam para assistir à solene pompa dos funerais da Rainha Elizabeth II. Sim, a pompa — obviamente fúnebre, com seu esplendor, regra e nobreza — que acompanhou os restos mortais daquela que durante 70 anos foi uma espécie de Rainha do mundo, espelhando a Cristandade, apesar de objeções que se podem legitimamente apresentar.
Todos viram um reflexo da Cristandade
Quatro bilhões de pessoas — mais da metade da humanidade — em todos os continentes puderam contemplar, por meio das filmagens, esse fantástico reflexo da civilização cristã. O cálculo é uma estimativa do jornal “The Washington Post”.1 Abriu-se uma janela de paz e beleza que conectou todo o mundo com o passado da Cristandade. E com o futuro, se Deus tiver pena de nós, por ocasião do nosso ingresso na Corte celeste, onde a Santíssima Trindade, Nossa Senhora e coortes de anjos e santos envoltos no fulgor divino nos receberão numa intensa alegria, perfeita e eterna. Santa Brígida da Suécia descreve em uma de suas visões a pompa do juízo e da recepção no Céu do cavaleiro que deu sua vida pela Igreja e do cortejo de glória suma com que desfilará diante das legiões angélicas.
O cerimonial do enterro da Rainha Elizabeth II nos fez admirar uma pálida, mas formidável figura desse momento que aguarda quem amou e lutou pela Cristandade. A admiração faz com que a ordem presente naquele cerimonial entre em nossas almas sob forma de um eco terreno, magnífico, embora pobre, se comparado com aquele que encherá de alegria sem fim o ingresso dos bem-aventurados no Paraíso celeste.
Enquanto eu contemplava alguns aspectos do cerimonial fúnebre da Rainha, um velho conhecido mandou-me um áudio em que ele e seus parentes argentinos transbordavam de alegria. Após décadas de propaganda nacionalista antibritânica relacionada com as Malvinas, a Argentina parecia ter-se esquecido dela e se derretia de enlevo assistindo às cenas que desde o castelo de Balmoral até o de Windsor glorificavam a coroa outrora portada por Santo Eduardo, o Confessor.
O fato foi tão incrível que, para tentar prová-lo, outro amigo filmou todos os andares do prédio do outro lado da rua, cujos moradores não faziam outra coisa senão acompanhar insaciavelmente as cerimônias inglesas. Nas conversas, afloravam em todos os episódios acumulados nas memórias pessoais de Elizabeth II e de seu filho, o agora rei Charles III. Nas bancas, as revistas do mundo consagradas à venerada Rainha se esgotaram num abrir e fechar de olhos. E esse foi um fenômeno em todos os continentes, raças e povos.
Esses fatos na vizinha Argentina são apenas sintomas do que se passou nas almas dos quatro bilhões de pessoas que assistiram às cerimônias.
A questão da salvação eterna
Pode-se miopemente objetar que a Rainha, que marcou quase um século da história recente, não merece os comentários acima, feitos por um católico que se ufana de o ser, por ela ter sido chefe de uma igreja protestante, herege e cismática, fundada pelo sempre execrado rei Henrique VIII. Anna Maria Taigi (1769-1837), uma bem-aventurada agraciada durante décadas com visões, narrou ter visto no Purgatório o Czar da Rússia, Alexandre I, cismático durante toda a sua vida, por ter este se convertido de última hora, pela misericórdia de Deus, ao catolicismo. Uma das razões do Czar ter alcançado esta graça foi por ele ter defendido os direitos da Igreja sobre os Estados Pontifícios no Congresso de Viena.
Essa afirmação passou pelo “advogado do diabo”, o teólogo e canonista nomeado nos bons tempos pela Igreja para vasculhar os escritos, vida e obra do candidato a ser canonizado, para ver se não havia algum erro, por mínimo que fosse, que obstasse a sua glorificação. E neste caso nada objetou.
Nabucodonosor, rei pagão da Babilônia, que escravizou o povo eleito e profanou horrendamente o Templo de Salomão, no fim de seus dias se converteu, como nos diz o profeta Daniel, e morreu dizendo “Agora, eu, Nabucodonosor, louvo, exalto e glorifico o rei do céu, cujas obras são todas justas e cujos caminhos são retos, e que tem o poder de humilhar aqueles que procedem com orgulho” (Daniel, 4, 34).
No dia do Juízo saberemos do destino eterno da Rainha Elizabeth II. Embora na Terra possamos apenas fazer hipóteses, o que ela fez de bom, sobretudo em matéria de beleza e esplendor — desaparecidos, por obra do clero progressista, das próprias cerimônias católicas —, não terá sido de molde a atrair uma especial misericórdia de Deus sobre ela?
Elizabeth II diante da misericórdia de Deus
Apesar de todos os defeitos que podem ser apontados na Rainha, durante 70 anos ela sustentou, envolto numa espécie de prestígio legendário, todo o passado europeu, cujas grandes figuras, monumentos e eventos constituem gigantescos quadros gloriosos.
O corpo da soberana foi velado no Westminster Hall, grande salão medieval anexo ao Parlamento inglês. Esse foi preservado de uma antiga abadia católica da Idade Média quase em ruínas. Quem o vê dificilmente intui que a mão que o manteve foi a de um católico empolgado pela ordem medieval: o arquiteto Augustus Welby Pugin (1812-1852). Como era católico, seu nome ficou misturado entre muitos outros assinantes do projeto do atual Parlamento para que fosse aprovado. No centenário da inauguração, os peritos encontraram nos planos originais sua caligrafia presente em tudo.
Embora anglicana, a Rainha Elizabeth foi paradoxalmente velada num magnífico ambiente abacial da Idade Média — o Parlamento, uma instituição com um passado colossal e uma influência sobre a história das ideias, das tendências, e, portanto, da salvação ou perdição das almas no mundo inteiro. Isso porque o sulco determinante da História é saber se as almas se salvam ou se perdem. Quanto pesou na balança da Justiça divina o bem que a Rainha fez às almas de quatro bilhões de assistentes pelo fato de ter mantido essa ordem medieval durante quase um século? Aliás, século em que tudo se precipitou numa corrida desvairada rumo à feiúra e à perdição!
Deus já tinha julgado a Rainha quando seu féretro passou diante do Big-Ben, símbolo mais representativo da alma britânica, também obra de Pugin, que reboava sua última despedida. O dia em que os britânicos derrubassem o Big-Ben, cairia a Inglaterra, a nação ficaria descaracterizada, comentou Plinio Corrêa de Oliveira. Isto porque a alma inglesa perderia aquilo que a diferencia dos outros povos, com seu gosto pela exatidão, pela coisa bem disposta, bem organizada etc. Essa alma impregnou todas as cerimônias fúnebres da Soberana com um incenso de bom odor.
A Rainha e a ação tendencial no mundo
A Revolução nas tendencias e nos ambientes é mais importante do que a transformação das realidades materiais, porque a causa — ensinou-nos Dr. Plinio — é mais importante do que o efeito. Elizabeth II não exercia a bem dizer qualquer poder material, por exemplo político. Sua grande influência pessoal se exerceu nas tendências e nos ambientes. E deste ponto de vista foi uma rainha cultural do mundo, com um impalpável, mas penetrante perfume medieval católico.
Elizabeth II sustentou uma Inglaterra monárquica, com uma Câmara de Lordes conservadora em todas as suas exterioridades, costumes e trajes cerimoniais, a qual freava a marcha aloucada rumo ao prosaísmo, à desordem e à confusão. A influência tendencial conservadora da Rainha marcou o estilo de vida inglês, fez da Inglaterra a grande potência monárquica até nas formas de seus automóveis, pelo menos enquanto suas firmas fabricantes não fossem compradas por multinacionais.
Em todos os países onde ainda existe monarquia ou pelo menos um pouco de compostura governamental, o elemento mais ativo de irradiação conservadora proveio do exemplo haurido da Rainha Elisabeth II. No dia em que ela faleceu, os fundamentos do mundo cultural tremeram; os tronos ainda existentes, coroados ou não, se tornaram mais frágeis e podem vir a cair em episódios de ignomínia.
Se Charles III deixar de irradiar o estilo materno, a atmosfera do mundo se tornará mais proletarizada, socialista, comunista ou anarquista. Digamo-lo bem: putinista. Se essa queda de fato acontecer, o desfazimento do ambiente monárquico que a Inglaterra irradiava dará lugar a uma enxurrada de desastres culturais e sociais, cada um mais deprimente do que o outro, e os padrões de compostura quebrar-se-ão se tenebrosamente.
Colunas da Cristandade em ruínas
Três instituições são as colunas que ainda perduram, embora em frangalhos, na ordem cristã tradicional estabelecida pela Igreja no mundo: o Colégio dos Cardeais, a Coroa inglesa e a Academia Francesa de Letras.
Apesar de não faltarem acadêmicos que escrevem horrores, a Academia Francesa de Letras constituía um obstáculo ao descambar ufano da asneira universal. Essa instituição resistiu com os restos de prestígio aristocrático de seus membros — um cenáculo de duques, cardeais, marechais e grandes teólogos, que congregavam uma inteligência suma à francesa —, mas até quando resistirá? O que falar do Colégio dos Cardeais, envolto em escândalos e em processo de dissolução pelo rolo compressor do Papa Francisco, que não tolera o seu caráter hierárquico e aristocrático? “Guarda e passa” — olha e passa, escreveu Dante afastando-se de um dos tétricos salões de tortura infernais.
Na decadência universal, a Rainha Elizabeth sustentava a vida real inglesa como um baluarte simbólico contra o igualitarismo e o comunismo, sobretudo para os que acreditam que os símbolos valem mais do que qualquer outra forma de defesa.
Nas comemorações de seus 50 anos de reinado, seu marido, o Príncipe consorte Philip, deu-lhe um conselho brusco e péssimo: renunciar, aduzindo “limite de idade” e “antes de ser expulsa como um sapato velho”.2 Ela respondeu que jamais agiria como uma aposentada, e explicava que na adversidade o bom cavalo come até o feno velho e sabe jogar-se pelo barranco. Que exemplo para cabeças coroadas temporais e espirituais que ainda batem perna pelo mundo! Assim foi até seu último suspiro, com 96 anos em Balmoral, o castelo materno, quando deixou a terra onde nasceu. Não muito tempo depois de ter imposto a espada a um novo Sir de 100 anos, veterano de guerra, que se desculpou por não se ajoelhar, pois “se eu me ajoelhar não levanto mais”.
A Inglaterra é protestante, com todas as propensões para a república inerentes a essa seita igualitária revoltada contra a monarquia do Papado. Há um partido trabalhista — leia-se socialista — fortíssimo que, entretanto, não conseguiu impedir que ao longo das décadas a popularidade da Rainha oscilasse com folga entre 80% e 90%. Pesquisa do jornal socialista “The Guardian” apontou que para cerca de 80% dos britânicos, o Reino Unido pioraria sem a monarquia e só pouco mais de 20% desejam a república. A admiração pela rainha prevalece em todas as classes sociais, em todas as regiões do Reino Unido e, mais incrível, em todos os partidos políticos: têm-na 96% dos conservadores, 84% dos liberais democratas e 74% dos trabalhistas!
No resto do planeta, que força política, Big Tech ou macromidiática teria podido impedir a convergência dos quatro bilhões de almas, de que falamos, diante das telas que refletiam a pompa do enterro real?
“A Revolução faz careta e dá a entender que tem mais poder do que ela tem de fato” — observou Dr. Plinio, que acrescentava com sua truculência clássica: “Enquanto a gente trata a Revolução como uma bruxa velha, quer dizer, mete a mão em sua cara, uma ou outra vez ela lhe dá uma dentada para matar, mas é o nariz dela que cai”. O reinado e o enterro triunfal de Elizabeth II foram disso um exemplo memorável, para profundo desagrado da Revolução gnóstica e igualitária.
Prestígio, maternidade e estabilidade
A Rainha Elizabeth II comemorou sete décadas no trono envolta numa auréola de prestígio. Sua legitimidade não adveio de qualquer revolução ou pleito democrático. Pelo contrário, o berço e séculos de história colocaram-na acima de partidos e jogos de interesses. Além de seu berço, o que a sustentou tanto durante tanto tempo? Ela passou para a História — segundo comentou outrora o politólogo francês Stéphane Bern — como um “ícone atemporal que menospreza as modas, figura maternal e protetora, mãe benfeitora da nação. A Rainha Elizabeth permite aos britânicos acreditar sempre num destino fora do comum”.3 Por quê? — Porque na Inglaterra profunda e não visível latejam forças da Contra-Revolução que se extasiaram com a Rainha e impedem a proclamação da República.
Os líderes políticos de hoje fogem das consultas populares por medo de serem depostos ou verem suas iniciativas frustradas, e acabam não durando. O Príncipe de Metternich, genial estadista austríaco do século XIX, definiu que no governo “a verdadeira obra-prima consiste em durar”. Neste sentido, a Rainha partiu deste mundo após sete décadas completas de reinado; foi monarca de 15 países, entre os quais o Canadá e a Austrália; encontrou-se com cinco Papas, a partir de Pio XII, e com uma dúzia de presidentes dos EUA; acolheu 16 primeiros-ministros britânicos; recebeu quase todas as sumidades da política internacional, na sua maioria hoje quase esquecidos; e inaugurou com solenidade ímpar, desde 1959, todas as sessões do Parlamento de Westminster.
Sacralidade de séculos
Por força da tradição medieval, a Rainha foi coroada em 2 de junho de 1953 numa cerimônia de raiz católica. Entrou na Catedral de Westminster ao som do órgão, com todas as personalidades se inclinando à sua passagem, e aproximou-se do altar para receber os santos óleos que a Igreja Católica consagrava outrora para a sagração dos reis. Recebeu as insígnias da realeza em sublime sucessão até o momento supremo em que a coroa lhe foi colocada sobre a cabeça. Os sinos de Westminster reboaram e com eles os de todo o reino, os canhões troaram e um júbilo inebriante alastrou-se por todos seus reinos.
Plinio Corrêa de Oliveira defendia que nesse ato estava contida a ideia católica de que todo poder na Terra vem de Deus, por meio da Igreja verdadeira que O representa e confere aos monarcas as insígnias da supremacia real. Ele perguntou certa vez se uma cerimônia dessas — ou equivalente, pois pode dar-se não só com um rei — não enriqueceria a vida política de qualquer país, que lucraria em dignidade, seriedade, moralidade, recebendo seu chefe de Estado o conteúdo religioso que faz dele o representante de Deus para a direção cívica da nação. — Nós não compreenderíamos muito melhor como é grave e sagrada a função política, e como não se pode fazer dela um carnaval permanente, como infelizmente se repete em tantos países deformados pelos erros da Revolução Francesa?
No dia de sua coroação Elizabeth II iniciou a sua missão e 70 anos depois ela a concluiria e partia para a eternidade aureolada pelo mistério bom e pela ação sobrenatural que protege com nacarada névoa sobrenatural as arquetipias de séculos, ainda quando salpicadas de infidelidades.
Simpatia na majestade
Nunca será suficiente sublinhar a simpatia pessoal da Rainha que nos deixou. Por um imponderável qualquer, ela passava a ideia de uma monarquia autenticamente fiel a si mesma, mas inteiramente atualizada, na qual nada cheirava a bolor.
Ela foi uma obra-prima que manteve o prestígio da monarquia britânica encarnando uma tradição viva que fala no coração de todos em todas as classes sociais. Por exemplo, ela tinha gostos que faziam lembrar São Luís IX de França à sombra do famoso carvalho de Vincennes, onde julgava até o último dos súditos que se aproximava confiante em sua sabedoria. Em um vídeo, um fiel guarda-costas da Rainha comentou que no verão ela gostava de fazer piquenique nos bosques de Balmoral, como fazia desde menina. Certa vez, um casal de turistas americanos, não a reconhecendo, aproximou-se e lhe perguntou se ela morava por ali. Ela respondeu que sim, apontando na direção do castelo encoberto pelas árvores, pois ali tinha nascido há 80 anos. O turista quis saber se conhecia a Rainha, e ela respondeu com o humour inglês que não, mas que Dick, seu guarda-costas, a via todos os dias. O turista não coube em si de entusiasmo, abraçou o Dick e passou a câmera fotográfica à rainha que com todo gosto tirou a foto. A seguir, Dick lhe sugeriu para tirar uma foto com ela…
A Rainha permaneceu fiel ao seu marido, o Príncipe Philip, nos 80 anos de vida conjugal. De inata elegância, ele era, segundo Dr. Plinio, “um partidário inato de toda a forma de republicanização, uma espécie de Filipe Égalité sentado ao lado do trono”. E não foi o único a causar profundos e numerosos desgostos à Rainha no atribulado “annus horribilis” — definido assim por ela — em que aconteceu a separação de Lady Diana de seu filho herdeiro, hoje Charles III.
Elizabeth II e o futuro da Inglaterra
Diz-se — mas faltam provas e testemunhos — que nos primeiros anos de reinado Elizabeth II teria manifestado vontade de aderir ao catolicismo. Essa tendência, aliás, é muito forte entre os anglicanos ingleses e está resultando em grandes conversões. Mas que o Papa João XXIII a teria dissuadido, alegando o futuro desenvolvimento do ecumenismo, que hoje se revela desastroso e estéril. Aquele que deveria ter sido o seu supremo apoio ter-lhe-ia fechado as portas.
A Rainha faleceu no dia 8 de setembro — festa da Natividade de Nossa Senhora — e fez sua derradeira viagem para repousar no túmulo real de Windsor 11 dias depois, quando a Igreja Católica comemora Nossa Senhora de La Salette. Sem dúvida uma coincidência de datas, embora o vidente Maximino tenha confidenciado em 1851 que a Santíssima Virgem, Rainha do Céu e da Terra, anunciou que “um grande país no norte da Europa, hoje protestante, se converterá. Pelo apoio dessa nação, todos os outros países se converterão”. E em 1853 especificou: “A Inglaterra será o instrumento por meio do qual todas as nações do universo se converterão”.4 Numerosos grandes santos, dotados de luzes proféticas, falaram no mesmo sentido.
Não hesitamos em suplicar a Nossa Senhora, Mãe de Misericórdia, que acolha a admiração de todas as almas que se extasiaram com as cerimônias fúnebres da Rainha Elisabeth II, e apresse o dia glorioso do retorno da Inglaterra ao seio da Igreja, chamada que é a tão alta missão.
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Notas:
- Fonte: Revista Catolicismo, Nº 863, Novembro/2022.
- https://www.washingtonpost.com/world/2022/09/19/state-funeral-elizabeth-churchill-numbers/
- “Oggi”, junho/2022, p.7.
- https://leplus.nouvelobs.com/contribution/317081-elizabeth-ii-fete-ses-60-ans-de-regne-a-quoi-sert-vraiment-la-reine-d-angleterre.html
- Michel Corteville – René Laurentin, “Découverte du secret de La Salette”, Librairie Arthème Fayard, 2002, págs. 50 e ss.
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